Depois da calmaria vem a tempestade

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Decido ir para quem acho que vai aceitar facilmente. Lucy Frenny.

Quem é Lucy Frenny? Uma conhecida, não digo amiga, mas acho que vale a pena tentar.

Ela é dois anos mais velha que eu, saiu do orfanato depois de passar em família em família, mas nunca encontrou um lar de verdade.

E quando queria sair roubava itens da casa, mas deixa a amostra o roubo, ou se não era agressiva, então a devolviam.

Soube de umas garotas, que ela se envolveu com drogas, e mora em um pequeno apartamento na rua Dake.

Depois de pegar um ônibus finalmente chego.

Olho em volta e percebo que não há porteiro, mas vejo uma senhora.
— Você sabe em qual número Lucy Frenny mora?

A mulher franze a testa, tentando entender.
— Número? De telefone?
Ela abre um sorriso e respondo.
— Não, de apartamento.

A mulher parece não entender de novo.
— Ah, apartamento. De quem?
Respiro fundo. Calma Julie! É só uma senhora, se a calma!

— No 3° andar, número 67.
Um cara encostado na parede perto da escada aparece do nada, e diz com a maior normalidade.

— Ok, obrigada então.
Ele acena com a cabeça e a mulher pergunta quase gritando.
— Você mora no sertão?
Ah não! Vou fingir que nem ouvi. O cara ri da minha cara e da dela.

Vou em direção ao elevador, mas vejo a placa que está quebrado.

Eba... Escadas...

Começo a subi-las, e quando chego logo ela abre. Depois de uma conversa não demorada, ela aceita.
— Fechado então, gata! Tô precisando de grana mesmo. Depois eu broto lá.
Dou um sorriso simpático e saio.

Agora, a segunda pessoa.

Não sei se ele vai concordar, tem cara de certinho demais.

Paro na confeitaria de Marie e abro a porta.

— Oi.
Comprimento o filho dela, que faz uma cara que chupou limão. Também não gostaria de rever alguém que fez minha mãe chorar.
— O que você quer? Falar com minha mãe de novo?

Faço que não com a cabeça.
— Vim falar com você.
Vejo em seus olhos sua curiosidade e o mesmo faz uma pergunta.
— Comigo?

Assinto e começo a falar.
— Mas antes vamos começar do início, sou Julie.
Estendo minha mão, ele hesita um pouco mas aceita.
— Max.

Diferentemente de Lucy temos uma longa conversa, apenas dele me questionando porque deve aceitar.

— Eu sei que a confeitaria está indo a falecia, vocês precisam do dinheiro.
Max se cansa de tanto eu tentar convencê-lo e diz alto.
— ESTÁ BEM! Está bem! Eu vou pensar, qualquer coisa eu apareço lá.

Vou embora e pego o ônibus para ir até a outra pessoa.

Ele era namorado de uma garota do orfanato, passava lá de vez em quando para ver ela, também dava em cima de mim uma vez ou outra.

Galinha.

Ela descobriu que ele traia ela então terminou tudo. Foi morar com uns amigos em um prédio abandonado, só sei disso porque depois a garota foi implorar para eles voltarem, e acabou levando um pé na bunda.

No que ele pode ajudar? Ele é usuário de drogas, e conhece algumas pessoas. Que conhecem outras, e outras, e assim teríamos olhos e ouvidos em qualquer lugar.

Quando chego lá, logo me reconhece.
— Eai mina do orfanato! Já achou uma família rica para te adotar?
Reviro os olhos, e a janela aberta balança seu cabelo loiro.

— Vim te fazer uma proposta.
Sem nem deixar eu terminar, me interrompe.
— Envolve dinheiro?
Ele pergunta alto e seus amigos prestam atenção.

— Sim.
O mesmo dá um sorriso de lado, e responde rápido.
— Fechado!
Os dois caras que estavam sentados se levantam e vão para perto.

— Também topamos.
Tyler, o ex da garota, fala com eles de um jeito engraçado.
— Intrometidos.
Explico tudo e concordam, depois eu vou embora.

O último.

Tem tudo para ser fácil convencer ele, já que fazia isso.

Mas como o chato que é, vai fazer escândalo.

— Oi Cardan.
Digo enquanto entro na casa dele.
— Veio refazer o curativo?
Nego com a cabeça, pode parecer há muito tempo, mas já ajeitei hoje de manhã, não faz nem um dia que a gente saiu daqui. E agora já está de noite.

— Vim te convidar para uma coisa.
Ele já vai negando com a cabeça.
— Não, eu não vou sair com você.

O que?

Ele tá de brincadeira não é?

— Você realmente tá achando que eu quero sair com você??
Ele mexe os ombros sem saber, e dou meia volta em direção a porta.

— Ei, espera!
Me viro para ele, e o mesmo continua.
— Fala.

Foi até fácil. Ele disse que queria se afastar da vida do crime, mas no final cedeu.

Pronto. É bom ter pouca gente, pois tem menos chance de algo dar errado.

Agora é só fazer o primeiro e grande, ato.

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora