Escuto do lado de fora trovões, e daqui de dentro batidas na bancada, acompanhando com alguns gemidos de dor.
Uma briga.
Um disparo.
Não posso ficar aqui parada ouvindo isso, e muito menos sem fazer nada.
Não importa o quanto os Lorenzo são meus inimigos, preciso ajuda-lo, ou pelo menos sair daqui.
Quando decido sair alguém é empurrado na prateleira, que quase caí em cima de mim, mas saio a tempo.
As pessoas que brigavam param para me olhar, um homem alto de cabelo castanho, com uma arma em mãos.
Outro ruivo que me olha estranho, que está com a mão vermelha, provavelmente de tanto socar o cara.
Viro o meu olhar para o homem que caiu, e meus olhos se arregalam ao perceber de quem era a tal voz.
— Jean?
Ele tem a mesma reação que eu e me encara surpreso. Porém, os caras que voltam a realidade e tentam acertar em Jean novamente.Que diabos Jean está fazendo aqui?
Ele não pode ser o Lorenzo!
Jean esquiva da bala e se levanta bruscamente.
— Michele?Ah é, Michele.
Ele avança para cima do moreno, e ruivo parte para cima de Jean. Saio do meu transe e me abaixo, pegando as facas do cano da minha bota.
Jogo no pé do ruivo que dá um gemido alto de dor. Jean derruba o cara com quem lutava e o recepcionista finalmente aparece.
— Eu só fiz o que me mandaram!
Ele diz apavorado enquanto levanta os braços em rendimento.Quando vou em direção ao atendente o ruivo pega a arma do caído, mas jogo outra faca rapidamente no braço dele.
Jean pega a arma e deixa os dois lá. Acho que o que estava armado desmaiou, e o ruivo continua parado com a dor.
"O Lorenzo" se aproxima do dono do mercadinho e pergunta.
— Quem mandou você fazer isso? Fala!
Ele ordena e aponta a arma ao cara assustado. Porém, pego a minha faca e boto no pescoço de Jean.Ele se espanta com o ato e digo perto de seu ouvido.
— Abaixa a arma! Ninguém vai morrer aqui.
O recepcionista dá passos para trás com medo.Jean respira fundo e abaixa a arma devagar, sei que ele poderia sair do meu golpe facilmente, mas prefere não me contrariar.
— Achei que você gostasse de mortes.
Ele diz baixinho só para eu ouvir, sendo que o atendente tenta fugir, então jogo a faca que estava ameaçando Jean bem na frente do seu rosto, fazendo ele ficar parado.— Ninguém morreu, só ficaram feridos.
Vou até o recepcionista e fico cara a cara com ele.— Quem te mandou?
Pergunto enquanto Jean tenta falar com o ruivo, em uma seção de tortura a faca, que tento ignorar.O atendente com medo não fala nada.
— Foi a ScorKing?
Sussurro baixo para o Lorenzo não ouvir.O cara começa a chorar, e se ajoelha diante mim.
— Por favor, não me obrigue a falar! Eles ameaçaram a minha filha!Dou passos para trás, e me viro de costas para ele, parando em frente a porta.
— Vai ficar tudo bem. Sua filha ficará bem, eu prometo.Respiro fundo e sussurro para mim mesma.
— Não vou deixar outra garota ficar órfã por causa deles.Olho para o homem, enquanto tento abrir a porta, ele se levanta do chão e vem até mim a abrindo.
— Obrigado! Obrigado!
Ele diz feliz de eu não ter feito nada, mas Jean vem até nós.O cara sai de perto rápido, deixando eu e Jean a sós.
— Calma Lorenzo,
Digo seu sobrenome oculto em ênfase, depois continuo.— Prometo que não conto a ninguém.
Dou um sorriso irônico e o homem volta com uma caixa.
— Aqui.Ele me dá as armas com algumas a mais, junto com algumas balas, e volta correndo ainda assustado.
— Está bem, e eu também prometo que não conto sobre quem você é, Julie.
Diz do mesmo modo que eu, irônico.Como ele sabe o meu nome?
Ele se encosta na parede, e como se lesse o meu pensamento, responde.
— Digamos que eu andei pesquisando, e para a minha sorte, achei muita coisa. O que também inclui uma máfia.Então ele sabe que eu sou uma Velasquez.
Essa conversa vai ser longa...
E acho que teremos uma mudança de planos.
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ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀ
RandomJulie Velasquez, a filha de uma máfia. Seus pais eram chefes de um grande esquema, mas foram mortos quando ela tinha apenas 7 anos. A garota acreditou por toda a sua vida que eles foram mortos em um confronto com outros traficantes, e os fatos compr...