ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀ

A tempestade

No dia seguinte, expliquei tudo a Bill, que concordou.

— Ok. Mas o dinheiro só deu para comprar 6 armas, e algumas balas.
Acho que deve ser o suficiente.
— E as coisas da casa?
Pergunto e Bill tenta lembrar o que comprou.

— Comprei algumas cadeiras, vassoura, coisas para limpar a casa, e comida.
Acho que nem produtos de limpeza vão fazer milagre nessa casa.
— Ótimo. Eles vão chegar daqui a pouco, vamos começa a arrumar.

Procuro as sacolas, e pego a vassoura.
— Você só vai ficar aí olhando?
Ele bufa e pega um espanador.
— Satisfeita?
Dou um pequeno sorriso e começo a varrer.

Sobe um pouco de sujeira, mas logo acabo, depois começo a passar pano.
— Cuidado para não cair.
Bill me avisa e ignoro.

Segundos depois ele cai.
— "Cuidado para não cair".
Tento para não rir e ele joga um pouco da água do balde em mim.

— Para! A água tá suja!
Não aguento e riu de sua cara, fazendo que ele ria também. Nem lembrava mais de sua risada.

Continuo o que estava fazendo e ele se levanta. Quando acabamos a casa não fica perfeita, mas pelo menos aceitável.

Tomo um banho com a água que Bill trouxe, e visto uma blusa e calça que lavei da minha mãe.

Fica um pouco folgada mas serve. Sinto uma dor no peito, por saber que só estou a usando porque ela não está mais aqui...

Saio do banheiro e percebo que algumas pessoas já chegaram.
— Oi Cardan, Tyler, e?
Pergunto para os dois amigos dele.
— Will e Julian.
Os dois respondem na mesma hora. Eles são bem parecidos, acho que são irmãos.

— E aí?
Diz Lucy chegando quase arrombado a porta, mas não vem sozinha, também trouxe outra garota.

Ela vem até mim e cumprimenta.
— Oi, sou Polly.
Retribuo, e Bill chega na sala.
— Ela quis participar também, espero que não se importe.
Lucy diz enquanto mastiga um chiclete.

Quando ia começar, Max chega também.
— Oi...
Ele diz rápido, e aceno com a cabeça.

Depois de passar meia hora explicando, eles entendem.
— Tem arma para todo mundo?
Cardan pergunta e os garotos ficam animados, menos Max.
— Armas?

— É, sabe o que é? Ou quer que eu desenhe?
Um dos amigos de Tyler debocha.
— Eu não vou participar com arma, tô fora.
Ele sai da casa e simplesmente vai embora.

Já começamos mal.

Respiro fundo e respondo.
— Bom, agora temos o suficiente.
Bill nega com a cabeça.
— Ainda precisamos de mais.
Verdade, fica faltando uma, e de todo jeito não podemos ter a conta.

Decidimos que Bill vai explicar a eles melhor e eu vou comprar mais armas, não gostei muito mas aceitei.

Pego o dinheiro do colchão e vou onde Bill disse.

Olho para o céu e o sol já não está mais lá, apenas nuvens pesadas.

O lugar parece um mercadinho, com prateleiras com comida e um recepcionista.

Digo o que Bill me disse para falar, depois peço as armas e o cara vai buscar.

Algumas pessoas entram no mercadinho, e eu paranóica com o negócio da ScorKing, me escondo atrás de uma prateleira.

— Freed!
Um cara chama e efico atenta a conversa.
— Cadê ele? Vocês sabem que eu não posso ficar aqui, só vim por que vocês disseram que tinha um problema com a encomenda.

Eu conheço essa voz...

Tento ver, mas só consigo ver o atendente voltando.

— Cadê a garota?
O atendente pergunta.
— Garota?
De onde é essa voz??

Percebo que eles começam a me procurar, então fico indo de prateleira em prateleira, até eles desistirem.
— Acho que ela já foi.
O atendente diz enquanto fecha a porta de entrada, no caso a única saída.

— O que você está fazendo?
A pessoa que não consigo reconhecer a voz, diz autoritário.
— Bem, senhor Lorenzo. Lamentamos informar, mas está na hora de você sair.

Lorenzo? Os Lorenzo estão aqui??

O chefe deles está aqui!

Ninguém nunca o viu, e todos aqueles que viram e tentaram sair, morreram. Sempre foi muito secreto quem comandava a máfia, pois tentam o máximo deixar tudo as escondidas.

— Sair?
A tal voz é o chefe? Então eu já o conhecia esse tempo todo?!

E para piorar, estou trancada no mesmo lugar que ele, provavelmente com espiões da ScorKing, que quererem matar ele pelo visto.

Merda! Eu deixei a minha arma com Bill!