Traidor

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Depois da reunião um pouco inusitada, nós concordamos que ele participaria das reuniões, no caso, eu convenci Jean a isso.

Acabamos de ter uma conversa com os membros da nova máfia, e mais pessoas entraram, já temos em média 18 deles.

Sobre a questão de Robin... Bill e eu decidimos chamar alguém de confiança para ajudar, nem tão de confiança assim, mas ele conhece as coisas.

— Você concorda, Cardan?
Ele dá um sorriso de lado e se encosta na cadeira.
— Então foi daí de onde veio a bala. Nunca confiei nele mesmo.

Contei tudo a Bill, pois tínhamos que contar aos outros. E ele não fazia idéia, de como Robin poderia ser, traidor.

Me levanto da mesa e repito a pergunta.
— Você concorda?
Cardan faz que sim com a cabeça e se levanta também.
— Claro.
O mesmo anda em direção a porta, e eu vou junto.

Temos que comprar as coisas para o plano, Robin não vai ceder nada fácil, mas precisamos dele, e ele precisa de nós.

Quando fecho a porta, Cardan começa o interrogatório novamente.
— Você não descobriu que ele era um policial quando o cara chamou ele, foi quando eu disse sobre a bala. Você já sabia. Sei que é esperta o bastante para perceber isso.

Engulo em seco, eu desconfiava mas não sabia, eram só teorias. Nada concreto.

— Deveria agradecer o elogio?
Tento manter a tranquilidade enquanto andamos.
— Sim. Mas porque não contou antes?

Nem eu sei, só achava que ele não iria aparecer de novo, não queria nem olhar na sua cara.

Robin foi a primeira pessoa que eu confiei em muito tempo, ele era o meu amigo, mas eu não tenho amigo policial.

Ignoro a pergunta e tento mudar de assunto.
— A Nancy está bem?
Cardan estranha e percebe que eu quero mudar de assunto, mas como citei o nome de sua mãe, fica interessado

— Bill tem ido bastante na sua casa, sempre é para conversar com você ou perguntar sobre o curativo. Qualquer desculpa esfarrapada, você ou ela estão doentes?

Depois de um tempo conversando, chegamos a conclusão que Bill está afim de Nancy, o que Cardan não gostou muito, é claro.

Chegando na loja de fardas e fantasias, pegamos uma farda real da polícia. E quando estávamos procurando o resto das coisas, encontro um objeto um tanto peculiar.

Ele é fino e longo, parece ser usado para bater em cavalos, só vi sendo usado em corridas.

Cardan segura a vontade de rir, me vendo analisando o negócio.
— Vai querer para realizar suas... Fantasias?

Diz citando o nome da loja e eu franzo a sombrancelha.
— Você realmente não sabe o que é?
Ele solta um riso rápido, pegando o objeto da minha mão e colocando no lugar.

— Para que serve?
Pergunto realmente intrigada.
— Como eu te disse, para realizar fantasias.

Espera...

Quando percebo eu e ele rimos, logo depois  voltamos as compras.

Quando acabamos vamos até a casa, pois está prestes a anoitecer.
— Vocês demoraram, mas pelo menos compraram tudo?
Diz Bill assim que nós vê.

Faço que sim e coloco as sacolas na mesa. O departamento de polícia não perde por esperar.

Os dois pegam as sacolas e cada um entra em um quarto, indo se trocar. Não vou precisar vestir essas roupas, poderei participar apenas com a minha, pois aliás, esse plano foi meu.

Eles acham que não sou capaz de convencer Robin, então por isso também temos um plano B.

Depois dizem que garotas demoram para se arrumar, já faz 20min só para eles trocarem se roupa.

Decido mudar apenas de blusa enquanto espero, vestindo uma vermelha para o ocasião.

Vermelho está virando a minha cor.

Quando chego na sala eles já estão sentados no sofá, com os seus uniformes polícias e suas armas reais.

Entramos no carro roubado dos Lorenzo, e previsívelmente, estou armada e pronta para qualquer imprevisto.

Bill dirige o carro, e eu e Cardan sentamos no banco de trás, ele pega uma algema do bolso e eu respiro fundo.

Esse é o lado ruim.

Chegando perto do lugar o carro é estacionado, assim que descemos cada um segura um lado meu.

Ao entrar no departamento, eles abaixam a cabeça, já eu fico ela erguida, para que eu seja reconhecida e eles não.

Ninguém aqui quer ser presso.

— Essa garota foi encontrada no assalto a banco, na rua 12 com a 7°, também responsável do roubo do colar Shiny-Diamond. Estava foragida.
Cardan diz em voz alta, para que algum polícial se pronuncie, um em específico.

Lorenzo mandou seus homens assaltarem um banco na rua falada, mas algo pequeno, que não passasse na imprensa, apenas que seja registrado.

Um homem vem até nós, engulo em seco com a possibilidade de revelo de novo. Mas é apenas um homem baixo careca.
— Eu a interrogo. 

Arregalo os olhos e eles tentam não demostrar a expressão de surpresa. E Bill começa a colocar na arma.

Isso tinha tudo para dá certo, esse é o departamento, o turno dele e ele não pegou nem um caso para agora, está aqui. Pesquisamos o suficiente para saber disso.

Meu coração dispara, não era para isso acontecer.

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora