Jantar a luz de balas

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Desligo o chuveiro que antes caia água quente sobre minha cabeça, e me enrolo no roupão macio. Esse jantar vai dar muito o que falar, tenho que me arrumar rápido se não o iate pode ir embora.

Penteio o meu cabelo em frente ao espelho, pensando no que o Lorenzo me disse assim que sai do treino.

Hoje terá um jantar entre membros da ScorKing, no famoso restaurante iate Lefuer's, eles estão comemorando alguma coisa e temos que descobrir o que, e conseguir informações úteis.

Bem, não foi bem assim que ele falou, usou algumas palavras mais chiques e formais.

Tento colocar a escova em cima da pia, mas ela cai pois a coloquei perto demais da ponta. Tenho que ser menos desastrada.

Me agacho mas não vejo a escova, olho em baixo do armário e a encontro, junto com outro objeto brilhante.

Retiro o que eu procurava e pego a jóia do chão, me levanto e a analiso, notando uma linda pulseira dourada. A outra pessoa que usou esse quarto deve ter a perdido.

Coloco a jóia em meu pulso, a observando enquanto saio do banheiro, ando até o guarda-roupa, procurando uma roupa digna para o ocasião.

Não achando nada entre os cabides me sento na cama. Para alguém rico tem poucas roupas e um péssimo gosto.

Me deito de costas e olho para o lado, notando uma caixa preta, entrelaçada com um grande laço vermelho.

Não acredito que ele fez isso.

Volto a me sentar e abro a caixa devagar, retirando seu laço com cuidado, assim que olho para o conteúdo do presente me deparando com um tecido vermelho.

O retiro do embrulho, revelando um vestido carmesim, ou melhor o vestido. O mesmo que usei no baile quando Jean pela primeira vez, suponho que ele também lembre disso, já que o pegou na toca com o nosso inimigo comum.

Algo tão arriscado só por causa de uma roupa.

O visto rápido e sai do quarto com o cabelo ainda molhado.
— Você demorou.
Jean provoca, encostado na parede ao lado da porta.
— Você quer discutir e chegar mais atrasado, ou vai parar de me encarar e andar logo?

Ele suspira em resposta e começa a descer as escadas com um sorriso sínico, vou logo atrás dele, descendo as escadas calmamente.

Chegando a porta o paro e estendo a mão em sua direção, ele tenta pega-la, mas a puxo para trás.

— Arma.
Ele faz que não com a cabeça e coloca as mãos no bolso.
— É melhor você não ir com uma, se alguém ver você vai presa.

Forço um riso e estendo mais a mão.
— Você não notou naquele dia.
O sorriso dele vacila quando lembra que o roubei.

Coloco as mãos na cintura e me viro de costas, dando a minha última cartada.
— Robin me daria.

Digo mostrando o coringa, não sei o que eles dois tem, mas o ódio que um sente pelo outro deve bastar.

Hood tentou nós acompanhar hoje, mas Jean disse que era melhor só nós dois, para nós passarmos como um casal. Porém, sei que não é por isso, ele não gosta de Robin por perto, seja lá qual for o motivo.

Vou andando em direção ao carro e sinto o braço de Jean passar pelo meu, entrelaçando os dois.
— Só não me mate.
Ele retira o braço, deixando a arma em minha mão e abre a porta do carro para que eu entre.

O homem de terno senta no banco do motorista e eu ao seu lado, assim que colocamos o sinto Jean tira o carro da fortaleza, indo em direção ao restaurante.

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora