A reunião

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Hoje já é a reunião, Bill ainda está estranho e calado.

De manhã passei na toca, pois fui fazer algo que sei que Jean irá gostar. Claro que não foi fácil invadi-la, mas é como uma garantia do acordo de paz.

A tarde falamos com os membros da nova máfia, eles estranharam um pouco, mas concordaram por saber que tem mais dinheiro envolvido.

Já Cardan ficou um pouco receoso, mas acabou aceitando.

Eu não entendo a dificuldade dele aceitar se já era da máfia.

Falta exatamente uma hora para a reunião, então para não chegar atrasada, tomo um banho e começo a me arrumar.

Coloco uma calça jeans escura e minhas botas de sempre, depois visto uma blusa vermelha e a jaqueta de meu pai.

Se é para ser a dama de vermelho, que seja, eu vou ser.

Saio do quarto e começo a arrumar o curativo. Pois agora tenho o necessário, já que Bill foi na casa de Nancy buscá-los.

Segundo ele, ainda tem medo que a ScorKing nós ataque e não quer que eu saia todo dia para lá.

— Quer ajuda?
Bill entra na sala como quem não quer nada, porém, ainda estou desconfiada que ele vai tentar algo.

O mesmo se aproxima a passos lentos e senta ao meu lado.
-— Você está bem por não poder ir?
Pergunto e ele da um sorriso quase invisível.

Eu sabia.

— Sim, você vai se dá bem sozinha.
Ele está confiante demais, para quem duvidou de mim em tudo o que eu fiz.

Quando Bill acaba o curativo levanto.
— Obrigada, mas acho que já vou indo.
Ele concorda com a cabeça e saio de casa, obviamente armada.

Eu não sou tão louca de ir para um lugar cheio de pessoas, que eram nossos inimigos a menos de uma semana, desarmada.

Ando pelo a rua vazia observando o céu meio estralado. E ao mesmo tempo que vejo a lua que surgir, olho os becos e as vielas, prestando atenção em qualquer movimento infalso ou atividade anormal.

Quando finalmente chego a fortaleza, olho rápido o celular e vejo ver horas são, porém, com cuidado de não ser roubada.

18:00hrs e ponto.

Bato no grande portão da frente, que se abre como uma porta de um palácio, como se ninguém tivesse o aberto.

Eu até acreditaria nisso, se não tivesse dois caras com fuzil me encarando.
— Michele?
Reviro os olhos e respiro fundo. Até para os homens dele disse que eu sou Michele, mas quer saber? Vai ser Michele.

— Sim, mas me chame de dama de vermelho.
O mesmo dá um sorriso rápido e se corrige.
— O chefe a espera, dama de vermelho.

Os dois homens me levam até uma sala e o mais calado a abre.

Assim que entro vejo Jean sentado de costas para a porta, mas ao escutar o rangir da porta, vira sua cadeira giratória.

— Michele.
Diz quando seus olhos se encontram com os meus, que logo descem para o meu pescoço. Percebendo o que está nele.

Os outros homem fecham a porta e Jean se levanta, vindo em minha direção.
— Shiny-Diamond.
Ele sorri de um jeito sedutor e retribuo o sorriso. Não foi nada fácil pegar esse colar de volta.

— Você realmente é um colecionador.
Ele assente com a cabeça e vem mais perto, coloca a mão na ponta do colar em meu pescoço, o que me deixa um pouco nervosa, mas fico parada.

Ele me vira delicadamente de costas e afasta o meu cabelo, destaca o colar do meu pescoço, e o tira lentamente.

Aproxima sua boca do meu ouvido e murmura.
— Obrigado, Michele.
Volta a sua cadeira e se senta.

O que foi isso??

Tento controlar minha respiração, na tentativa de acalmar meu corpo, e me sento em sua frente.
— Qual é o seu plano?

O mesmo se levanta e pega algumas plantas em uma mesa de canto.
— Essas são as plantas da toca.
Jean as coloca na mesa e me levanto para ver melhor. Abaixo minha cabeça a analisando.

A quanto tempo ele tem isso?

Foi assim que nós roubou?

Meus pensamentos são interrompidos ao sentir uma mão tocar meu rosto, tirando os cabelos soltos jogados em mim, que Jean coloca atrás da minha orelha.

Olho para ele mas não vejo apenas o homem sério, que não teria o terno.

Também consigo ver o que a dentro dele, um convencido que não desiste fácil, e pode até ser carinhoso quando quer.

Pisco algumas vezes e desvio o olhar, mantendo o foco.
— E o que pretende? Invadir?
Ele ajeita a postura, parando de olhar para mim, e indo pegar uma caneta no bolso do seu palito.

Nem sei para que um terno em um calor desse. E só para deixar claro, o tempo! O tempo que está quente!

— Sim, e não. Será uma invasão silenciosa.
Ele marca um círculo na porta da toca, e outro em um lugar que não consigo identificar.

— Faremos o seguinte,
Antes que complete a frase algo é depositado com força na porta, e alguém a abre.

Por instinto pego a minha arma e Jean faz o mesmo, os dois apontamos para a porta.

Mas quando ela se abre por completo, eu me deparo com...

Bill!

Que diabos Bill está fazendo aqui??

ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora