Bill sem mesmo me questionar se levanta da poltrona, e pega as coisas de cima da bancada, enquanto eu tiro os aparelhos e faço esforço para me levantar.
Sabe quando seu corpo, parece que acabou de sair de uma anestesia? Não? Foi o que eu pensei.
Quando saio de cima da cama, tropeço no nada e caio no chão, meu pa... Bill corre a poucos passos até mim, e me levanta com cuidado, mesmo com as coisas em mãos.
Ele coloca o meu braço acima do seu ombro, para que eu consiga ficar de pé, mesmo estando fraca.
Escuto passos rápidos em direção a porta, e percebo que alguém ouviu a queda.
Tento voltar para a cama, mas não dá tempo, pois quando percebo o mesmo enfermeiro, sim enfermeiro, abre a porta com força.
- Ei, o que está acontecendo aqui?
O homem alto e magro de antes, arruma o seu óculos, enquanto vem até nós.Engulo em seco e improviso como o que fiz com o outro problema.
- Transferida, eu fui transferida para hospital...
Confesso que não sou muito boa nisso.Mas pelo visto, Bill é.
- Pre-salud.
Ele diz calmamente, me ajudando a sentar na poltrona, acho que nunca me senti tão cuidada.
- Ly... Hiley, autorizou a ida? E por quê?Antes que eu possa dizer algo, Bill continua.
- Deixe sua ex em paz! Ela não quer nada com você. Agora pare de perguntas! A ambulância está a espera da minha filha!
O homem fica visivelmente gaizo, e saí do quarto sem ter o que dizer. Ex?Respiro aliviada, e antes que ele possa me ajudar a levantar, o mesmo enfermeiro volta.
- Ela está frágil, é melhor ela ir com isso...Frágil?
Escuto o barulho de algo rolando, e vejo que é uma cadeira de rodas. Bill assente com a cabeça, e os dois tentam me ajudar a sentar, mas os impeço.
- Eu vou sozinha.
O enfermeiro faz que não, mas quando ele ia se aproximar para me ajudar, Bill coloca o braço em frente ao seu peito, o impedido.
- Ela consegue.Faço um esforço absurdo, mas não deixo transparecer, conseguindo me sentar, e o homem de jaleco me olha admirado.
- Impressionante...
O mesmo cochicha um pouco alto demais.Ele tentou nós acompanhar, mas inventamos uma desculpa, ou melhor, Bill inventou.
Passamos por tantos corredores, que chega a me deixar tonta.
Bill deve saber onde fica a saída, mas o medo confunde sua mente, igual ao meu coração que começa a bater em batidas rápidas e descompassadas.
Suspiro quando vejo a saída em nossa frente, mas para a nossa infelicidade uma sombra aparece em meio a porta.
- Onde você vai, Julie?
Os detalhes da mulher vão se revelando ao decorrer que se aproxima, com seus cabelos castanhos que se destacam da sua pele pálida. Hiley.
- Não tem nenhuma ambulância á espera.
Ela diz, e me não me surpreendo.A escuta...
Hiley se agacha para mim, e Bill coloca a mão na arma, mas ela faz que não com a cabeça, e ele hesita.
Mas não por medo, e sim para as pessoas do hospital não a virem.
- Eu sei que vocês sabem, e o King também... E ele, não vai gostar nada de ver a garotinha indo embora.A médica diz tão calmamente, que chega a me assustar, e o pior nem é isso, foi o sorriso que ela fez ao acabar.
- Vem garotinha, eu te levo para o quarto.
Ela coloca suas mãos na cadeiras que eu estou, e tenta me tirar dali, porém sinto alguma coisa impedido a cadeira.Olho para baixo e a mulher também, era o pé de Bill.
- Larga a minha filha, ou teremos alguns disparos no hospital.
Antes que ela diga alguma coisa, ele continua.Acho que ser chamada de filha, não é tão ruim assim.
- Quando eu digo alguns, serão bem rápidos.
Percebo na expressão dela um leve medo, com a nítida ameaça. Os dois começaram a se encarar, enquanto não posso fazer nada.Ou melhor, eles acham que não posso fazer nada.
Olho para o jaleco de Hiley, e vejo um formato estranho na sua roupa, mas familiar para mim.
- Ou vocês voltam para quarto por bem, ou por mal, eu sinceramente prefiro por mal.
A moça começa a levar a mão lentamente até o formato estranho, confirmando a minha teoria.- Acho que eu também prefiro.
Digo enquanto tento pegar a arma de seu jaleco, mas ela da passos para trás.
- Você nunca sabe quando tem que parar, né garota?
Ela diz me desafiando, um pouco familiar.Porque ela insiste de me chamar de garota? Ou melhor, garotinha?
Bill tenta pegar sua arma, o que é impossível com as coisas em mãos, então me levanto bruscamente da cadeira, chamando a atenção dos dois.
- Eu não sou uma garotinha.Digo de pé, avançando nela com tudo. É como se algo que estava adormecido em mim tivesse sido despertado.
Derrubo ela no chão e Hiley puxa o meu cabelo. Porque quando duas mulheres brigam, sempre tem que puxar o cabelo?
Percebo que Bill vai atirar, e pessoas começam a se aproximar. Pego uma seringa no galeco dela, e torço para ser uma anestesia.
Aplico em Hiley e seus os olhos fecham lentamente, saio de cima dela, mas quando vamos sair sinto algo no meu pé.
- Era só uma vitamina.
A mulher ao chão grita segurando o meu pé, num impulso rápido o puxo com força e piso em sua mão.- Achei que você preferisse por mal.
Digo e Bill me puxa pra fora do hospital, logo depois vejo um carro em minha frente.- Entre, rápido!
Ele me manda entrar no que imagino ser de Jean, e sem nem hesitar sento no banco da frente.Déjà vu.
Olho para o lado mas não é Jean, é apenas um homem de terno engomado.
- Para onde vamos?
O senhor pergunta para Bill, obviamente se conhecem, e suspeito que seja da máfia.Então apenas respondo.
- Para a fortaleza, já fiquei longe tempo demais, está na hora de voltar.
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ᴀ ғɪʟʜᴀ ᴅᴀ ᴍᴀғɪᴀ
RandomJulie Velasquez, a filha de uma máfia. Seus pais eram chefes de um grande esquema, mas foram mortos quando ela tinha apenas 7 anos. A garota acreditou por toda a sua vida que eles foram mortos em um confronto com outros traficantes, e os fatos compr...