Capítulo 55 - Perdida

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Aborrecida. Esta era a palavra que definia como Carla estava. Escorada no balcão do bar na festa de aniversário de Star bebendo um suco, ela pensava que não podia haver lugar pior para estar naquele momento. A música era ensurdecedora! Um eletrodance tão nervoso que conseguia ser pior que as músicas de Star! Aquele lugar estava simplesmente abarrotado de gente! Se mais alguém entrasse, com certeza viraria um caso de segurança pública!

Star tinha muitos amigos, e disse que esses amigos podiam chamar outros amigos, então o que Star chamava de festa fechada, significava que qualquer um que tivesse seu nome na lista podia entrar levando quinze ou vinte desconhecidos consigo. Não havia um limite, e a coisa estava uma loucura! Não era nem meia noite e já tinha gente demais.

Quão maravilhoso estava o humor de Carla para isso! Star havia insistido muito para que ela fosse, disse que não perdoaria, mas era insuportável! Estava desgastada pelo encontro com Nanda, e tudo que queria naquele momento era ficar sozinha. Apesar de que entre as mais de duas mil pessoas que deviam estar ali, Carla ainda se sentia sozinha. Aliás, não suportava mais mulher nenhuma ultimamente. Não conseguia nem ficar na companhia delas! Tudo que queria era ficar sozinha! Largou o copo no balcão, enquanto as pessoas se acotovelavam à sua volta. Não ficaria ali nem mais um minuto! Star que a desculpasse, ou não desculpasse, mas era muito para suportar naquele dia!

--Ei, aí está você! Estava te procurando! Juro que achei que tinha fugido! – Disse uma Star linda e sorridente.

--É exatamente o que eu ia fazer Star! Sabe que te amo como uma irmã cara! Mas não tá dando pra mim! Faço tudo por você, mas hoje não dá! – Star pôs a mão em seu ombro.

--Tá. Tudo bem, eu ia esperar depois da meia noite pra ser oficial, mas olha, só falta três minutos! Reservei um lugar sossegado lá em cima. Vamos fazer um brinde, e depois você se manda se quiser! – Carla negou.

--Ah não Star, sei que isso é só uma desculpa pra me fazer ficar!

--Não é não! Eu juro, pela alma da minha mãe que eu deixei uma Champagne lá naquela VIP! Aquela lá olha, no terceiro piso, bem silenciosa! Vamos lá, vou fazer vinte um, saio da casa dos vinte e o próximo zero que eu encontrar é nos trinta, aí é fim de carreira! Vamos, brinda comigo! – Carla concordou.

--Você venceu! Uma taça!

--Uma taça, vamos lá! – Gritava Star em seu ouvido enquanto a conduzia para a escada.

Realmente, no segundo piso tocava uma banda de pop que mal podia ser ouvida, e no terceiro piso, onde haviam as salas VIPs, estava um ambiente menos barulhento.

--Star, não consigo, não quero mais! – Disse Carla travando na escada que subia até a entrada da sala sentindo uma vertigem. A escada era de metal, vazada e se via o ambiente lá em baixo.

--Vamos Cosmo! São seis degraus! – Carla segurava firme no corrimão.

--Não consigo Star! Estou de salto! Em uma escada! É muito alto!

--Fecha o olho e solta o corrimão que eu te levo! Vamos! Ande ou balanço a escada! – Carla fechou os olhos e soltou. Star com as mãos às suas costas a conduzia.

Assim que Carla sentiu que não haviam mais degraus ela abriu os olhos. Seu coração que batia acelerado pelo medo falhou, parou por um momento, quando ela viu Nanda à sua frente. Aquilo durou apenas um segundo, mas na mente de Carla o tempo pareceu parar.

Como ela estava linda! Maravilhosa! A pele bronzeada contrastava com o vestido branco tubinho que expunha aquele belo corpo. As lindas pernas à mostra, e aquele decote em vê a lhe desenhar o colo. Era uma visão! Assim que o coração de Carla voltou a bater, batia disparado no peito! No mesmo instante tentou sair, mas Star trancou a porta atrás dela.

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