Capítulo 47 - Desespero

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Nanda parou na garagem de casa. Olhou os olhos no espelho do carro. Não queria que Carla visse que chorou. Já ia ser tão difícil explicar porque não queria mais Tamara como madrinha, apenas explicaria que Tamara tinha outro tipo de sentimento por ela. Não era necessário falar do beijo. Isto só aborreceria mais Carla. Assim que entrou em casa estranhou as luzes apagadas.

--Amor? Carla? Augustã? Dona Lena vocês estão aí em cima? – Ninguém respondeu. Toda casa estava às escuras. Entrou no quarto do casal e ascendeu a luz. O que estaria acontecendo? Seu coração acelerou por um momento quando viu o pequeno bilhete sobre a cama. A aliança de Carla estava sobre ele. Com uma primeira lágrima de muitas pegou o bilhete com mãos trêmulas.

"Não se pergunte

Apenas não era para ser

Adeus"

Como adeus? Como? O que havia acontecido? Enfiou a mão no bolso e tirou o celular. Ligou para Carla e estava desligado. Lágrimas descontroladas já banhavam seu rosto. Entrou no closet, e viu que muita coisa de Carla havia sumido dali. Mais uma vez pegou o telefone e deixou um áudio para o primo com a voz embargada a chorar.

--Davi, preciso de você! Estou morrendo! Dói mais que tudo! Vem pra cá! Preciso... – Não conseguiu falar mais nada apenas chorava. Nisto ouviu a porta bater lá embaixo. Desceu a escada correndo cheia de esperança. Encontrou Dona Lena que a olhava com as duas mãos na cintura. Ela apontou o dedo em riste para Nanda.

--Te disse! Te disse que não ousasse magoar minha filha!

--Eu não... Eu nunca... Onde ela está?!

--Onde ela está? Me pergunta onde ela está? Ela fretou um jato em Paris e foi! Disse que queria só sumir pra bem longe de você! Minha filha estava destruída! Destruída e endurecida como nunca vi! Como pôde Nanda! Ela te ama tanto! Você disse que a amava! Você aceitou casar com ela! – Nanda chorava.

--Mas eu a amo! Amo mais que tudo! Eu não fiz nada! Quero falar com ela!

--Não! Não mesmo! Ela viu você! Insisti muito para saber que ela viu você nos braços da sua "amiguinha ruiva"! Eu disse que ficaria mais uma noite em Paris, mesmo sabendo que ela precisa de mim agora! Eu fiz isso exatamente para impedir que vá atrás da minha filha! Você a destruiu Nanda! Minha vontade é estraçalhar você! Então só vim dar um aviso! Fique longe dela! Eu confiei em você, aceitei como uma filha! Só por isto não te mato agora mesmo! Mas não pense que vai fazer minha filha sofrer sequer mais uma vez! Está avisada! Não a procure mais! – E a senhora saiu batendo a porta.

Era dor demais no seu peito. Tudo que Nanda conseguiu fazer foi jogar-se no tapete e chorar. O amor da sua vida se foi! Ela a havia perdido.

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