Capítulo 31 - Rendição

160 8 1
                                    


Carla tomou um longo banho fervente. Aquele passeio com a namorada havia sido uma tortura em todos os sentidos!

Além de todas as coisas que teve de passar, vertigens, espirros, coceira, além de tudo isto havia algo que a torturava bem mais, e era controlar seu próprio gênio.

Sempre viveu sob suas próprias regras de conduta, sempre fez o que quis. Nunca mediu seus atos baseando suas ações no fato de que magoaria outras pessoas. Nunca se importou.

Controlar-se para não magoar Nanda socando a cara de sua amiga foi de longe um dos atos de mais coragem e controle que já havia tido na vida.

Como se fosse uma ligação bastante antiga, ela e Davi se compreendiam apenas em uma troca de olhar. Parecia até que quem estava ali era Star, pois com ela também tinha essa ligação.

Ver aquela ruiva todo momento a tocar em Nanda, sorrir para Nanda, ajeitar-lhe uma mecha do cabelo cheia de delicadeza e carinho e não levantar e estraçalhá-la em mil pedaços era seu ato de rendição!

Ela notou, Davi notou, talvez somente Nanda não tivesse notado que a garota estava perdidamente apaixonada, babando encantada por ela!

Se havia uma coisa que Carla aprendeu no futebol, é que você não ajuda o adversário. E não dá ideias sobre o adversário ao seu time. Você não chega para a goleira do seu time e diz "está vendo aquela atacante ali, ela quer te fazer engolir um gol". Você não faz isto porque a goleira tem que se preocupar é com o jogo rolando no momento, e quanto menos souber melhor. Se ela souber pode começar a prestar atenção demais!

Se Nanda não havia percebido que Tamara tinha interesses por ela, Carla que não ia ajudar a ruiva revelando isto! Amor também é jogo, talvez de mais estratégia, e seguraria sua gata com as duas mãos. A ruiva que tivesse a ousadia de entrar em seu caminho!

Saiu do banho e deitou-se nua na cama. Não estava cansada, mas era assim que ficava ultimamente quando Nanda não estava por perto, totalmente entediada. Sentiu uma presença dentro do quarto e virou-se assustada.

Na porta Nanda a olhava totalmente hipnotizada. Seus olhos estavam de um negro ainda mais intenso, se é que era possível. Com a boca entreaberta e a respiração descontrolada ela perdia seu olhar a devorar-lhe o corpo nú. Carla fingiu nada perceber. Espreguiçou-se lindamente e sorriu.

--É você Amor! Me assustei! Vem cá me dar um beijo vem! – Nanda mordeu o lábio sem tirar os olhos de seu corpo. Sua voz era completamente atrapalhada.

--Sou... Era... Você me deu... A chave e achei que... Estava... Deliciosa... Dormindo! Amor! Por favor! Veste uma roupa! – Carla levantou-se e desfilou até ela. Nanda respirava como se tivesse corrido uma maratona. Seus olhos perderam-se em seus seios, e quando Carla parou à sua frente ela simplesmente fechou os olhos. Nanda tinha o coração acelerado quando ela colou levemente o corpo nú ao seu, beijou-lhe os lábios com doçura e se afastou. Ainda abriu os olhos a tempo de vê-la desfilar aquela linda bunda até o closet. Seu corpo inteiro fervia. Estava cada vez mais difícil se controlar!

Na sala já vestida em um curto conjunto de pijama Carla esperava Nanda sair do banho, enquanto assistia o canal de esportes e acariciava o pequeno gatinho Esquisito, que ronronava para ela espichado no sofá.

Achou que a namorada dormiria em casa com o primo aquela noite, mas ela explicou que ele tinha amigos na cidade e foi com eles para a balada. Isso era muito bom. Ultimamente Carla se aborrecia toda vez que tinha de se afastar de Nanda. Ficar sem ela era algo que nunca antes experimentou, como se cada vez que ela se afastasse, levasse algo de Carla que ficava fazendo falta.

O Poder eo SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora