capítulo 20

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Postando só agora, o wattpad não estava colaborando comigo hoje e tive que reescrever o capítulo.

Ainda não revisado, espero que gostem!

Beijos😍😘


Ver minha mãe novamente, depois de tudo o que aconteceu mais cedo, intensifica meu desejo de chorar. Ainda em seu abraço, sinto o corpo tremer em soluços silenciosos. As lágrimas, no entanto, não escorrem mais; o que resta é apenas uma dor profunda e constante, como uma ferida que se recusa a cicatrizar. Ela desfaz o abraço lentamente, seus olhos vermelhos e inchados refletindo o mesmo sofrimento que sinto.

— Filho, me perdoa — diz ela, a voz quase quebrando. — Sinto muito por ter omitido isso de você. Queria dizer que fiz isso pensando no seu bem, mas estava muito errada. Me perdoa!

Ela me conduz até o sofá, com um cuidado quase desesperado, e me oferece um copo de água. Sento-me, ainda atordoado, enquanto ela se acomoda ao meu lado, mantendo sua mão firme na minha, o polegar traçando um carinho delicado, quase hesitante.

— Se você quiser, se estiver disposto... — ela começa, a voz baixa, como se temesse a minha resposta. — Posso te contar tudo desde o começo. Você está preparado para ouvir toda a verdade agora?

Respiro fundo, sentindo o peso da decisão, como se cada palavra dela fosse uma pedra, uma parede que tenho que escalar.

— Estou, sim. Quero saber toda a verdade. Quero entender por que nunca me falou sobre isso, por que mentiu. Você tem noção do quão grave é tudo isso? — minha voz treme com a raiva contida, o medo e a frustração. — Estou gerando uma vida dentro de mim e nem sei se isso é humanamente possível. Se descobrirem, vão me tratar como um fenômeno, um caso raro que só acontece uma vez na vida. Vão querer me expor, mamãe... Vão me colocar em tabloides de fofoca, jornais, e, pior, em noticiários sobre aberrações. A ciência vai cair sobre mim como urubus sobre carniça, sem falar nos julgamentos cruéis da sociedade!

Minha voz eleva-se em um tom que quase beira o desespero. Vejo sua expressão se contorcer de tristeza, e as lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto, pingando silenciosamente em seu colo.

— Eu sei, meu amor! — Ela murmura, soluçando entre as palavras. — Nunca achei que deveria te contar. Não pensei que fosse necessário, principalmente depois que você começou a sair com garotas. Mas quando me disse que estava saindo com um homem, e que estava tão feliz por encontrar alguém compatível com você... não tive coragem de falar a verdade. E então tudo se tornou uma bola de neve, cada vez maior, cada vez mais difícil de controlar.

A voz dela vacila, trêmula, sufocada pelo choro. Seu arrependimento é palpável, quase tangível no ar ao nosso redor.

— Mãe, por favor... — minha voz sai mais suave, quase suplicante. — Quero ouvir a história desde o começo.

Coloco o copo vazio sobre a mesinha de centro, sentindo o estômago revirar, e aguardo. A sala parece se fechar ao nosso redor, o silêncio preenchido apenas pelo som dos nossos respirares entrecortados e pelo bater acelerado do meu coração. Ela respira fundo, enxuga as lágrimas com as costas da mão e começa a falar, sua voz carregada com o peso de anos de segredos enterrados.

E, de alguma forma, sei que nada será igual depois disso.

— Tudo bem, eu vou te contar tudo! — minha mãe respira fundo, seus olhos fixos em algum ponto distante, como se revivesse memórias dolorosas. — Tudo começou quando você tinha apenas dois anos. Você sempre foi uma criança alegre, cheia de energia, destemida... adorava descobrir coisas novas! Um dia, num momento de distração meu, você escalou uma cadeira. Me virei por apenas três segundos, mas foi o suficiente para você cair e se machucar feio. Seu pai e eu nos desesperamos e corremos para o hospital com você nos braços. Quando chegamos, fomos atendidos pelo médico de plantão, o Dr. Choe.

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