capítulo 21

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Às vezes, as pessoas só revelam seus sentimentos mais profundos quando o medo da perda as atinge de maneira esmagadora. Outras, conseguem demonstrar afeto com facilidade, sem barreiras. E há ainda aquelas que, por orgulho ou resistência, nem mesmo diante da dor mais profunda conseguem se abrir. Jungkook, nesse momento, pertencia ao primeiro grupo. Vendo seu pequeno anjo desmaiado em seus braços, ele sentiu como se seu mundo estivesse prestes a ruir. Se algo de grave acontecesse com Jimin, ele sabia que nunca mais seria o mesmo.

Enquanto pedia ajuda, sua voz carregava um desespero que ele nunca havia sentido antes. Cada palavra era uma súplica para que alguém fizesse alguma coisa, qualquer coisa, para salvar Jimin. No fundo de seu âmago, Jungkook rogava, silenciosamente, para que, se houvesse um Deus, aquilo fosse apenas um pesadelo e que ele acordasse logo, encontrando Jimin são e salvo, aconchegado em seus braços, na segurança de sua cobertura.

Culpava-se mentalmente, sentindo-se a pior pessoa do mundo por não ter insistido mais, por não ter trazido Jimin à força para casa, se fosse necessário. Ele não tinha ideia de que a longa caminhada até em casa, somada aos enjôos e vômitos constantes, haviam causado uma queda brusca na pressão de Jimin. Tudo o que sabia era que, agora, ele segurava o corpo frágil do menor com um desespero possessivo, temendo que, se o soltasse, Jimin poderia escorregar de sua vida para sempre. Jungkook não confiava em mais ninguém para cuidar de Jimin. Apenas ele poderia garantir que tudo ficaria bem.

— Jimin, por favor, acorda, anjo! — ele sussurrava, a voz embargada pela angústia, dando pequenos tapas no rosto pálido de Jimin. O mundo ao redor desaparecia. Nada mais importava além de Jimin.

Si-Yeon e Taehyung haviam se aproximado no momento em que Jungkook segurou o loiro antes de ele desmaiar, mas, naquele instante, apenas ele e a mãe de Jimin pareciam realmente tentar fazer algo. O desespero nos olhos de Si-Yeon era evidente, enquanto Taehyung permanecia imóvel, observando tudo em silêncio.

Para Taehyung, a cena era um golpe inesperado. Ele nunca foi o tipo de homem que monitorava ou cobrava seu noivo por ciúmes. Sempre se sentiu seguro em sua relação com Jungkook. Afinal, ele sabia que era atraente e confiava no amor que eles compartilhavam. Mas agora, vendo a forma como Jungkook segurava Jimin, a forma como ele implorava por sua vida, Taehyung sentiu algo diferente. A confiança inabalável que ele sempre teve começou a vacilar. Ele não conseguia entender o comportamento de Jungkook. Nunca, em todo o tempo em que se conheciam, o noivo havia demonstrado tal preocupação ou afeição por Jimin. Na verdade, Jeon sempre tratava o loiro com frieza e, muitas vezes, o ignorava. E, de repente, ali estava ele, tão desesperado, que parecia que o mundo iria acabar se algo acontecesse a Jimin.

Uma raiva surda começou a crescer dentro de Taehyung. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas a cena diante de seus olhos estava despertando sentimentos que ele não sabia que existiam.

Si-Yeon também estava perplexa. Ela já havia notado a frieza com que Jungkook costumava tratar seu filho. Havia momentos em que ela chegou a pensar que Jeon não gostava de Jimin. No entanto, vendo o desespero em seus olhos, ela se sentiu confusa. O que estava acontecendo? Por que Jungkook parecia tão abalado?

— Si-Yeon, pegue a chave do meu carro! Vamos levá-lo ao hospital agora! — Jungkook já se levantava com Jimin em seus braços, caminhando apressado em direção à porta.

Si-Yeon correu na frente, bloqueando a passagem do moreno. Ela sabia que, em hipótese alguma, Jimin poderia ser levado ao hospital. O risco de descobrirem a condição de seu filho era grande demais.

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