Capítulo 03

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Não há nada tão ruim, que não possa piorar!

Como é que você sabe quando está no fundo do poço? Essa é uma pergunta bem interessante e eu sei a resposta, porque eu já estive lá.!

Quando minha mãe desconfiou que eu poderia estar com algum problema, ela me levou ao nosso médico e contou tudo o que vinha acontecendo comigo nos últimos tempos, ele disse o que provavelmente estava acontecendo e nos indicou uma psicóloga, uma médica de sua confiança e então marcamos uma consulta.

No dia marcado, a gente foi! Quando chegou minha vez entrei no consultório sozinho, eu estava assustado demais, mas mesmo assim eu entrei, eu não sabia muito o que dizer a médica. A doutora e eu ficamos algum tempo calados, eu apenas brincava com os dedos das mãos, vez ou outra a psicóloga anotava algo em sua prancheta, depois de alguns minutos resolvi abrir o jogo e contar o porquê de eu estar ali, ela escrevia ainda mais coisas e eu ficava me perguntando o que ela tanto anotava naquele papel.

Um tempo depois de eu achar que já tinha contado toda a história, ela me disse que tinha um diagnóstico e pediu-me para que eu chamasse a pessoa responsável por mim, assim eu fiz!

Quando minha mãe entrou na sala ela pediu para que ela se sentasse ao meu lado, feito o que havia sido pedido, a médica começou a falar, quando as palavras começaram a sair de sua boca eu senti um zumbido nos meus ouvidos, eu a encarava mas não conseguia mais ouvir o som de sua voz, apenas via seus lábios se moverem. E foi exatamente nesse dia que descobri que sofria de satirismo ou donjuanismo.

Eu não entendi o que aquilo significava, e me sentia muito confuso, suas palavras eram estranhas para mim eu não conseguia entender nada,  a doutora me vendo perdido me explicou de uma forma simplificada, minha mente deu um nó e me senti mais confuso ainda, mais ai aos poucos a ficha foi caindo acho que meu cérebro só precisava de um tempo para processar, minha mãe que estava ao meu lado tentava me consolar de alguma forma, suas palavras não chegavam até mim, desolado era a palavra que me definira naquele dia, eu não queria aceitar e nem entender a minha situação, já imaginou, um adolescente que tem toda uma vida pela frente e que está se descobrindo agora, receber um diagnóstico de que provavelmente nunca terá uma vida sexual normal. Eu achei que era apenas uma fase e que o meu descontrole hormonal fosse resolvido com o tempo e não que eu tinha uma doença que duraria e que poderia prejudicar toda minha vida sexual.

Minha psicóloga me disse que tem tratamento, que devemos tratar essa doença como qualquer outro vício, que existe medicações para diminuir a sensação de prazer causada pelo cérebro, mas não tem cura, ela falou que não há um motivo específico que desenvolva ou cause esse transtorno psíquico em alguém, simplesmente acontece, ou talvez você já nasça com ele e só se desenvolva com o correr dos anos.

Saí da sala quase correndo com lágrimas nos olhos deixando minha mãe para trás, sabia que estava sendo seguido por ela que me chamava, eu não aceitava, em hipótese alguma que estava doente, eu estava igual como quando, uma pessoa descobre que está em estágio terminal.

Minha mãe me falou uma vez, que quando uma pessoa está em estágio terminal, ela passa por três fases;
Primeira- Aceitação;
Segundo- Negação;
E por fim e não menos importante. A
terceira e última: depressão.

Só que comigo foi o contrário, primeiro veio a negação, eu não aceitava que estava doente e que precisava de ajuda.

Depois veio a depressão, eu vivia isolado, me escondendo das pessoas.
Minha vida ficou um caos, eu já não tinha muitos amigos na escola e depois que me descobri viciado em sexo, fiquei com medo de me aproximar ainda mais delas.

Minha rotina era a mesma todos os dias, da escola para casa e de casa para a escola, sem nenhum rodeio ou desvio de percurso, e ainda me tocava várias vezes por dia!

VICIADO! Jikook CONCLUÍDA! Onde histórias criam vida. Descubra agora