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VINNIE

Era nítido o quanto eu me forçava a me manter firme, eu não tremia, eu não chorava, eu não me alterei em momento nenhum, não por Gardner, mais por Sarah, lógico que dentro eu tinha medo de ele acabar machucando ela, mais queria passar confiança a Sarah, pra que ela sentisse em mim a sua fortaleza, já nela era nítido o desespero de ele fazer algo conosco, seria pior se eu demonstrasse fraqueza a ela, ela carregava um filho meu e eu precisava passar pra ela que sairíamos daquele quarto bem, se ela visse em mim alguém que não conseguisse ampara-la, não me perdoaria.

Ele disse que sabia que não sairia daquele quarto, ele havia desistido de tudo, da vida já que ele disse a merda que a vida dele ia e eu mesmo o odiando quis dar a ele alguma ajuda, eu o ajudaria em troca de ele largar aquela arma e nos deixasse sair daquele quarto, parecia uma troca justa. Mais ele estava num estado que eu não o reconhecia, com certeza o Gardner que eu um dia conheci e fui amigo não estava naquele quarto, e tenho minhas dúvidas se já existiu um dia.
O homem a minha frente era um drogado, totalmente desestabilizado, com o psicológico fudido, agressivo e não sabia se quer formular frases é um dialogo.
Eu confesso ter sentido pena mesmo tendo aquela apontada pra mim, mesmo ele puxando o cabelo de Sarah e eu querer socar tanto a cara dele ali até que ele a soltasse, mais eu senti dó, ele estava perdido, sem esperança, recebeu tanto ataque que não aguentou a pressão, era triste ver o homem que era e o que se tornou em tão pouco tempo.

Ele olhou pela janela e deve ter percebido que com a chegada da polícia o show dele não iria mais durar muito, eu não duvidava do que ele podia ou não fazer com aquela arma, mais eu me mantinha firme, com Sarah eu tinha certeza que não deixaria ele fazer nada.
Com o choro de Sarah, com o desespero dela ele inocentemente acreditou que se me matasse ela sofreria mais, já que ele disse que tiraria o mundo de um de nós, mais não era verdade, se acontecesse algo com Sarah era eu quem mais sofreria, eu não viveria num mundo aonde ela não existisse.

Com raiva ele apontou a arma na minha direção e Sarah gritou chorando, ele implorava pra ele não fazer nada, torcia pra ele se comover e não fazer.
_"Não, ele não", Sarah clamou e Gardner pareceu surpreso e fraquejou com a arma apontada a mim, respirei mais tranquilo.
_"Você? Daria sua vida no lugar dele?", Gardner perguntou e eu olhei pra Sarah e ela pareceu responder que sim ao me olhar de volta e ele nem se quer esperou a resposta é apontou a arma novamente em minha direção então Sarah se jogou pra frente vindo na minha direção, se soltando de Gardner, se colocando na linha de tiro, com dois passos grandes ele me alcançou e eu a recebi de braços abertos a abraçando e com um movimento rápido virei o corpo com ela no meu abraço a tirando novamente da linha de tiro e de repente ouvimos um estampido ecoar, era um tiro.

Me assustei e abracei Sarah forte a protegendo com meu corpo, eu queria esconder seu corpo todo em mim, acho que consegui, pois estava curvado sobre ela, torcia pra ser a polícia, um sniper acertando ele sei lá, eu sabia que eles não tinham invadido o quarto por que a porta continuava intacta mais ao lado, não havia fumava e nem movimentos, em questão de segundos do primeiro um segundo tiro ecoou pelo quarto e abracei contendo Sarah protegida mais ainda, ela tremia de medo, fechei meus olhos com força.
Novamente segundo depois agora ouvimos algo cair forte no chão, dois segundos depois um silêncio, virei o rosto minimamente pra espiar pra trás, nos meus ouvidos ainda se ouvia o zumbido dos dois tiros disparados, a barulho do tiro é específico, forte, um estampido que se escutado de tão perto como nós estávamos podia ser ensurdecedor.
Assim que virei o rosto minimamente vi Gardner caído no chão, me permiti olhar mais um pouco pra entender o que tinha acontecido.

Vi sangue espirrado na parede atrás de onde ele estava, ele segurava a arma em si, boca dele estava aberta, ele se matou, tremi, 'Ele se matou', pensei, minha cabeça girou, senti nojo, tontura, Sarah enfim se desenterrou do meu abraço e tentou espiar como eu, mais eu segurei seu rosto em mim, ela não precisava ver isso, 'tô tonto', pensei.
_"Acabou", disse a ela e ela respirou, segurava a respiração a algum tempo acho, e chorando me abraçou chorando, e senti o braço dela correr minhas costas me abraçando, me senti tonto, e ela tirou das minhas costas aonde me abraçou, confusa trouxe a mão pra frente para olhar, seus dedos estavam vermelhos, era sangue, olhei confuso e senti que precisava sentar, talvez minha pressão tinha caído.
_"Vinnie", Sarah disse e eu senti minhas costas num ponto específico queimar, se pudesse adivinhar sem ver acredito que esse incômodo era bem próximo aos pés do anjo que tenho tatuado nas costas, queimava, olhei pra cama mais antes que eu conseguisse alcançar pra sentar, eu caí.

_"Vinnie... amor, hey...", Sarah me segurou e mesmo sem muita força ela apenas me segurou pra que meu impacto no chão não fosse tão forte, queimava, eu senti sono, eu tinha levado um tiro, "Vinnie, olha pra mim, amor...", Sarah pediu, mais meu cérebro não respondeu imediatamente, eu parecia em câmera lenta, meus movimentos pareciam mais lentos que o normal, eu queimava, queimava por dentro também.
_"Sarah...", chamei por ela.
_"Eu tô aqui, eu tô aqui... olha", ela disse e eu com a cabeça meio bamba consegui focar o olhar nela, senti que ela segurava minha mão, ela estava ajoelhada ao meu lado, seus olhos vermelhos de tanto chorar, seu cabelo bagunçado, sua maquiagem borrada, ela era linda até assim, "Amor vai ficar tudo bem tá... eu vou chamar ajuda", ela disse mais não soltei a mão dela, com a única força que eu conseguia ter eu a segurei ali, não a soltaria, não consciente.

_"Ajuda", ela gritou ao relento, vai que alguém escutasse, ela parecia gritar alto mais eu não ouvia nitidamente, eu perdia a consciência mais e mais a cada segundo, "Ajuda aqui... Vinnie acorda, fica comigo amor", ela pediu e eu me forcei a tentar, "Vai ficar tudo bem ok, você vai ficar bem", ela disse e eu não sei se tinha certeza disso a minutos atrás, mais agora ali caído eu não acreditava mais nisso.
_"Eu te amo", consegui falar, talvez eu sussurrava.
_"Eu também Vinnie, eu também... ajuda, ele levou um tiro", ela respondeu e gritou novamente.
_"Vinnie fica comigo, por favor", ela pediu olhando meus olhos e lágrimas desceram do seu rosto, eu não queria deixá-la, por nada nesse mundo, mais era inevitável.
_"Sempre, linda", consegui dizer e apaguei.



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Termino o capítulo em soluços de tanto chorar, esse capítulo me doeu...

De novo desculpa o horário, mais sei que a maioria vai ler amanhã de manhã, então bom dia pra vocês e tenham uma boa segunda, se é que é possível depois desse capítulo.

Beijo 💋 💬⭐️❤️

Quando ninguém mais quiser • Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora