A esposa de Sukuna +18

108 capítulos

Pov: Luci

Deslizo os dedos suavemente pela pintura, nosso retrato quando mais novas. Isso me trazia lembranças tão amargas e dolorosas.

Como lida ao saber que você está perdendo alguém? Justo alguém que você jurou seguir até sua morte? 

Eu não sabia lidar com isso, tudo me angústiava de uma maneira sufocante, puxo ar desesperadamente tentando me manter calma. Tudo que sempre tamo estava acontecendo e como eu podia impedir? Como eu podia fazer algo?

As batidas da porta se fazem presentes, e Amon entra no quarto, me mantenho olhando o único ponto de luz no quarto, a luminosidade que atravessava as cortinas.

-- Luci? Oque aconteceu? Fiquei extremamente preocupado.

Mas algo me incomodava, eu deveria realmente fazer algo? Eu jurei proteger S/n dando minha vida pela dela se preciso, mas nessas condições eu não sei como agir, eu sempre tinha ótimos planos mas parece que tudo se embaralhou.

-- Luci? Não está me escutando? Oque está havendo meu amor? Por favor me diga.

As mãos de Amon segura meus braços me sacudindo, finalmente o encaro, seu rosto assustado e preocupado.

-- Amon.... Se o Sukuna não quisesse que você interferisse em um assunto de suma importância, mas você sabe que oque ele está tentando fazer irá acabar com a vida do mesmo. Oque você faria?

Ele me encara com o semblante confuso e se senta a minha frente, Amon assim como eu fomos salvos e temos uma divida impagável, somos parecidos nisso em que nós envolve. Ambos salvos por Deuses poderosos, dando a eles nossa completa devoção e fazendo um pacto de alma onde nos comprometemos, a sempre lhe obedecer. Nós dois estamos acorrentados a eles.

-- Eu tentaria o alertar, mas se o Mestre decidisse por si próprio seguir em frente eu apenas o apoiaria e tentaria o proteger de todas as formas. Você.... brigou com a sua Senhora?

Abaixo o olhar alisando nosso quadro.

-- Sabe Amon, Quando eu era criança eu vivi nas ruas, passando fome e sendo maltratada, brigando com os cachorros por restos de comida. Mas eu fui ao Castelo em busca de restos melhores e acabei na cozinha, S/n me encontrou e enquanto eu pensava que poderia me aproveitar da princesa.  Ela me via como uma amiga que nunca poderia ter, no começo eu agia por puro interesse e raiva achando que eu seria o brinquedo da lorde. Mas enquanto eu pensava nisso e em um modo de ter que aturar ela sem ser grossa. Ela era estrupada para me manter no Castelo, S/n sempre esteve em um nível intocável de espiritualidade. Quando eu a achei sangrando na biblioteca e soube de toda verdade eu me odiei....

Amon me olhava desacreditado, imóvel e até inojado.

-- Onde quer chegar Luci?

Coloco o quadro em suas mãos, me levanto abrindo a curtina cruzando meus braços.

-- Eu sempre tentei me redimir por tudo que a S/n fez por mim, sinto como se um precipício estivesse nos separando nesse momento. E sabe oque é engraçado? Pq eu fui egoísta a ponto de pensar que sempre que eu estivesse em perigo, S/n me salvaria e me colocaria a cima de tudo, assim quando mais novas onde ela sempre me priorizava, mas agora eu percebo o quanto fui estúpida. Ela não irá mais correr e se jogar ao fogo para me salvar, eu fiquei tão apegada a ideia de ser tudo que a S/n tinha que esqueci de fazer o meu papel, de ser tudo que ela precisava.

Mas agora eu consigo visualizar o enorme precipício que se abriu, que eu abri contra nós duas, onde estamos separadas de cada lado e dessa vez se eu cair na grande fenda ela não se jogaria comigo. Pois consigo visualizar uma breve brecha do futuro, uma brecha onde eu via seu rosto banhado em lágrimas e uma expressão dura e hostil apesar das lágrimas, em seu colo um bebê com a expressão serena e logo suas costas enquanto caminha para longe da fenda. E de mim. Por que agora eu não sou tudo oque ela tem, S/n já tem pelo que lutar e proteger e se eu a conheço bem..... Aquele bebê se tornou seu motivo de respirar, e ela vai preferir destruir tudo a sua volta apenas para o manter seguro.