Capítulo 30 - Brigas de Amor

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Draco tinha certeza de que estava tendo um pesadelo, e de que logo iria acordar. Quando Harry entrou no Café e parou perto da mesa, seu coração bateu tão depressa que ele achou que fosse pular pra fora do peito. Fechou as mãos que estavam tremendo e se ordenou a ficar calmo. No entanto, a situação era demais pra ele. Estava com os nervos em frangalhos, e não apenas porque seu amante e seu namorado estavam agora frente a frente.

Estava nervoso pelas consequências daquele encontro. Por um lado, ele poderia terminar ficando sozinho, sem Harry e Bill. Por outro, havia dito coisas demais para uma plateia muito enxerida. Até onde o mundo sabia, Harry Potter era um herói heterossexual. Draco sabia muito bem que a maioria das pessoas no mundo bruxo não aceitaria Harry tão livremente se eles descobrissem que o moreno era gay e estava dormindo com Draco.

- Café, por favor. – pediu Harry à garçonete.

Draco franziu a testa. Estava tão perturbado que nem notou que Harry havia se sentado à mesa. E quem era o loiro esnobe ao lado dele? Draco imediatamente sentiu ciúme. Lançou ao rival um olhar mortífero, e este aceitou prontamente seu desafio silencioso. O loiro arrogante lhe lançou um sorriso escarninho, e Draco sorriu de volta queimando de raiva.

- E você é...? – Draco perguntou ao loirinho.

- Ah, perdoe a minha falta de educação. – disse Jacques com ironia. – Meu nome é Jacques. Jacques Delacour. E você deve ser... Drago... alguma coisa.

- Draco Malfoy. – disse Draco com os dentes cerrados, segurando o desejo de socar o pirralho arrogante. Então ele era um Delacour. Draco devia ter percebido. Aquele sorriso afetado e a postura esnobe eram iguais aos de Fleur. Draco não conseguia acreditar em sua má sorte. Um Delacour não era o bastante para tornar sua vida miserável. Havia outro para lhe roubar não só Bill, mas também Harry.

Draco havia lutado tanto pra penetrar na concha de Harry e fazê-lo admitir que ele desejava Draco. Várias vezes Harry havia lhe dito que era heterossexual. Como é que tinha coragem de aparecer ali com outro homem? Como ele se atrevia? E tão rápido! Talvez agora que Harry houvesse experimentado o fruto proibido, ele iria tentar outros até que estivesse satisfeito. Talvez a luxúria de Harry por Draco não tivesse nada a ver com o próprio Draco. Talvez qualquer homem servisse pra Harry.

Draco respirou com dificuldade. Estava tão focado em seus pensamentos obscuros que não notou como Bill estava corado. Claro, ele não tinha como saber que o pé de Jacques estava massageando a virilha de Bill por baixo da mesa, e que Bill estava tentando chutar o pé atrevido pra longe.

Harry também estava preso em seus próprios pensamentos obscuros. Seu ciúme continuava forte em seu coração, mas sua insegurança estava levando a melhor sobre ele até aquele momento. Ao ficar frente a frente com o tão-malditamente-perfeito Bill Weasley, ele se tornara mudo. Não sabia o que dizer ou fazer. Alguém pensaria que uma situação como aquela seria fácil pra ele. Infelizmente, não era. Ele estava muito nervoso.

Relanceou para Bill pelo canto dos olhos, e seus lábios se curvaram em um sorriso amargo. Bill era tudo que ele não era. Ele era alto, bonito e charmoso. Mais que tudo, ele era normal. Bill não era tão complicado quanto Harry. Ele não tinha problemas como Harry. Harry não fazia nada a não ser gritar com Draco e provocá-lo, enquanto Bill agia como o namorado perfeito e compreensivo. Harry podia apostar que Bill perdoaria Draco por dormir com outro homem. Os olhos de Harry escureceram ante aquele pensamento.

Será que Harry podia competir com Bill? Bill também tinha uma família barulhenta e amorosa para dar apoio a ele e Draco. Harry estava sozinho no mundo. Porém, Bill não tivera um lunático tentando matá-lo desde que ele era um bebê. E Bill não era o herói do mundo bruxo.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora