Havia um bebê chorando. Harry tentou abafar o som cobrindo suas orelhas, mas não adiantou. Desta vez o grito de um homem se juntou ao choro. O coração de Harry quase saiu pela boca. Era a primeira vez que ouvia seu pai em seus pesadelos. Ele observou Voldemort explodir a porta do seu quarto e então matar sua mãe. Harry mordeu o lábio inferior até sentir o gosto de sangue. Suas pálpebras mexeram-se freneticamente em seu sono. Sua respiração se acelerou enquanto ele agitava-se na cama. Enquanto isso, no seu sonho, ele observava o corpo sem vida de sua mãe cair no chão. Os olhos verdes dela, agora vazios, pareciam encará-lo. Seu coração se apertou.
"Me desculpe... Desculpe..." Ele murmurou em lágrimas. "Mãe.."
Então algo de novo aconteceu. Voldemort olhou para ele e sorriu maldosamente. Harry arregalou os olhos e então sua cicatriz pulsou dolorosamente.
"NÃO"' Ele gritou.
O corpo de Harry estava todo trêmulo quando Draco irrompeu em seu quarto. Ele ouviu Draco chamar seu nome, e Harry vagamente se ouviu chamar por Draco. Os lábios de Draco moveram-se enquanto ele se inclinava perto de Harry, mas o moreno não conseguiu ouvir nada do que ele dizia. Harry ouviu um 'Por Merlin!', e então sentiu uma toalha molhada encostar-se à sua testa. Ele suspirou aliviado. Sentiu uma mão carinhosa afagar sua face ternamente e sussurrar palavras suaves. Gradualmente, ele parou de tremer e a dor em sua testa cessou quase que completamente. A toalha foi tirada de sua testa e ele abriu seus olhos.
Draco ainda estava ali, encarando-o com preocupação.
- Você está bem? – perguntou Draco.
Harry assentiu. Seu coração batia apressado e ele não podia entender porque. Foi então que notou sua mão agarrada a algo como se sua vida dependesse daquilo. Ele percebeu repentinamente que segurava a mão de Draco. Harry largou dela imediatamente, e enquanto o mundo começava a fazer sentido novamente, sentou-se ereto e fitou Draco com desconfiança.
- O que você está fazendo aqui?
Draco franziu a testa.
- Você estava gritando, Potter. Não acho que conseguiria dormir com você gritando por ajuda.
- Não estava gritando por ajuda! – Harry exclamou, ultrajado.
- Estava sim, - respondeu Draco calmamente, mas Harry pôde sentir que ele estava se segurando por um fio. – Você estava gritando e chorando. Teve um pesadelo horrível. Sua cicatriz estava queimando. Pude vê-la pulsando.
Harry traçou a cicatriz com seus dedos. Sua cicatriz não latejava mais desde a derrota de Voldemort. Na verdade, sua cicatriz somente latejava quando Voldemort estava por perto. Ele arregalou os olhos e correu para o banheiro. Olhou-se no espelho e fitou sua cicatriz mais de perto.
- Harry? – perguntou Draco com preocupação.
Harry encarou-o tentando não entrar em pânico. Era apenas um sonho ruim. Voldemort estava morto de verdade dessa vez. Ele não iria voltar. Mas Voldemort havia olhado direto para ele no seu sonho, como se ele soubesse da presença de Harry ali o tempo todo. Harry balançou a cabeça. Era impossível. Ele havia matado Voldemort com a ajuda de Dumbledore. O sonho não significava nada.
- Preciso de uma bebida. – ele disse com rouquidão, andando com dificuldade na direção da porta do quarto. Draco o agarrou antes que ele pudesse ir mais longe.
- Nem pense nisso. Álcool não é do que você precisa, Harry. – Draco disse com firmeza.
- Não me diga do que eu preciso, porra! Você nem faz ideia! – Harry gritou, empurrando Draco pra longe violentamente.
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Bem me quer, Mal me quer
Fiksi PenggemarQuatro anos após a derrota de Voldemort, Draco é intimado pelos Weasleys a ajudar Harry a sair de uma depressão profunda. Draco acha a ideia absurda, mas segue com o plano maluco de Hermione. Draco espera com isso enterrar seus sentimentos por Harry...