Capítulo 43 - A Mansão dos Malfoys

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Quando Draco chegou à Mansão dos Malfoy, sentiu uma variedade de emoções. Estranhamente, a maioria de suas memórias não era tão ruim como ele pensara que seria. Havia passado bons momentos naquele lugar. Quando era pequeno, seus pais haviam lhe feito todos os caprichos e vontades. Sentiu algo pesar em seu coração ao se lembrar de como Lucius o ensinara a voar; e como sua mãe o havia ensinado a ser um perfeito cavalheiro e sempre manter a cabeça erguida em qualquer situação. Narcissa também lhe ensinara seu senso de moda e estilo. Ela o havia mimado bastante, e sempre lhe presenteara com o que havia de melhor no mundo bruxo e trouxa.

Era engraçado pensar em tudo aquilo agora. Ele realmente pensara que, quando visse a mansão novamente, seria tomado por lembranças horríveis, do tipo que lhe assustariam. Mas o oposto estava acontecendo. Ele tinha boas lembranças daquele minicastelo belíssimo e antigo, que havia abrigado gerações e gerações de Malfoys.

O mais surpreendente de tudo era ter boas lembranças de seus pais. Quando pequeno e sem nenhum conhecimento de mundo, aquele lugar havia sido seu reino secreto, e sua mãe e seu pai haviam sido heróis a seus olhos. Narcissa sempre havia posado como a mulher mais elegante que Draco já havia visto, e continuava a ser até a presente data. Seu pai havia sido um exemplo de boas maneiras e classe impecável. Draco havia admirado ambos quase como deuses, e esperara crescer e ser como eles.

Mas então, suas belas lembranças de infância foram tomadas pela realidade.

Era verdade que Draco havia sido tratado como um príncipe até os onze anos de idade. Ele havia reinado absoluto na mansão, desfilando como um verdadeiro membro da aristocracia bruxa que tinha o mundo nas mãos e nem mesmo o céu era o limite. Ele nunca havia questionado a autoridade dos pais porque eles pareciam saber sempre o que era melhor pra ele.

Tudo mudara, no entanto, quando Harry Potter havia entrado em sua vida. Após o encontro dos dois na loja de Madame Malkin, a vida de Draco havia mudado completamente. Depois de Harry, tudo girava em torno de competir com ele, ganhar dele em tudo, fazer o quatro-olhos sofrer e experimentar o que era vir de espécies inferiores. Lucius havia encorajado Draco a odiar Potter com todas as suas forças. E porque Harry o tratara com tanto desdém, não havia sido tão difícil para Draco encontrar razões para odiá-lo.

Não fora complicado manter o ódio por Harry intacto com o passar dos anos. O que ficara difícil para Draco havia sido negar sua verdadeira identidade. E aquilo não era tudo. As constantes exigências de seus pais para que ele fosse perfeito começaram a deixá-lo maluco. Toda vez que Draco voltava para casa para passar suas férias de verão, Lucius parecia mais e mais decepcionado com ele, e sempre apontava novas falhas no caráter de Draco.

Sua mãe havia sido indulgente por mais tempo, mas depois que ficou provado que seu filhinho tinha vontade própria e não a dela, ela havia se tornado tão maldosa nos seus comentários e ações quanto Lucius. Seus pais haviam ficado tão enojados com ele que até mesmo contrataram Johnson Smear para atrair Draco para um falso romance apenas para fazer de sua vida um inferno. Lucius esperara que Draco voltasse para a mansão implorando para ser aceito de volta. Ele havia subestimado a força de Draco e a compaixão de Severus.

Fora Severus quem viera em seu socorro quando Draco estivera quebrado e em desespero. Severus havia lhe deixado aos cuidados de Molly e Arthur Weasley antes de desaparecer do mundo bruxo atrás de Black. E por isso, Draco seria eternamente grato a ele. Ainda surpreendia Draco como os Weasleys haviam lhe aceitado tão livremente e calorosamente considerando o jeito horrível com que os Malfoys haviam tratado a família por muitas décadas, senão séculos.

Draco havia achado o caminho de volta. Havia feito às pazes consigo mesmo. E se amaldiçoaria se deixasse seus pais destruírem o que havia construído com o passar dos anos. Por isso estava ali, na frente da Mansão. Seria seu confronto final.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora