Harry sempre se sentia inquieto nas noites de sábado, e geralmente saía para beber alguma coisa e procurar por companhia. Embora ele não se sentisse lá muito sociável, estava se sentindo particularmente impaciente. Por isso, ele agarrou uma garrafa de vodca e lutou por alguns minutos contra a vontade de beber seu conteúdo. Mas sua necessidade por alívio o venceu. Ele bebeu o bastante para ficar tonto, e no minuto seguinte sentou embaixo do retrato da Sra. Black, os dois rindo à beça.
Harry não tinha conhecimento de que retratos podiam ficar bêbados, mas de alguma forma a Sra. Black havia apanhado uma garrafa de uísque de malte de outro retrato e havia bebido metade dela. Harry não conseguiu parar rir quando a viu. Ela tinha um sorriso tolo nos lábios, e as suas bochechas gordas estavam vermelhas.
- Ah, apenas... hic! Cale... hic... sua maledita... matraca... hic... de trouxa! – ela gritou para Harry. Mas então ele fez uma piada e ela começou a rir também. – Ah, pare com isso! – ela disse, caindo para o lado na pintura e sumindo por alguns segundos. Ela voltou com seus cabelos em desalinho e rindo sem parar.
- Você fica engraçada quando está bêbada! – Harry comentou, sorrindo estupidamente. – Talvez eu devesse mandar pintar algumas bebidas no seu quadro!
Ela assentiu ante a ideia.
- Bem, eu sempre gostei de beber... socialmente, quero dizer. – Ela fez uma careta. – Depois de uma certa idade... hic! Depois de uma certa idade, uma boa garrafa de uísque é tudo o que importa, especialmente para uma pintura que irá viver pra sempre pendurada na parede... Quero dizer, o que eu consegui na minha vida? Nada! Toda a minha família está morta. Há um bastardo vivendo na minha casa... Tive um filho viado, um filho que era meu orgulho... hic! E eu acho que outro era viado também. Quero dizer, ele tinha um relacionamento muito estranho com aquele lobisomem...
Harry franziu a testa.
- Você acha é? Eles eram só amigos, não?
Ela revirou os olhos.
- Ah, por favor! Sirius teve algumas namoradas, mas eu sei, e uma mãe sabe dessas coisas que...
- Você foi uma mãe horrível! Como é que sabia de alguma coisa?
- Não me interrompa, bastardo! Eu sou velha! Hic! – Ela fez uma pausa para beber mais. – Tenha mais respeito com os mais velhos! Mas de qualquer forma, como eu estava dizendo, Sirius tinha namoradas, mas ele preferia ficar com o lobisomem. As garotas nunca duravam muito, mas o lobisomem estava sempre com ele, e aquela coisa era tudo que importava pra ele. – ela disse pensativamente.
- Remus não era uma coisa! Ele era uma pessoa maravilhosa. Na verdade, - Harry ergueu a garrafa no ar. – Ele foi o melhor homem que eu já conheci. Então eu bebo em homenagem a Remus! – Harry tomou um gole da vodca. – E mesmo se eles foram gays, não me importo. Eu gostava de ambos. – Ele fechou os olhos com tristeza. – Espero que eles estejam juntos agora.
- No inferno, - apontou a Sra. Black.
- Não no inferno! – Harry exclamou, irritado. – Você está no inferno! Você e o resto da sua família doente. Sirius e Remus estão no céu com meus pais.
- Oh, me dê um lenço que eu vou chorar! – ela disse com escárnio.
Harry olhou para cima e lhe mostrou o dedo do meio. Ela fingiu ficar ultrajada.
- Sabe... – ele começou, apontando o dedo pra ela. – Eu acho... que você é a pessoa mais horrível que eu conheço. Nunca conheci ninguém pior do que você, com exceção de Voldemort, Lucius Malfoy e Bellatrix Lestrange e... e... Rabicho. Que o inferno os tenha.
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Bem me quer, Mal me quer
FanfictionQuatro anos após a derrota de Voldemort, Draco é intimado pelos Weasleys a ajudar Harry a sair de uma depressão profunda. Draco acha a ideia absurda, mas segue com o plano maluco de Hermione. Draco espera com isso enterrar seus sentimentos por Harry...