Capítulo 40 - Coisas Não Ditas

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Draco sentiu uma mão tocar seu ombro um quarteirão antes do chegar ao seu prédio. Ele pulou de susto e se virou com a varinha nas mãos. Seu coração estava batendo apressado com o pensamento de que poderia ser um dos fãs malucos de Harry, um maníaco homofóbico, ou (ele tremeu violentamente) a pessoa que o ameaçava.

Mas não era nenhuma dessas pessoas. Era apenas Bill Weasley usando um longo casaco preto de couro, uma camisa branca apertada por baixo e botas de couro de dragão que Draco havia lhe dado antes de tudo terminar entre eles.

- Bill! – Draco exclamou com as mãos no peito, mas aliviado ao mesmo tempo em ver o ex-namorado.

- Desculpe se te assustei. – disse Bill com a voz rouca que Draco adorava.

Ver Bill enquanto estava se sentindo tão solitário fez com que parte do coração de Draco que torcia pelo relacionamento dos dois despertasse. O ruivo estava tão lindo e elegante. E nem um pouco deprimido, o que chateou Draco um pouco. Ele engoliu em seco e se segurou para não dar um abraço apertado no ex. Aquela ação boba poderia levá-los a coisas que ele preferia nem pensar, como um 'olá' apaixonado e um beijo de 'senti sua falta' seguido de uma noite de sexo gratificante.

Draco sentiu-se mortificado com sua linha de pensamento. Ele amava Harry; não havia mais dúvidas sobre o assunto. Mas mesmo assim, seu corpo ainda se lembrava do de Bill e sentia sua falta... Especialmente agora que estava sozinho. Ele franziu o cenho com repugnância da fraqueza de seu corpo. Quase pôde ouvir Harry dizendo com ironia:

- Sabia que você não ficaria uma semana sem sexo.

Ele provaria que Harry estava errado. Era forte. Ele e Bill eram apenas amigos agora, se é que eram mesmo. Eles não se falavam desde aquele encontro horrível no Beco Diagonal.

- Você está bem? – Bill perguntou com a testa franzida.

- Estou. – murmurou Draco, balançando a cabeça distraidamente.

- Podemos conversar? – perguntou Bill com a cabeça baixa, como se estivesse com medo de encarar Draco. – Da última vez que conversamos tudo foi uma bagunça... Muitas pessoas estranhas se metendo nos nossos assuntos... E fui eu quem começou... Não fui exatamente justo com você naquele dia... Mas... Estava magoado. Você também não foi justo comigo. Então... Podemos conversar? Assim poderei te pedir perdão apropriadamente.

Draco suspirou. Eles realmente precisavam conversar melhor sobre o fim do romance dos dois. Dizer que as coisas haviam terminado pessimamente entre eles era pouco. Eles trocaram um olhar. Draco assentiu mais uma vez e pediu que Bill o seguisse.

Nenhuma palavra foi trocada entre eles enquanto ambos se dirigiram para o apartamento de Draco. No entanto, Draco pôde sentir a tensão crescente entre os dois. E era tudo culpa de Harry por deixá-lo sem sexo por uma semana, além de não se importar em entrar em contato com ele. Harry merecia ser traído já que não se importava em dizer a Draco que estava bem.

Draco balançou a cabeça e agarrou sua pasta com força até que os nós de seus dedos ficassem brancos. Ele não deveria pensar dessa forma. Havia percorrido um caminho muito longo para desistir do relacionamento com Harry por causa de suas inseguranças bobas. Além do mais, não seria justo com Bill usá-lo como estepe só porque estava chateado com Harry.

Draco desfez as proteções mágicas de sua porta e a abriu. Ele deu passagem para Bill entrar. Uma vez lá dentro, Draco pediu que Bill escolhesse entre um dos pequenos sofás ou a poltrona de couro para se sentar. Bill estava prestes a fazê-lo, mas quando ele passou por Draco, seus corpos se tocaram ligeiramente e foi como se o tempo houvesse congelado.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora