Capítulo 42 - Por um Fio

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NOTA DA AUTORA: Aviso de gatilho. Menção a estupro.

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- Sente-se, Draco, querido. – disse uma voz muito familiar a Draco, uma que o fez sentir calafrios na espinha.

Embora Johnson, seu ex-namorado sádico e violento, estivesse bem atrás dele, Draco conseguiu manter-se bem calmo nas circunstâncias. Três contra um era tudo menos justo. Mas seus anos de experiência como Auror lhe ensinaram a olhar para as situações objetivamente, e assim encontrar uma saída. Ele permitiu que sua varinha fosse tirada de suas mãos, e não reagiu quando foi empurrado para o sofá. Fitou o ex-namorado com ódio.

- Eu não te mandei sentar? – perguntou Johnson friamente.

- Não achei que fosse uma ordem. – respondeu Draco com o mesmo tom frio.

Johnson chegou perto dele com um sorriso malicioso, e acariciou o rosto de Draco com a ponta da varinha. Draco estremeceu involuntariamente. Perguntou-se o que o havia feito se apaixonar por Johnson anos atrás. Ele era bonitos, com seus longos cabelos pretos e olhos azuis. Mas por dentro ele era horrível e podre.

- Tudo que eu digo é uma ordem. – disse seu ex suavemente. – Será que eu tenho que lembrar a você como é quando você me desobedece? Devo punir você como eu costumava fazer no passado?

Draco cerrou os punhos e não hesitou quando disse com um rosnado:

- Por que não tenta? Não sou mais o mesmo garoto patético de antes!

- Ah, agora você morde! – Johnson sentiu o desejo percorrendo seu corpo. Ele gostava mais quando suas presas resistiam a ele. – Que interessante! Seu choro mal conseguia me excitar no passado. Mas seus lindos olhos azuis cheios de medo misturado ao ódio costumavam me deixar duro quase que na mesma hora. Gostaria de ver aquele olhar de novo. Me dê um motivo, Draco. É tudo o que eu preciso pra estuprar você.

Draco engoliu em seco, mas não desviou o olhar.

- Como eu disse antes, você pode tentar. Mas eu vou te matar dessa vez! – Draco ameaçou.

Johnson riu de maneira insana, uma risada que costumava ser o prenúncio de coisas terríveis. Draco estava cheio de memórias ruins de seus dias de convivência com Johnson, dias em que ele fora mero escravo das suas fantasias sexuais doentes e de seu comportamento abusivo. Quando Draco finalmente tivera coragem de fugir da casa de Johnson, ele esperava nunca mais revê-lo. Deveria ter imaginado que Lucius contrataria os serviços sujos de Johnson novamente para feri-lo. Estava claro que Lucius ainda não tinha coragem suficiente para acabar com o filho com as próprias mãos.

- Por que ele te mandou aqui? – Draco perguntou. – Ainda não enviei minha resposta pra ele.

- De quem você está falando?

- Do meu pai. Por que ele te mandou aqui tão cedo? Ele nem sabe o que eu decidi ainda.

- Não falo com o seu pai há um tempão, Draco. – Johnson disse, pegando Draco de surpresa. – Não estou aqui por causa dele.

- Então quem? Quem contratou você? – Draco perguntou.

- Sua querida tia Bellatrix. – respondeu Johnson com um sorriso malicioso.

O sangue de Draco gelou. Aquela notícia foi um soco em seu estômago. Não era seu pai, mas sua tia Bellatrix quem o queria morto. Então Bellatrix estava viva. Havia rumores de que ela morrera com o marido em uma luta contra Aurores há quatro anos, mas seu corpo nunca fora encontrado. Draco sempre relutara em acreditar naquilo, e ele e alguns colegas tentaram achá-la por muito tempo sem sucesso, finalmente desistindo no ano passado. Se ao menos ele soubesse... Deveria ter tentado com mais dedicação localizá-la.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora