Capítulo 13 - Repugnante

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Foi bom sair de casa por algumas horas. Harry pensou que entraria em pânico cada vez que as pessoas começassem a se aproximar dele, mas ele não entrara. Tolerou a maioria das perguntas irritantes sobre sua última batalha com Voldemort, e se ocupou com conversas interessantes também. Ficou imaginando o que teria sido de sua vida se ele não tivesse desistido dos treinamentos. Aquilo o fez sentir ainda mais inveja de Draco por ele estar ocupando um lugar que poderia ser seu. Mas Harry sabia que estava sendo injusto, e na verdade deveria agradecer a Draco por trazê-lo ao Ministério junto com ele.

Também foi bom voltar para casa. Afinal de contas, por mais triste que fosse, era seu refúgio. Era estranho, mas na verdade ele tinha boas memórias daquela casa. Ali ele passara algum tempo com Sirius, e chegara a conhecer seu padrinho um pouco melhor. Eles teriam vivido ali, juntos, se não fosse o trágico destino de Sirius. Aquela casa pertencera a ele, e seu padrinho a havia deixado para Harry. Harry iria cuidar bem dela para sempre.

A Sra. Black permaneceu quieta enquanto o encarava. Aliás, desde que Draco fora morar com eles, ela apenas os observava com olhos reprovadores e mantinha seus pensamentos para si mesma. Harry estava tão acostumado com seus berros que era estranho não ouvi-los mais.

Então seus olhos se voltaram para Draco, que jogava sua pasta descuidadamente no chão e pendurava sua capa no gancho perto da porta da frente. Draco não havia dito uma palavra desde que eles saíram do Ministério. O loiro parecia perdido em outro lugar. De vez em quando, Draco fazia caretas como se algo ruim tivesse lhe ocorrido. Então ele fitava o infinito por um longo tempo, esquecendo-se completamente da presença de Harry.

Ser ignorado por Draco era algo totalmente novo para Harry. E foi algo que ele definitivamente não gostou. Ficou chocado ao perceber que ele gostava de ter a atenção total de Draco para si.

- Malfoy? O que foi? – ele perguntou, mordendo sua língua por se importar.

Draco levantou a cabeça e franziu o cenho.

- Nada.

Harry cruzou os braços. Ele pressentiu o olhar curioso da Sra. Black nos dois.

- Por que você está emburrado? – Harry o atacou bravo. – Foi ideia sua me levar até lá. Se você não consegue lidar com um pouco de competição...

Draco fez um barulho esquisito.

- O quê? Do que você está falando?

Harry aprumou-se.

– Bem, pelo que eu vi hoje, você geralmente recebe toda a atenção. Mas eu a tirei de você. Quer dizer, as garotas estavam todas em cima de mim.

- Que ridículo! Só as garotas idiotas estavam dando em cima de você. Além do mais, não ligo para garotas, Potter. Você sabe disso. E não estou com ciúmes de você só porque todo mundo ficou te tratando como se você fosse um rei.

- Então você está com ciúmes! – Harry apontou.

Draco abriu a boca, mas depois a fechou. Ele parecia muito zangado.

- Não quis dizer isso. – Draco disse.

- Então qual é o seu problema?

- Não sei do que você está falando! – Draco deu as costas a Harry e caminhou para a cozinha.

Antes que Harry pudesse segui-lo, ele ouviu a Sra. Black dizer com um sorriso malicioso:

- Eu conheço a laia dele. Que desgraça para a casa de seus ancestrais, uma família tão soberba...

Harry voltou-se para encará-la com raiva.

- Cale a boca, bruxa velha!

Ela ergueu uma sobrancelha.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora