Capítulo 41 - Mau presságio

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Draco olhou para o relógio e correu para o Nível 10. O julgamento de Lucius começara há meia hora. Ele havia dormido demais, e com isso perdera a hora. Tudo porque a noite passada havia sido um pesadelo. Ele ficara acordado por um bom tempo, perdido em pensamentos horríveis sobre seu pai sendo liberado da prisão.

Draco não acreditava na Suprema Corte dos Bruxos como Hermione. Todo mundo sabia que eles não eram mais os mesmos desde a morte de Dumbledore há cinco anos. Havia rumores circulando pelos corredores de que a prestigiosa Suprema Corte estava podre. Dar a Lucius a oportunidade de um segundo julgamento era prova disso.

Draco não queria ser pessimista, mas deveria se preparar para o pior. Afinal de contas, Lucius podia ser bem persuasivo quando queria. E no momento em que ele viu a expressão preocupada de Hermione ao chegar perto da Corte n. 10, soube que tudo estava perdido.

- Hermione? – ele perguntou com medo da resposta.

- Desculpe, Draco... – ela suspirou tristemente. – Eu ainda não sei como aconteceu.

- Ele foi...?

- Após ouvir sobre o bom comportamento de Lucius na prisão, eles decidiram abrandar sua sentença. Ele deixará Azkaban para cumprir pena em prisão domiciliar por mais três anos. – ela lhe disse entorpecida, como se ainda não acreditasse que era verdade. – Eu não entendo... Quero dizer... O que eles estão pensando? A sentença inicial dele era de 13 anos em Azkaban sem liberdade condicional. Agora eles reduziram a sentença para três anos! E em prisão domiciliar! – ela estava furiosa agora. – Como eles tiveram coragem? É óbvio que Lucius comprou todo mundo! Ou talvez ele os tenha ameaçado com alguma coisa. Não seria a primeira vez. Isso é tão horrível...

Draco mal registrou o resto do discurso inflamado dela conforme ela prosseguia. Sua mente estava um caos. Ele sabia que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde. Deveria estar preparado para aquela notícia tão horrível. Não foi por isso que ele não pregou o olho a noite toda, indo dormir apenas quase perto do raiar do dia?

De alguma forma, no entanto, ele não conseguia parar de tremer.

Lucius Malfoy merecia passar a vida na prisão pelos crimes que cometera. Será que a Suprema Corte havia se esquecido de todas as coisas ruins que seu pai havia feito só porque ele se comportara bem na prisão? Eles realmente achavam que Lucius iria ficar quieto em casa e servir o resto de sua sentença ao invés de sumir da face da terra?

Draco certamente não acreditava que Lucius iria se demorar muito na Mansão dos Malfoy depois de ser transferido. Narcissa provavelmente já havia deixado tudo pronto para que ele fugisse da Inglaterra.

Se ao menos Harry estivesse com ele. Mas mais uma semana havia se passado sem notícias dele.

Draco chacoalhou a cabeça e se chamou de imbecil. Por que ele estava pensando em Harry? Ele não era uma dama em apuros. Era um Auror, e um dos melhores. Sabia se cuidar muito bem. Só precisava manter a calma.

- Draco, você está bem? – perguntou Hermione, tocando-o no ombro de leve.

- Sim. – ele respondeu distraidamente. Claro que não estava. Seu pai maligno havia acabado de obter a liberdade. Draco achara que estivera relativamente a salvo de Lucius enquanto este estava na prisão, mas agora Lucius estava livre para tramar contra sua vida com a ajuda de sua mãe perversa.

Do canto dos olhos ele viu Narcissa agradecendo ao presidente da Suprema Corte com entusiasmo. Os lábios de Draco se curvaram num sorriso amargo, e ele se perguntou quanto seus pais haviam desembolsado pela redução da sentença de Lucius. Sentiu seu estômago dar voltas quando o olhar de Narcissa encontrou o dele.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora