Capítulo 37 - Machucados

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- Quem é você pra me culpar por isso? – Severus gritou.

Frustrado pelo fato de que Sirius estava tão pronto a lhe atribuir todas as más ações, Severus perdera completamente a paciência. Sirius havia lhe dito tantas coisas horríveis. Mas mesmo com o coração sangrando, Severus ainda tinha forças para lutar. Sabia que Sirius estava certo sobre alguns pontos, mas apenas alguns. O resto era besteira, e não era de seu feitio ficar quieto. Sirius não era o único com um temperamento difícil.

- Você mentiu pra mim! – Sirius acusou, zangado.

- Eu não sabia de nada sobre a vida de Potter! – Severus se defendeu. – E eu certamente não te forcei a acreditar a mim! Você acreditou porque quis! Não teria conseguido te impedir se você realmente quisesse ir atrás do seu afilhado tão precioso! Ninguém pode te segurar quando você quer uma coisa, Sirius! Dumbledore tentou no passado, lembra? Você nunca escuta! É por isso que você foi preso em Azkaban. Por isso que passou três anos na escuridão, vagando entre a vida e a morte!

- Isso foi golpe baixo! – Sirius rosnou, irritado.

- Ah, e você tem sido justo? Não fez nada além de me fazer falsas acusações até agora. Fica me acusando de mantê-lo aqui, mas foi você quem quis ficar! Se não quer, ali está a porta! – Severus apontou na direção da entrada. – E me perdoe por me importar com seu bem-estar!

- Você não pensou nem um pouco no meu bem-estar, Severus! Apenas não gosta de ideia de eu encontrar Harry de novo porque você olha pra ele e se lembra de James! Está com ciúmes! Livre-se dessa sua maldita fixação por James de uma vez por todas! Vou acabar acreditando – de novo – que você foi apaixonado por ele!

Severus deu um sorrisinho e fez uma careta de desgosto.

- Não fale bobagem! Quem iria se apaixonar por aquele canalha? Ele era tudo que eu desprezava numa pessoa! Tenho nojo de pensar nele! Era você quem era loucamente atraído por ele!

Sirius respirou como um touro bravo.

- James era meu amigo mais querido! Claro que eu me importava com ele! Ele era como um irmão pra mim!

- Ele era mais do que um irmão! Você era seu cãozinho de estimação! Literalmente!

Sirius levantou sua varinha e a apontou para Severus.

- Te desafio a dizer isso de novo! E quanto a você? Você lambia as botas imundas de Lucius Malfoy! Quer dizer, você realmente lambia as botas dele e beijava a barra de seu robe como se ele fosse seu mestre! Eu vi uma vez! Vi você rastejando aos pés dele! Aposto que deixou ele comer você também e...

Sirius não chegou a terminar sua sentença. Severus o atingiu com um feitiço que o mandou voando através da sala. Sirius sentiu uma dor aguda nas costas ao atingir a parede e cair no chão. Sentiu-se um pouco tonto, mas mesmo assim se levantou e mandou outro feitiço na direção de Severus com fúria. Em poucos segundos, a sala se transformou em um campo de batalha, com feitiços e maldições voando pra todo lado, derrubando pinturas histéricas e rasgando almofadas ao meio.

A coisa ficou tão feia que Severus perdeu o controle de seus poderes e explodiu uma parede inteira, mandando ambos para o chão com o impacto. Eles ficaram atordoados por um momento. Sirius foi o primeiro a se recobrar do susto.

- O que está tentando fazer? Me matar? Por que diabos me salvou então? Você é doido! – ele gritou.

- Foi você quem começou! – Severus gritou de volta.

- Eu? Você realmente é maluco!

- Você ficou me acusando de coisas que não são verdade! Sempre faz isso! Você é um maldito covarde! Nunca consegue admitir seus defeitos! – Severus rosnou. – Tem sempre que colocar a culpa dos seus erros nos outros!

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora