Capítulo 3 - Preso a Você

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- Você o quê?

Harry estava tendo um pesadelo. O que mais poderia explicar aquela estranha realidade onde Draco Malfoy estava em sua casa, repreendendo-o sobre sua vida e alegando ser o único que iria tirá-lo de sua miséria? O mundo certamente estava de cabeça para baixo. A coisa óbvia a ser feita era chutar Draco para fora, mas a dor de cabeça de Harry estava matando-o, e ele apenas queria deitar-se. Ele não se deitou, mas enquanto Draco inspecionava a bagunça generalizada da cozinha, ele vomitou. O cheiro de comida estragada foi demais para seu estômago sensível.

- Bem, não o culpo, - Draco murmurou enquanto ele observava Harry esvaziar o conteúdo de seu estômago em um canto. – A mansão realmente precisa de uma limpeza desesperadamente, Potter. Eu também sinto vontade de vomitar. Eca! – Draco fez uma cara de aversão ao ver os vermes em cima de um velho pedaço de pizza. Seu estômago embrulhou. – Você realmente precisa de ajuda...

Harry se sentou lentamente perto da mesa e descansou sua cabeça nas mãos. Fechou os olhos, mas isso não ajudou a tontura passar.

- Eu não preciso de ajuda, - afirmou Harry. – Estou bem sozinho, Malfoy.

- Se você estivesse bem, Potter, já teria me colocado pra fora, - disse Draco sentando-se a seu lado.

Harry levantou sua cabeça para encarar Draco com raiva.

- Pode ter certeza que sim, - rosnou Harry.

- É, mas você não tem a energia necessária para fazê-lo. Ressaca? – perguntou Draco docemente.

O tom de voz pegou Harry de surpresa, mas ele não baixou a guarda.

– Por que diabos você se importa?

- Sei de um feitiço que pode fazer sua dor de cabeça passar – ofereceu Draco. Harry se sentiu tentado a aceitar a ajuda de Draco, mas sacudiu a cabeça em negativa. Draco suspirou. Ele não culpava Harry por não confiar nele. – Eu entendo – ele disse. – Você ao menos tem analgésico de trouxa?

- Hermione confiscou todos eles. – Harry não se preocupou em explicar as razões de Hermione. De qualquer forma, Draco provavelmente sabia. Afinal, o loiro estava ali por causa de Hermione. Mais uma vez ela estava se metendo em sua vida. Era ultrajante que ela pedisse a Draco Malfoy para vir a seu socorro. Harry não podia entender suas razões para lhe mandar Malfoy. Quando ele estivesse melhor, ligaria para ela.

– Por que ela mandou você? – perguntou Harry.

Draco deu de ombros.

– Estou tão surpreso quanto você, Potter. Aparentemente, sou sua terapia de choque. - Draco deu um sorrisinho.

Um ímpeto de náusea surpreendeu Harry.

– Terapia de choque, hein? – Harry fez uma careta. – Que inferno! Eles realmente estão desesperados... – Harry estava convencido de que tudo era apenas um sonho ruim e que logo ele acordaria e sua vida voltaria ao normal.

- Onde está seu elfo doméstico? – Draco perguntou.

- Aquela maldita traidora da Hermione não te contou tudo sobre a porra da minha vida? O elfo se foi há muito tempo. Eu a despedi.

- Então você precisa de outro. Este lugar fede, Potter. Não me diga que você não tem dinheiro. Mesmo que você não tenha, ainda há muitos elfos domésticos que trabalham de graça.

Harry o olhou com raiva.

– Eu tenho dinheiro. Eu tenho o dinheiro dos meus pais, de Sirius e daquele grande prêmio por ter liquidado Voldemort. Também tenho uma medalha de honra por meus serviços prestados. Então, como você pode ver, mesmo se eu vivesse mil anos, ainda assim teria muito dinheiro pra gastar... Dinheiro não é o maldito problema, Malfoy. Eu apenas não quero ninguém se metendo na minha vida, muito menos você! – Harry se levantou da cadeira e tentou enviar seu melhor olhar ameaçador na direção de Draco. – É por isso que eu quero você fora da minha casa em dez segundos. Se você ainda estiver aqui quando eu acordar, farei você pagar caro.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora