- Não, não se importam. Apenas não querem desistir de mim, porque sou o pobre orfãozinho. Eles querem me compensar de alguma forma pela minha vida fodida. Bem, é tarde demais agora. E eu não preciso de um viado me pajeando.
No momento em que as palavras saíram de sua boca, Harry se arrependeu delas. Mas então já era tarde. Não soube dizer por que explodiu daquela forma. Bem, ele sabia, mas era difícil reconhecer seus motivos. A verdade era que Harry estava com ciúmes da forma com que Draco parecia levar a vida tão bem. Ver Draco em forma e sendo admirado por todos era demais para ele.
Ele não queria sair de casa. Queria voltar para o conforto da sua cama e o calor de seu drinque. Lá, escondido da sociedade, não havia ninguém para julgá-lo, falar pelas suas costas, pedir seu autógrafo. Detestava sair quando era desnecessário. Odiava ter tantos olhos sobre ele, e pior, olhos que o comparavam a Draco, o filho de um Comensal da Morte.
Draco representava tudo que ele detestava e queria esquecer.
Por isso Harry explodira e chamara Draco de viado. Nunca soube direito se Draco era ou não gay, mas houvera fofocas suficientes pipocando por toda Hogwarts para fazê-lo acreditar naquilo. Naquele tempo, aquela parecia ser a razão óbvia do porque Lucius expulsara Draco de casa. Lucius nunca permitiria que seu filho fosse homossexual. Por isso Lucius expulsara Draco da Mansão Malfoy e o loiro se juntara a Ordem apenas para irritar o pai. Ou assim Harry pensava. Ele não sabia ao certo. Não sabia nada sobre esse novo Draco. Apenas queria feri-lo.
- Sabe, só o que precisa fazer é me dizer pra ir embora. – disse Draco encarando Harry com tanta intensidade que Harry desviou o olhar.
- Eu te disse. Não funcionou. – Harry resmungou.
- Então me peça de novo e dessa vez eu prometo que te deixo em paz.
Draco se levantou e cruzou os braços. Ele parecia muito zangado. As maçãs do rosto geralmente pálidas estavam ligeiramente rosadas e seus olhos haviam escurecido.
- Não posso. – Harry murmurou, se odiando por olhar para baixo ao invés de encarar o olhar raivoso de Draco.
- Por causa de Hermione? Ei, sem problemas. Direi a ela que você não precisa ir para St. Mungo. Direi que você não está tão deprimido quanto ela pensava. Quer dizer, você saiu ontem à noite, não? Trouxe uma garota pra casa. Deixarei de mencionar que a garota era provavelmente uma estranha que você não vai se incomodar em procurar de novo, mas fora isso... Você não está deprimido. Você é apenas patético.
Harry olhou para cima. Sua pressão sanguínea aumentou perigosamente.
- Você... Você... Você é patético! – Harry gritou.
"Você a viu! Você me viu. Você... viu a gente" pensou Harry mortificado.
- E daí? O que você tem com isso? É minha vida! Devia estar feliz. Estava certo sobre mim. Eu sou um maldito perdedor! – Harry se levantou para poder ficar cara a cara com Draco. – E vá se foder! Estava me espionando?
- Não seja ridículo! – Draco exclamou vermelho. – Não faria uma coisa dessas...
- Mas você viu a garota que estava comigo.
- Vi, mas foi por acidente. Se você tivesse me dito que seu hobby era pegar e foder garotas estranhas eu não teria voltado pra sua casa ontem à noite. Teria ficado no meu apartamento.
- Não sabia que você ia voltar! Você não me disse nada.
- Você disse! Você me disse que eu podia ficar na sua casa por um mês!
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Bem me quer, Mal me quer
FanfictionQuatro anos após a derrota de Voldemort, Draco é intimado pelos Weasleys a ajudar Harry a sair de uma depressão profunda. Draco acha a ideia absurda, mas segue com o plano maluco de Hermione. Draco espera com isso enterrar seus sentimentos por Harry...