Capítulo 2 - Atrás das Linhas Inimigas

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- Então é isso, - disse Fred firmemente. Ele parou sua Ferrari vermelha voadora no quintal da frente da casa de Harry tomando cuidado com os trouxas. O ruivo olhou a sua volta e desativou o botão da invisibilidade. Depois se voltou para Draco com um sorriso malicioso. – Ora, qual o problema minha princesa loira? Não me diga que você ainda está emburrado com essa história! – Fred provocou. – Você sabe que irá amar passar algum tempo com Harry.

Draco franziu a testa e mostrou a Fred o dedo do meio.

– Isso pode ser divertido pra você, mas pra mim é uma tragédia grega.

- Bem, os gregos sabiam se divertir também não? Eles criaram o beijo grego, não? – Fred piscou para Draco e enlaçou os ombros do loiro trazendo-o para perto dele até que seus lábios ficassem a apenas alguns centímetros um do outro. – Não é que seja divertido, Draco. Mas eu acho a ideia brilhante. Você precisa disso. Harry precisa disso. Inferno! Bill merece isso.

Draco levantou as sobrancelhas.

– Bill?

Fred olhou bem no fundo dos olhos de Draco.

– Sim, meu querido irmão Bill. Ele te ama, loirinho. – Draco sentiu seu coração bater dolorosamente contra seu peito. – Ele te quer só pra ele.

Draco sorriu com escárnio. Bill já havia lhe dito isso, mas Draco não conseguia acreditar nele. Ele não acreditava em amor. Sexo e luxúria eram confiáveis. Amor definitivamente não era.

- Então me mandar pra cá é um jeito de demonstrar esse amor? - Draco perguntou com um sorriso escarninho.

- Sim, é. Foi difícil pra ele, - disse Fred seriamente. – Mas eu e ele achamos que você deve lidar com seus sentimentos por Harry de uma vez por todas, Draco. – Draco abriu a boca para negar violentamente seus "sentimentos por Harry", mas Fred foi mais rápido. – Você está vivendo em negação, e é até bonitinho. Mas Bill merece mais do que isso. E você também. E Harry. – Fred sorriu e disse com malícia, - Harry não saberá o que o atingiu.

Draco não se importou em replicar. Afinal, Harry Potter era tão heterossexual que era enfadonho. Mas ele não iria discutir com Fred. Era inútil de qualquer forma. Draco apenas deu um sorriso amarelo e saiu do carro, batendo a porta com toda a força. Fred deixou escapar um 'ai', mas não ficou zangado com ele. Fred nunca se zangava com Draco. As explosões de Draco divertiam os gêmeos Weasley.

- Boa sorte, linda! – Fred piscou pra ele e então deu a partida no carro.

Draco quase entrou em pânico ao ver a Ferrari vermelha ganhar velocidade e voar pra longe, mas se segurou. Ele sempre poderia Aparatar se as coisas fossem de mal a pior – como ele imaginava que seriam. Respirou fundo e olhou para a casa sinistra em que Harry Potter vivia. Número 12, Grimmauld Place. A Residência dos Black. Draco sentiu um arrepio.

Se Grimmauld Place parecera tão assustadora e abandonada antes, agora parecia bem pior. Draco não podia entender como qualquer ser humano escolheria viver naquela casa, mas ele podia imaginar as razões que haviam levado Harry a escolhê-la. Para alguém zangado e deprimido com o mundo, Grimmauld Place era o lugar perfeito para se morar.

Draco se lembrava do quão horrível era a mansão por dentro. Nos velhos tempos de glória dos Black, havia sido lindamente decorada e ricamente ornamentada. Mas agora era apenas uma concha vazia do que antes havia representado o poder dos Black. Havia retratos que gritavam como Banshees. Era escura e suja mesmo quando a Sra. Weasley havia tentado transformá-la em um lugar habitável para servir como o esconderijo da Ordem.

Draco podia apenas imaginar o estado da mente de Harry vivendo sozinho naquela casa enorme por tanto tempo. Harry provavelmente estava enlouquecendo como Sirius Black, e talvez essa fosse sua intenção mesmo. Talvez o moreno quisesse se juntar a seu padrinho.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora