Capítulo 34 - O Ex-Professor de Poções

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- Já estamos chegando? – Harry perguntou com um bocejo. Era quase meia-noite e eles ainda estavam na estrada. Harry estava cansado, mas não teve coragem de pedir a Draco para parar o carro e esticar as pernas. Já havia feito aquilo quatro vezes. Mais uma e Draco iria lançar Cruciatus nele.

- Mais um pouco e estaremos lá. – disse Draco, mantendo os olhos na estrada esburacada. – Não vai me pedir pra parar o carro de novo, vai? – Havia uma ameaça clara na voz de Draco.

Harry fez uma careta e então bocejou de novo.

- Não, não vou. Mas fala sério, onde diabos ele mora? Estamos viajando há horas! Estou com fome e com sono. Talvez devêssemos procurar por um vilarejo ou algo do tipo.

- Tem sanduíches na sacola ali atrás. – informou Draco.

- E só agora você me avisa? – Harry perguntou, bravo, e se apressou em procurar pela sacola.

Draco deu de ombros.

- Não sabia que você estava com fome.

- É claro que estou! Comemos pela última vez ainda na estação!

Harry esperou por uma réplica, mas o loiro parecia imerso em um mundo próprio. Harry ficou imaginando o que ele estava pensando. Draco tinha uma fisionomia tão inexpressiva que era difícil dizer. Com um suspiro pesado, Harry deu uma mordida no sanduíche com raiva, e ficou satisfeito com o gosto.

Foi uma surpresa descobrir que Draco não só tinha carta de motorista, mas também sabia muito sobre carros. Harry não sabia exatamente por que havia ficado surpreso, afinal de contas Draco vivia entre trouxas, e aquele tipo de coisa não parecia mais importar pra ele. Harry ficou curioso sobre aquela mudança em seu caráter, mas ainda era covarde demais pra perguntar sobre aquilo. Draco era muito reservado sobre sua vida pessoal. O que quer que tenha acontecido devia ter traumatizado o loiro para o resto da vida.

Harry descansou a cabeça no assento confortavelmente. Já que tinham descartado a possibilidade de aparatar por questões de segurança, ao menos eles haviam alugado um carro muito bom na estação de trem, e agora se dirigiam ao refúgio secreto de Snape, um lugar tão difícil de achar que Harry estava começando a achar que: a) o lugar não existia e o ex-professor de poções bastardo estava rindo dos dois agora, e b) a casa de Snape era no meio do oceano.

Onde quer que fosse, estava demorando uma eternidade, e Harry estava começando a ficar bastante irritado. Snape com certeza batia o recorde de pessoa mais antissocial do mundo.

Draco finalmente parou o carro quando Harry terminou de comer. Harry deixou escapar uma exclamação de felicidade, mas quando saiu do carro e não viu nada ao redor a não ser campos e mais campos, ele franziu o cenho.

- Tenho um mau pressentimento... – ele murmurou. Podia ouvir o oceano não muito distante dali. Virou-se para encarar Draco e esperou por uma explicação. – Onde está a casa do desgraçado? Por favor, não me diga que estamos perdidos ou vou matar você.

Draco encostou-se à porta do carro calmamente e lhe lançou um meio-sorriso.

- Sabe, estava pensando em tirar uma com você lhe dizendo que sim, estamos perdidos. Mas eu estou muito cansado pra discutir. Me divirto muito quando estamos gritando um com o outro, mas no momento só quero uma cama macia.

- Onde está a maldita casa? – Harry perguntou num sibilo.

- É aqui, Potter.

Harry olhou em volta de novo e não achou nada.

- Certo. Qual é a pegadinha?

Draco agora sorria largamente. Ele caminhou para mais perto de Harry, colocou seus braços ao redor da cintura dele e descansou a testa na de Harry.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora