Capítulo 26 - Emoções a flor da pele

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- Draco, você já terminou aquele relatório sobre os diabretes da Cornuália que estavam infestando o metrô de Londres? – perguntou Hermione consultando suas anotações sobre o assunto. Não houve resposta. Ela arqueou as sobrancelhas e olhou para Draco.

A mente de Draco estava em outro lugar, e não pela primeira vez naquele dia. Desde que eles haviam chegado ao escritório, Draco vinha sonhando acordado e suspirando a cada minuto. Boss já havia lhe chamado a atenção quatro vezes, mas nada parecia tirar Draco do seu transe. Hermione nunca havia visto o parceiro daquela forma.

Ela se perguntou o que exatamente poderia ter acontecido entre Draco e Harry depois que eles deixaram a boate juntos. Na verdade, ela estava morrendo de curiosidade pra saber o que acontecera, já que ela e Fred haviam armado a coisa toda. Mas ela sabia que Draco não lhe diria nada a não ser que ele quisesse – e aquilo era muito raro. Apenas de vez em quando Draco lhe confidenciava algo sobre seus relacionamentos. Seu parceiro gostava de manter seus pensamentos e sentimentos para si mesmo. Ele havia sido educado daquela maneira, e Hermione tinha que respeitar aquilo. Mas isso não a impedia de ficar curiosa.

Ela até poderia tentar convencer Ron a fazer Harry falar, mas sabia que Ron nunca conseguiria tirar nada de Harry, a não ser que o moreno estivesse de bom humor – o que também era raro. Por isso, ela teria mais sorte do que Ron se tentasse obter as informações que queria.

Pela cara de Draco, seu plano provavelmente havia funcionado. Ele estava positivamente radiante. De vez em quando ela conseguia flagrar um sorriso tolo nos lábios dele. Ela nunca havia visto Draco sorrir daquela forma. Era tão óbvio que ele estava apaixonado.

Hermione mordeu a língua com força para conter suas perguntas, caso contrário Draco lhe diria para cuidar da própria vida. Mas não importava o quão feliz ela estivesse por ele e Harry, e o quanto ela quisesse saber cada detalhezinho sujo do relacionamento deles, ambos ainda tinham muito trabalho a fazer.

- Draco! – ela o chamou de novo, em um tom muito mais alto dessa vez.

Draco piscou e então franziu a testa distraidamente.

- O que foi?

- Já terminou o relatório?

Ele franziu ainda mais a testa, e Hermione suspirou.

- O relatório... sobre os diabretes... no metrô... – ela começou, não obtendo nada. Draco a encarou como se ela estivesse falando outra língua. Hermione sorriu. – Terra para Draco. Estou falando do relatório que você me disse que iria terminar nesse fim de semana...

Draco corou levemente e então deu de ombros.

- Ah. Eu... erm... Não terminei ainda.

Hermione mordeu o lábio inferior para conter um sorriso malicioso.

- O que você fez durante o domingo todo? – ela perguntou com falsa inocência.

O rosto de Draco ficou vermelho como um pimentão quando as memórias do dia anterior apareceram nos seus pensamentos. Ele e Harry haviam passado a maior parte do dia na cama, descobrindo os corpos e prazeres um do outro, parando apenas para comer alguma coisa ou tomar uma ducha rápida – que se transformara numa das experiências mais eróticas da vida de Draco. Quando a noite havia chegado, eles haviam dormido por doze horas seguidas, um recorde para Draco que estava acostumado a dormir apenas seis horas por dias.

Então naquela mesma manhã, Draco quase havia perdido a hora porque Harry havia preparado seu café da manhã. Ele realmente estava tentando voltar a Terra, mas estava fazendo um péssimo trabalho. Não era de se admirar que ele não conseguisse se concentrar no trabalho. Sua mente continuava a focar em Harry e nos maravilhosos momentos que haviam passado juntos. Ainda não conseguia acreditar que eles haviam feito todas aquelas coisas. Não com o 'Harry-não-me-toque-Potter'. Não conseguia acreditar em mais nada. Era como se estivesse vivendo um sonho, e ele tinha medo de acordar. O final de semana havia sido maravilhosamente surreal, para dizer o mínimo.

Bem me quer, Mal me querOnde histórias criam vida. Descubra agora