Draco entrou na casa de Harry às seis horas em ponto. Havia acordado naquela manhã sentindo-se subitamente revigorado e cheio de energia. Claro, ele havia acordado ao lado do deslumbrante Bill Weasley. Sorriu ante a memória dos dois fazendo amor na mesa do café. Talvez ele devesse considerar a ideia de mudar-se para o apartamento de Bill mais seriamente.
Quanto a Harry e seu patético comportamento na noite anterior, bem, Draco não era do tipo que ficava amuado por muito tempo sobre qualquer coisa. Não sofreria por alguém como Harry. Ele tinha Bill. Não precisava de Harry. Aquela frase era o seu novo mantra, e ele o repetiria vezes sem conta até que sua mente e seu coração estivessem convencidos disso.
Por isso ele estava de volta à casa de Harry. Não estava ali apenas por Hermione, mas por ele mesmo. Precisava enterrar Harry de suas memórias de uma vez por todas, e o único jeito de fazê-lo era ficar perto dele todos os dias. Só então ele se convenceria de que Harry era apenas um idiota com o sex appeal de um trasgo. Talvez ele estivesse forçando a barra ao comparar Harry a um trasgo, mas um cara podia ter esperanças.
A vida era boa de novo. Harry não significava absolutamente nada para ele e Draco deveria manter aquilo em mente. Não lhe faria bem se apaixonar por um cara hetero de qualquer forma.
Ele olhou de relance para a Sra. Black na sua pintura e lhe lançou o mais diabólico dos seus sorrisos. Ela o encarou com desconfiança como se ponderasse se devia provocá-lo ou não.
- Onde está Potter? – ele perguntou.
- Ainda está na sala, morto eu espero. – ela disse friamente.
- Tenho certeza de você espera isso mesmo. – disse Draco com um sorriso escarninho. – E a dama?
- Posso ser velha e fora de moda, mas eu conheço uma dama quando vejo uma, e aquela mulher imunda era tudo menos isso. Mas o que se pode esperar de uma mestiça?
- Ela está aqui? – perguntou Draco, ignorando os comentários rudes da Sra. Black.
A Sra. Black pressionou os lábios um no outro. Não gostava de conversar com alguém que ela considerava inferior a ela. Draco tirou a varinha da cintura e ela tremeu visivelmente.
- Ela já foi há muito tempo. Ele não gosta que elas fiquem.
Draco franziu a testa.
– Elas? Então isso acontece com frequência.
- Infelizmente sim.
- Elas são prostitutas?
- Todas são prostitutas em minha opinião, especialmente as sangue-ruins. – disse a Sra. Black com desdém.
Draco fez uma careta. Não imaginou que Harry apanharia prostitutas para dormir com ele. Afinal de contas, ele era o Grande Harry Potter. Era mais do que capaz de encontrar mulheres dispostas a dormir com ele de graça. Ou talvez Harry fosse tão patético que tivesse que pagar por sexo. Draco deu de ombros, tentando desesperadamente ignorar a pontada de ciúmes em seu coração. Não se importava com a vida sexual de Harry. Não era problema seu.
Ele andou depressa até a sala com a sua confiança de Malfoy de volta ao seu devido lugar. Parou perto do sofá onde um Harry seminu estava dormindo profundamente e então sua respiração ficou presa na garganta. Mesmo parecendo um ser humano medíocre com a boca meio aberta, Harry ainda conseguia fazer com que seu coração batesse mais depressa. Draco se estapeou em pensamento e cerrou os punhos.
Fizera um acordo consigo mesmo, certo? Um pouco antes de sair do apartamento de Bill, prometera não mais fantasiar com Harry. Prometera dar uma chance ao seu relacionamento com Bill e deixar aquela paixão estúpida por Harry de lado. Ele era um Malfoy, confiante de si e excessivamente autocentrado. Malfoys não tinham quedas por idiotas. Malfoys não sentiam uma pressão no coração à mera visão do amado. Não que Harry fosse seu amado. Bill era seu amado. Bill, com seu corpo de deus grego, era quem fazia o coração de Draco bater mais rápido.
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Bem me quer, Mal me quer
FanfictionQuatro anos após a derrota de Voldemort, Draco é intimado pelos Weasleys a ajudar Harry a sair de uma depressão profunda. Draco acha a ideia absurda, mas segue com o plano maluco de Hermione. Draco espera com isso enterrar seus sentimentos por Harry...