Draco se recusou a deixar que seu pai colocasse os pés na casa de Harry. Harry nunca o perdoaria se isso acontecesse. Por isso, sem levar em consideração os conselhos de Severus para não se expor, Draco mandou uma mensagem a seu pai lhe dizendo que ele iria até a Mansão. Logo depois foi até a estação, comprou uma passagem para Wiltshire, no sudoeste da Inglaterra, e entrou no trem. Estava determinado a deixar que seu pai soubesse de uma vez por todas que não o deixaria arruinar sua vida mais do que ele já havia feito.
Quando ele chegou à Mansão, sua raiva já havia esfriado um pouco. Seu corpo inteiro endureceu ao entrar na casa, mas ao menos ele não estava mais tremendo.
Encontrou Lucius esperando-o no escritório, sentado atrás de sua escrivaninha com um cigarro elegantemente acesso entre os dedos. Seus olhos se encontraram num desafio mudo. Lucius deu um sorrisinho e fez questão de demonstrar que não pegaria leve com Draco, não enquanto ele ainda estivesse respirando.
- Ficou com medo que eu sujasse a preciosa casa do seu queridinho com minha presença? – Lucius perguntou com escárnio.
Draco sorriu-lhe de volta com o mesmo desprezo.
- O que aconteceu com o: 'Olá, querido filho. A que devo o prazer da sua visita?' Ir direto ao ponto só vai me fazer pensar que você não está feliz em me ver, pai.
- É claro que estou, - Lucius continuou com o sorriso detestável. – É sempre um prazer ter meu filho aqui. Eu não estava muito a fim mesmo de ir até a casa de Potter. Você me poupou o trabalho.
Lucius colocou o cigarro no cinzeiro depois de mandar círculos azuis de fumaça na direção de Draco. Draco tentou bravamente não tossir.
- E como você está nessa manhã?
- Maravilhoso. – Draco respondeu.
- Gostou do jornal de hoje? Foi uma leitura muito engraçada, não foi? Suponho que tenha ficado aliviado ao saber que eu acabei com dois de seus inimigos para você. Smear não foi assim tão difícil de lidar. Sua tia, no entanto, deu mais trabalho. Era um espírito selvagem aquela lá... Foi uma pena ter que me livrar dela. Vou sentir sua falta. Sua mãe está inconsolável, mas ela entendeu que isso foi para o bem de todos. Ela o ama tanto que é até capaz de assassinar a própria irmã. Não está agradecido, Draco? Você tem pais mais do que amorosos. Quantas crianças podem dizer o mesmo?
Draco sentiu seu estômago se revirar, e disse a si mesmo para não vomitar ali mesmo. Não pôde evitar pensar que, se vomitasse ali, seu pai ficaria zangado com ele por arruinar seu tapete caríssimo.
- Então está confessando. Eu deveria prendê-lo. – Draco disso friamente.
Lucius apenas sorriu de lado.
- Você é mesmo um ingrato. Por que sempre tem que morder a mão que o alimenta, Draco? Ah, nem se preocupe em responder. Suponho que esteja em seu sangue. Você é um Malfoy afinal de contas.
Draco tirou a varinha da cintura e a apontou para seu pai na esperança de que continuasse a segura-la firmemente.
- Você está preso, assim como minha mãe.
Os afiados olhos azuis de Lucius lhe penetraram o espírito. Draco segurou sua varinha com mais força.
- Pare de ser idiota. Sei que você é bom. – Lucius disse. – Sei que pode lidar comigo facilmente agora. Não sou mais forte como antes. A idade e a prisão diminuíram meus poderes mágicos.
Draco não se deixou enganar pelo discurso. Havia notado a mão de Lucius acariciando a bengala. Era ali que ele mantinha sua varinha.
- A questão é... – Lucius continuou. – Será que você é corajoso o suficiente para me enfrentar? É corajoso o bastante para me matar?
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Bem me quer, Mal me quer
FanfictionQuatro anos após a derrota de Voldemort, Draco é intimado pelos Weasleys a ajudar Harry a sair de uma depressão profunda. Draco acha a ideia absurda, mas segue com o plano maluco de Hermione. Draco espera com isso enterrar seus sentimentos por Harry...