𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟑𝟓

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Otto: Tá foda te tirar daqui, hein, caralho. - Eu ri e joguei água nele que me deu um tapinha na testa - O que que o Benjamim foi falar contigo?
Anne: Hã... por que? Ciuminhos? - Brinquei, provocando -
Otto: Óbvio, tem como não ficar? Gostosa desse jeito? Parece que tu não enxerga a mulher que tu é não. - Eu me senti, mordi o lábio sustentando seu olhar e ele alisou meu rosto, levando seu dedo até minha boca onde dei um beijinho e dei um mergulho, empinando minha bunda bem na direção dele para provocá-lo.

Emergi procurando-o e ele me encarava rindo, negando com a cabeça e bebendo sua bebida. Joguei um beijo no ar e nadei mais um pouco. Saí da piscina e meu pai me segurou.

Elano: Tu tem alguma coisa com esse Otto? - Perguntou direto e eu gelei - Tu tá maluca? - Apertou minha cara - Ele tem praticamente a minha idade, sua doente. - Ele soltou meu rosto, virando minha cara -
Anne: Da onde você ti... tirou is...so? - Perguntei falhada. Ele riu sem humor -
Elano: Tá me tirando de otário, né, porra? - Ele perguntou puto, com a cara colada na minha. Toquei seu peito para afastá-lo, com o rosto abaixado - Que tipo de pessoa tu tá se tornando? - Ele agarrou meu rosto novamente, me fazendo encara-lo. Deixei as lágrimas rolarem - Se comportando igual uma piranha mirim, que porra é essa?
Lorenzo: Qual foi, Elano. - Tocou o braço dele afim de afastá-lo de mim. Ele sustentou meu olhar mais uns segundos e então me soltou, virando minha cara e deu as costas. Eu coloquei as mãos no rosto e funguei - Que foi? - Neguei com a cabeça, encarei ele mordendo o lábio e ele desviava os olhos dos meus olhos pra minha boca - Vamos al... - Ele se calou quando o Otto apareceu do nosso lado -
Otto: O que que aconteceu, Anne? - Perguntou, vindo pra tocar meu rosto e eu me afastei, negando com a cabeça e olhando em volta, conferindo se meu pai me encarava e sim, me olhava com raiva. Abaixei a cabeça e sequei o rosto -
Anne: Obrigada, gente. - Disse, virando as costas pra sair dali, Otto segurou meu braço e o Lorenzo mandou ele me deixar ir, ele me soltou e eu fui me sentar -

Meu pai, pra variar, acabou comigo. Acho que a missão da vida dele sobre a minha era essa, me humilhar, me deixar na merda. Parece que ele não fica satisfeito se não me fizer mal, que tipo de pai é esse? Eu chorava copiosamente e o Otto sentou ao meu lado, me tocando e eu tirei sua mão de mim.

Anne: Não me encosta. - Disse, rude. Ele arregalou os olhos -
Otto: Ih! Caralho, qual foi?
Anne: Meu pai acabou de me esculachar por causa de você. - Eu falava, gesticulando com as mãos -
Otto: Tu contou? - Neguei -
Anne: Ele chegou me perguntando e antes que eu tentasse negar, ele saiu me xingando.
Otto: Vamos lá, vou falar com ele.
Anne: Não, por que?
Otto: Ué, Caralho. Tá puto por causa de mim, sou sujeito homem e vou dar o papo nele.
Anne: Não, não é o momento. - Ele passou a mão no rosto - Deixa pra lá, vamos tentar sair daqui logo. Não vou me despedir de ninguém, me espera lá no carro que eu vou vestir meu short.

Ele levantou bolado e saiu. Me vesti, peguei minha bolsa e celular e ia saindo também quando o Lorenzo passou por mim, indicou a casa com a cabeça e eu não liguei e segui indo, ele veio atrás e me parou quando já estávamos no hall de entrada.

Lorenzo: O que tu fez pra deixar teu pai puto?
Anne: Quando que meu pai não tá puto? - Perguntei cansada - Tu falou alguma coisa pra ele?
Lorenzo: Sobre o que?
Anne: Eu e o Otto... - Falei o nome do Otto meio baixo-
Lorenzo: Não. - Bebeu a bebida - Vai aonde?
Anne: Embora.
Lorenzo: Pra sua casa? - Ele perguntou curioso e eu não respondi. Ele arqueou uma sobrancelha - Tu vai mesmo continuar com ele?
Anne: Não é da sua conta, né, Lorenzo? - Ficamos em silêncio -
Lorenzo: Quer fazer uma viagem comigo? - Eu encarei ele tentando conter o sorriso que queria sair involuntariamente, abaixei a cabeça passando a mão no rosto e ele se aproximou, erguendo meu rosto - Vamos pra algum lugar ficar juntos? Matar a saudade, nos reconectar... - Ele dizia me encarando e alisando meu rosto - Vamos recomeçar... - Ele sugeriu - E aí?
Anne: Provavelmente eu me arrependa disso, mas sim, vamos.

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