𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟔𝟖

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É tão estranho como a mesma pessoa pode fazer você se sentir tão bem e depois, te causar tanta dor.

Eu me sentia extremamente sozinha, porque o Lorenzo me proporcionava momentos de muito grude e atenção e logo depois sumia. Eu ficava numa dependência absurda dele, chorava e me humilhava em mensagens e ligações. Eu já estava me sentindo mais do que ridícula, estava com pena de mim mesma... 

Era 29 de dezembro, três da tarde mais ou menos e eu mais uma vez chorava encolhida na minha cama quando o Lorenzo apareceu. Eu suspirei aliviada e dei um abraço apertado nele, beijando-o e sentindo seu cheiro.

Lorenzo: Para com isso, Anne. Que sofrimento todo é esse? - Me encarava assustado. Eu fungava - 

Anne: Des... desculpa. - Pedi e tentei puxar ele pra mais um abraço, ele me impediu, me analisando toda. Foi conferir os lugares que eu costumava me machucar e tinham machucados novos. Eu tentava ir pra cima dele, eu queria ser acolhida. Eu parecia uma cracuda. Ele engoliu seco - Amor... - Chamei, baixo e ele enfim, me abraçou - 

Ele deitou comigo e ficou me dando carinho e aos poucos meu sofrimento foi cessando. Lá fora já estava começando a mudar o tom do céu quando ele se desvencilhou de mim e sentou na cama, me encarando. Eu o encarei com o cenho franzido. 

Lorenzo: O que aconteceu? - Neguei com a cabeça - Anne...- Eu respirei fundo e mordia os lábios - 

Anne: Crises... - Levantei e abaixei os ombros, sem o encarar - 

Lorenzo: Por que, amor? - Perguntou, me fazendo encará-lo - A gente tá bem... - Eu dei de ombros - 

Anne: Eu sou sozinha, sinto sua falta. - Ele apertou minha mão - Quando você não tá aqui comigo eu fico desesperada. Eu pensei que tivesse me acostumado com a solidão, mas estarmos bem e logo depois você ficar dias sem aparecer me desespera.

Lorenzo: Anne, foram dois dias que não apareci aqui. - Ele falava calmo e com cautela - Por que você tá se afundando nisso, amor? - Eu mordia o lábio. Ele bufou e passou a mão no rosto - Como que eu vou te deixar aqui agora? - Eu levantei, indo pra mais perto dele - 

Anne: Não, não me deixa de novo. - Pedi desesperada -

Lorenzo: Anne. - Me chamou e eu o encarei já com os olhos cheios. Ele negou com a cabeça - Meu Deus, Anne. 

Anne: Desculpa. Desculpa, amor, eu vou melhorar. Por favor, acredita em mim. - Eu pedia alisando ele. Ele abaixou a cabeça - Você vai me deixar? - Perguntei aflita, buscando o olhar dele -

Lorenzo: Da onde você tirou isso? Eu não vou te deixar, Anne. - Eu sorri aliviada e fui dar um selinho nele - 

Anne: Eu te amo. - Ele alisou meu rosto e dei um beijo na sua mão - 

Lorenzo: Vai tomar um banho, vamos sair um pouco. - Eu assenti genuinamente feliz - 

Anne: Você quer tomar comigo? - Ele assentiu e eu dei outro selinho nele -

Fizemos o sexo mais calmo de todo nosso relacionamento. Parecia que ele estava com medo de me machucar ou que não quisesse que acabasse. Eu gostei. 

Só de ter ele aqui, me dando atenção, já me animava e nem parecia existir tristeza dentro de mim. 

Ele me levou no Clássico Sunset Club Urca, um restaurante com a vista incrível da cidade à noite, toda iluminada. Eu sorria toda boba. Não era como se estivéssemos fazendo um passeio romântico pela primeira vez, mas eu estava muito feliz de estar com ele.

Todo casal passa por dificuldades, tem crises, brigas, ameaças de término... Se os dois se amam de verdade, vão arranjar um jeito de superar tudo isso, e parece que ele quer tanto quanto eu que nosso relacionamento, enfim, de certo. Desde sempre nosso relacionamento sempre foi cheio de brigas, discussões... Nós sempre fomos tão intensos, e agora, estamos tão mais apaixonados. Não sei bem quando isso aconteceu, mas não quero que mude. Espero não deixar com que a ansiedade que tenho dele longe de mim estrague o que estamos construindo.

Fizemos nossos pedidos e trocávamos carícias com piadinhas maliciosas. Era um climinha gostoso de atiçamento. Ele percorria a mão pela minha perna, chegava na minha virilha acariciando e logo depois se afastava. Mordiscava partes do meu rosto, colo e ombro e vezes nos beijávamos. 

Comemos a entrada, prato principal e sobremesa e ficamos batendo um papo enquanto bebíamos; estávamos curtindo a presença um do outro nesse lugar incrível. Era muito bom ser feliz. 

Lorenzo: Amanhã a gente viaja. - Eu o encarei sem entender. Ele riu - 

Anne: Como assim?

Lorenzo: Vamos passar o ano novo em Jericoacoara. - Eu arregalei os olhos e abri um sorriso- 

Anne: Tá falando sério? - Ele assentiu - Meu Deus, você é maluco? - Eu agarrei ele pelo pescoço, num abraço. Distribui alguns beijos pelo rosto e cheguei na sua boca, iniciando um beijo gostoso - Não acredito!!!! - Festejei - 

Pedi pra ele tirar uma foto comigo, ele desconversou um pouco, mas eu insisti e ele acabou aceitando. Sentei no colo dele depois de pedir ao garçom que batesse pra gente e eu amei. Postei a foto e mostrei pra ele que pegou o celular da minha mão e apagou. Encarei ele puta e perguntei o porque de não poder postar e ele respondeu que não queria.

 Encarei ele puta e perguntei o porque de não poder postar e ele respondeu que não queria

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"Meu riso é tão feliz contigo..."

Anne: Por que? Todo mundo já sabe mesmo...

Lorenzo: Eu não me sinto confortável, você pode respeitar isso? 

Anne: E se eu postar sem querer? - Perguntei segurando o riso - 

Lorenzo: Eu vou ficar puto contigo, Anne.- Falou sério, eu ri e dei um selinho nele -

Anne: Eu não vou postar, mas que fique claro que eu gostaria e uma hora ou outra farei.

Lorenzo: Não fará não.

Anne: Por que eu não posso? No seu tem foto com a Laís e no dela tem foto contigo. - Ele revirou os olhos - 

Lorenzo: Não começa. - Deu um gole na bebida - 

Anne: Você não tá comigo?

Lorenzo: E isso não basta? Porra, quer expor pra que?

Anne: Porque você sempre me fez fazer as coisas no sigilo, caralho, não tínhamos passado dessa fase? Que inferno. - Fiquei puta. Ele passou a mão no rosto - 

Lorenzo: Faz o que tu quiser, Anne, posta esse caralho. - Disse se dando por vencido - 

Eu virei o celular pra ele e apaguei a foto da minha galeria. Ele revirou os olhos e eu bloqueei o aparelho, soltando-o na mesa e dei um gole na minha bebida.

Lorenzo: Não faz a menor diferença pra mim, o real que é importante. 

Respondeu em relação a eu ter apagado a foto. Fiquei bolada porque não faz diferença nenhuma postar uma foto junto para o que ele já fez na frente dos outros. Pedi pra irmos embora quando terminei minha bebida e ele concordou. Pagou a conta, me deu um selinho e seguimos para o carro.

𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora