𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟓𝟕

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Ele me trouxe primeiro e depois voltou pra buscar a esposinha e levá-la pra casa. Entrei em casa pedindo pra ele não demorar e ele respondeu que não demoraria. Coloquei o celular no carregador e fui fumar um baseado. 

O que eu tô querendo deixando ele vim aqui, mano? Será que eu não aprendo? Por que é tão difícil evitar ele quando estamos juntos? Parece que temos, parece não, TEMOS um ímã que fica nos atraindo pra isso, pro caos, pro amor. 

Eu viajava em vários pensamentos sobre nós dois ali na sacada enquanto fumava quando fui desperta pelo interfone tocando. Autorizei a subida dele e voltei pra sacada. Não demorou e ele apareceu me abraçando apertado com um braço por trás enquanto beijava meu pescoço, ombro, rosto, cabeça. Me virou de frente pra ele e começou a me beijar, retribuí. Paramos com selinho e ele era só sorrisos. Era engraçado ver a alegria dele em estar aqui comigo. Eu acabei sorrindo também. Ele era tão lindo sorrindo. 

Ele estendeu a mão revelando uma garrafa de champanhe e eu ri negando com a cabeça.

Lorenzo: Trouxe pra gente. - Assenti - 

Anne: Tá quente? - Ele negou - Tá. Vou encher a banheira. - Ele concordou, me deu um selinho -

Ele seguiu pra cozinha e eu pro quarto. Coloquei a banheira pra encher e coloquei uma playlist maneira pra tocar. Me encarei no espelho. Fiz um coque no cabelo mas logo desfiz, ele gosta de puxar meu cabelo e eu gosto quando ele puxa. 

Eu estava travando uma batalha interna entre o sim e o não. Eu não queria mais ele, mas ao mesmo tempo eu o queria tanto. 

Ele apareceu me dando outro abraço por trás e nos encaramos através do espelho. Ele tinha um sorriso no rosto, mas notando minha cara de bosta, desfez o sorriso. Me virou pra ele, colocou meus cabelos pra trás, alisou meu rosto com calma e depositou beijos por todo ele.

Lorenzo: Posso te ver? - Ele perguntou e eu fiquei confusa. Ele tocou minha calça, desabotoando o botão e eu entendi - Posso? - Eu assenti, mordendo as peles da boca -

Eu tinha as mãos apoiadas no balcão da pia, de frente pra ele que ia tirando minha roupa com calma, apreciando o momento. Beijando onde queria. Eu encarava ele e meu coração batia rápido, respiração ofegante, assim como ele. Quando eu estava completamente pelada, ele se afastou me analisando completamente, com desejo, com paixão, com admiração. Eu não me sentia envergonhada. Eu estava me sentindo poderosa por ver através do seu olhar tudo que ele me transmitia. Nossos olhos se encontraram e sorrimos um para o outro. Como magnetismo, me juntei a ele colocando nossa boca num beijo desesperado. Era um tentando entrar mais pelo outro. Um machucando um pouco o outro. Ele me virou com rapidez, me apoiando no balcão da pia e me fazendo ficar deitada com o tronco ali. Afastou minhas pernas, roçou seu pau pela minha buceta. Estiquei minha mão tentando pegar em seu pau para direcionar, mas ele arrancou minha mão, prendendo nas minhas costas, se aproximou do meu ouvido, afastou meus cabelos pro outro lado e disse com uma voz firme.

Lorenzo: Implora. - Eu tremi inteira, arrepiei e ele percebeu. Agarrou meu cabelo puxando um pouco minha cabeça pra trás e eu o encarei - 

Anne: Por favor... - Ele arqueou uma sobrancelha, ele estava adorando - Me come... Por favor.

No mesmo minuto ele largou meu braço, cabelo, agarrou meu pescoço levantando um pouco minha cabeça e meteu com força em mim. Eu gemi alto e ele me deu um soco na costela sem soltar meu pescoço. Era incrível como ele sabia o momento certo de juntar o prazer e a dor. Foi ele quem me ensinou esse tipo de sexo. Foi ele quem me ajudou a descobrir o que eu gostava e não gostava no sexo. Antes dele eu só tive experiência de o garoto meter, se satisfazer e pronto. Isso era sexo pra mim. Talvez por isso eu seja doente nesse homem. 

Exploramos todo o canto desse banheiro, de várias formas e posições. Terminamos na banheira bebendo nosso champanhe depois de ele levantar um brinde a nós. Ele achava que tinha conseguido me ter de volta. Até eu achava. Eu estava confusa desde a nossa primeira transa lá no banheiro da casa do Heitor. 

Eu me curvei um pouco pra frente e ele ficou fazendo massagem na minhas costas enquanto contava do lugar que ele foi e queria me levar. Eu ria de uma gracinha ou outra que ele falava, mas pela primeira vez em todos esses anos em que a gente teve algo, dessa vez era eu quem ouvia ele falar animado, empolgado.

Lorenzo: Amor... - Me sacudiu e eu o encarei - O que foi? Te fiz uma pergunta e você não respondeu. Tá longe? - Eu virei na banheira, ficando do outro lado, de frente pra ele e passei a água no rosto - Anne. - Me chamou, agora mais sério. Ele deve ter entendido. Eu levei alguns segundos e o encarei - Não faz isso. - Pediu. Buscou minha mão, mas eu afastei - O que foi? O que aconteceu? A gente tava de boa ainda agora, Anne. O que foi? - Ele perguntou meio afoito. Eu juntei as pernas, apoiando a cabeça nos braços cruzados em cima dos joelhos e o encarei. Ele se aproximou, ficando o mais próximo que conseguia. Alisou meu rosto, cabeça, costas. Eu tinha os olhos fechados sentindo seu toque e ele levantou meu rosto para um beijo lento e calmo. Bem diferente do que com certeza a gente sentia dentro da gente. Eu, um furacão de dúvidas, ele, um furacão de medo - Você é a mulher mais linda que eu já vi. - Ele dizia meio baixo - Você fica perfeita do meu lado. - Ele deu uma pausa - E só do meu lado. - Concluiu e eu o encarei, sorrindo. Ele era muito ciumento. Fiz bico pra ele que me deu um selinho -

Eu levantei com ele segurando minha mão, mas ele soltou quando saí da banheira. Joguei uma água do chuveiro no corpo, borrifei um body splash de baunilha, escovei os dentes, fiz um coque no cabelo e vesti o roupão. Ele continuava na banheira me filmando com os olhos, gravando cada cena na memória. Eu saí do banheiro sem olhar pra ele e fui na sala checar meu celular que tinham mais algumas mensagens e ligações do Otto, não veria hoje. O relógio já marcava três da manhã. Esse dia rendeu demais. Fui na cozinha e comi alguns morangos, peguei uma garrafinha de água e quando me virei pra sair dali, tomei um susto com ele na porta. Levei uma mão ao peito e ele riu fraco.

𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora