𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟓𝟗

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Anne: Por que não veio atrás de mim?

Lorenzo: Quis te dar um espaço, sei que tô sufocando. 

Anne: Ou você quem precisava de espaço pra falar com ela? - Ele não respondeu. Me afastei dele e virei a garrafa ainda encarando ele - Eu não posso chegar perto do meu celular, mas você não saiu do seu hoje. - Ele tentou pegar a garrafa da minha mão, mas afastei - Não.me.controla. - Falei entre os dentes, pausadamente. Virei mais um pouco. Meu celular voltou a tocar. Virei o rosto pra direção em que ele estava e fui me aproximar, mas o Lorenzo chegou primeiro, pegando-o. Ele atendeu - Lorenzo, não. - Tentei pegar e ele me afastou - 

Lorenzo: Fala, Otto. Tudo tranquilo? - Eu arregalei os olhos - Tá insistindo pra caralho, quem morreu? - Ele dizia puto, me encarava com ódio - Tá, ela tá super tranquila... Falar com ela? - Eu fui pra cima dele de novo, mas ele se esquivou - Estamos naquela hora sagrada, sabe como é? Hora da refeição. Da uma segurada aí, valeu? Abraço! - Ele desligou e guardou o celular no bolso. Eu larguei a garrafa no rack e fui pra cima dele, estapeando-o - 

Anne: VOCÊ TÁ MALUCO? - Eu gritei e ele agarrou meu pescoço e cabeça me puxando pra próximo dele e me levantando um pouco. Eu espalmei as mãos no peito dele - 

Lorenzo: O que foi? Teu macho não pode saber que eu tô aqui? - Ele perguntou com ódio. Me encarava com ódio. Eu sustentava seu olhar e logo as lágrimas rolaram. Ele me soltou e me abraçou, dando beijos na minha cabeça. Eu não retribuí - Você conseguiu, eu vou terminar com a Laís. - Eu me afastei dele o encarando com os olhos arregalados. Ele alisava meu rosto - 

Anne: O que? - Perguntei sem acreditar - 

Lorenzo: Eu vou terminar com a Laís. Quero ficar com você. 

Anne: Você... tá falando sério? - Ele deixou um sorriso escapar e eu mordia o lábio, sorrindo também - 

Lorenzo: Chega de guerra, vamos só nos aproveitar. Perdemos muito tempo já. - Eu assenti e pulei no colo dele envolvendo minhas pernas em volta dele -

Começamos a nos beijar, um beijo rápido e cheio de malícia. Não demorou muito pra gente se amar aqui mesmo na sala. Terminamos e o finzinho de tarde já tinha dado as caras. Estávamos deitados no sofá só nos acariciando, olhando, admirando.

Lorenzo: Vamos viajar no meu aniversário? - Eu assenti sorrindo, com os olhos brilhando. Era impossível negar a minha felicidade - Quer ir pra onde? - Ele alisava minha bunda - 

Anne: É seu aniversário, pode escolher e eu pago. Vou te dar de presente. - Dei um beijo no peito dele. Ele agarrou meu rosto - 

Lorenzo: Você é o meu presente, Anne. - Me deu um selinho demorado. Eu sorria boba -

Terminamos o dia da melhor forma. Éramos só nós fazendo promessas e planos para o futuro. Ninguém tocou no celular e nem pensou em se afastar. Comemos japa quando a fome bateu e depois saciamos a fome um do outro.

Os dias que se seguiram foram tão incríveis quanto nossa reconciliação. Ele dormia todo dia comigo e demonstrava todo amor por mim. Ele tinha pedido que eu não mandasse mensagem ao Otto porque não devia explicação, mas eu não sou esse tipo de pessoa, eu ligaria pra ele sim.

Otto: Quem será? O doente ou a doença? - Perguntou, sarcástico. Amargo. Eu fechei os olhos -

Anne: Otto... desculpa. - Pedi sincera - 

Otto: Suave. Era isso? 

Anne: Não tá podendo falar? 

Otto: Com você não. 

Anne: Otto? 

Otto: O que, Anne? Tá mais do que claro. Você quer o que? 

Anne: Me desculpar com você. Pensei que fôssemos amigos. - Ele respirou fundo - Posso te pagar uma cerveja? - Eu mordia o lábio, ansiosa - 

Otto: Pode, Anne. - Disse, cansado - 

Anne: Aonde você quer me encontrar? 

Otto: Isso não é pergunta que faça. 

Anne: Otto? Amigos, lembra? - Ele riu e eu também -

Eu Estava pronta e desci pra ir caminhando pro quiosque beira de praia aqui perto de casa que me encontraria com o Otto. Eu realmente gosto da minha relação com ele e ele sempre foi muito legal comigo, merece minhas desculpas, mais uma vez, por toda confusão em que coloquei ele. Eu sei que agora que eu e Lorenzo estamos juntos, não será possível que a gente continue com essa amizade e eu seja a culpa dessa situação.

Cheguei primeiro que o Otto, me sentei e pedi uma torre porque no Rio de Janeiro o calor é em tempo integral e eu também estava um pouco nervosa. Tomei um bom gole da cerveja e no segundo copo eu acendi um cigarro. Não avisei ao Lorenzo que encontraria com o Otto mas não pretendia demorar, caso ele resolvesse ir dormir comigo de novo.

O Otto chegou no meu terceiro copo e eu levantei pra cumprimentar ele com um abraço e beijinho na bochecha. Ele estava um gato com uma bermuda leve preta, camisa larga também preta e uma havaiana. Cheiroso e cabelo molhado mas penteado. Ele olhou pro mar com os braços cruzados na mesa e então virou pra mim, passou os olhos pelo meu corpo, boca e olhos. Eu sorri pra ele que retribuiu. Abaixou a cabeça sorrindo e deu um gole na Cerveja depois de brindarmos.

Anne: Como você tá? - Ele suspirou e balançou a cabeça -

𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora