𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟒𝟓

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A porta do meu quarto abriu e eu ouvi a voz da Vivi me chamar. Respirei fundo e a encarei. Ela se aproximou, sentou ao meu lado e me fez carinho. Fechei os olhos e comecei a chorar. Ela pegou meu braço pra conferir se eu tinha me cortado, mas nem forças pra isso eu tive.

Vivi: Como você está? Já troquei sua bandeja duas vezes e você não comeu nada, florzinha. - Ela dizia baixo - Quer que eu prepare algo em específico para que você coma? - Neguei com a cabeça e ela estalou os lábios - Você não pode ficar sem comer, Anne.

Anne: Não sinto fome.

Vivi: Tem que fazer um esforço. - Neguei - Quer tomar um banho de banheira? - Assenti e ela se levantou, indo até o banheiro -

Peguei meu celular pra checar as horas e já ia dar dez da noite. Ela saiu do quarto e quando voltou, pediu que eu fosse pro banheiro. Tirei a roupa e entrei na banheira me afundando nela e depois sentando com a cabeça encostada na borda. Fechei os olhos chorando silenciosa. Pedi que ela pegasse calmante para eu tentar dormir melhor e ela disse que iria ver com a minha vó, agradeci. 

Quando cansei de ficar na banheira, saí dali e fui vestir outro conjunto de calcinha e sutiã. Dessa vez passei um hidratante de corpo, desodorante e penteei o cabelo antes de deitar. Vivi apareceu depois de um tempo com um copo de suco e o comprimido na mão. Bebi, agradeci, nos abraçamos e ela saiu apagando a luz. Esperei pelo sono que não demorou e só acordei no dia seguinte, graças a Deus tinha conseguido dormir bem. 

Vivi mais uma vez tinha deixado uma bandeja pra mim. Fui ao banheiro fazer minhas necessidades e voltei pra cama bebendo o copo de água e suco. Peguei meu celular e tinham inúmeras mensagens, mas nenhuma da Alice, que merda. Abri na do Otto.

Otto: Ei, sei que você não deve estar nada bem e eu queria te ajudar. Me grita a qualquer momento, eu tô aqui pra você.

Otto: Oi, me dá alguma notícia.

Otto: Anne... me diz como você tá.

Anne: Oi, estou viva. Obrigada pela preocupação.

Assim que iria abrir a mensagem da minha mãe, ouvi meu pai me gritar. Fechei os olhos apertados, me afundando mais na cama. Merda! Eu não quero vê-lo. Ele me chamou novamente e eu suspirei fundo, passei a mão no rosto secando o mesmo, bloqueei o celular e saí do quarto indo em direção a sala procurando por ele que estava em pé ao lado da mesa de jantar e ao seu lado, Lorenzo que me encarou dos pés a cabeça me fazendo arrepiar. Meu.Deus. Eu engoli seco mais nervosa do que antes, merda.

Elano: Vai colocar a porra de uma roupa, Anne. - Ele berrou, puto e eu corri de volta ao quarto colocando um vestido qualquer. Passei a mão no cabelo tentando alinhar os fios e saí do quarto passando a mão no rosto secando o mesmo das lágrimas que não paravam de cair. Eu caminhava em passos lentos e parecia que eu estava evitando pisar em ovos. Me aproximei de cabeça baixa, sentei na cadeira, deixei o celular em cima da mesa e respirei fundo, passando a mão no rosto de novo. Lorenzo sentou na cadeira a minha frente e meu pai na ponta. MEU.DEUS me ajuda.

Anne: O que você tá fazendo aqui? - Perguntei pro Lorenzo -

Lorenzo: Vim esclarecer as coisas pro seu pai. - Eu não conseguia nem encarar meu pai de tanta vergonha - Como você tá? - Abaixei a cabeça, dando de ombros - Deixa eu ver seu braço. - Pediu e eu o encarei. Ele arqueou uma sobrancelha e eu estalei o lábio. Estiquei os braços na mesa e eles notaram que eu não tinha me ferido - Que bom. - Voltei a abaixar os braços e a cabeça -

Elano: Alguém vai explicar? Se é que tem explicação essa porra? - Eu fechei os olhos forte -

Lorenzo: Eu queria começar me desculpando com você, Elano. Infelizmente acont... - Meu pai o interrompeu -

𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆Onde histórias criam vida. Descubra agora