Rosa de Vidro

18

Sentia uma energia boa, ao acordar. Abrira os olhos, com uma vontade de viver seu dia como em muito tempo, não sentia.

Ela sentou-se, alongando a coluna. Sentiu uma brisa fresca no rosto, e deu-lhe uma tragada

A memória, lhe veio como um canto de pássaro, ao pé do ouvido! Jogou-se na cama, sonhadora.

Sentiu-se, como se mergulhasse, em meio à botões de rosas!

Levou os dedos aos lábios! Tocou-lhes...!

Ele lhe beijara!

Lembra-se dos seus lábios tomando os seus, como tanto sonhara, como uma foce útopia!

Até o ar que lhe passava pêlas narinas, lhe era mais doce, agora!

Ela não poderia ter sonho melhor!

Ele era seu...! Suspirou.

Ele era seu...!

Sentia lágrimas doces aos olhos! Eles eram um do outro!

Ela virou-se de bruços em meio às cobertas. Avistou, seu livro, perto da cabeceira.

O mesmo que Gabriel, fizera lorota de sua cara. Ela riu! Ninguém sabia que ela gostava de romances! Ela ficava com vergonha de admitir, isso!

Mas agora, ele sabia!

Ele seria quem ela confiaria segredos daqui pra frente, se tocou!

Ficava feliz, com isso! Ter Gabriel como seu confidente. Mas uma parte sua temia, quando lhe contasse, o que Roberto lhe fizera.

Tinha medo de tocar, no assunto. De contar há alguém! Queria poder esquecer isso!

Sentiu lágrimas queimarem, os olhos!

Odiava lembrar disso! Odiava reviver o terror, de novo! Odiava acordar e achar que ele estava ali, que ela não escapara, lhe ele ainda iria lhe machucar!

Tinha terror dele.

Tinha medo de um dia acordar do seu lado, e... e tudo acontecer de novo!

Ela olhou pro livro, como uma esperança!

Era nessas pequenas coisas que encontrava uma rota de fuga pra fugir disso, dele vivo em suas memórias!

Ela decidira, escapulir mais uma vez, e lera o livro, e perdida em suas palavras, encontrou paz, outra vez.

Ele tirara uma pausa, para preparar o almoço de Natalie.

Podia mandar o chefe preparar algo para ela, mas prefirira, fazê ele mesmo!

Queria ele mesmo cuidar de sua comida.

Ele serviu tudo em uma bandeja, tudo bem organizado. Sempre gostara muito de ordem!

E com cuidado, ele posicionou, um vaso, e pôs uma única rosa vermelha nela.

Elas lhe lembravam, ela!

Lembrava os toques súltis de sedução, que ela tinha.

Os detalhes dela, em meio um mar de formalidade.

Ele caminhara pelos corredores até seu quarto, abriu e passou pela porta.

Ela nem lhe notara! Estava lendo o livro que vira.

Parecia estar em outro mundo! Ele chegara até ela, e sentara lhe olhando.

Ela abaixou o livro devagar e lhe encarou.

- Gabriel - ela sorria.

Ele segurara na parte de trás de seu pescoço e lhe beijara.

- Vim lhe trazer seu almoço, borboleta - ela puxara, uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.

Ele lhe entregou a bandeja, e se sentou atrás dela a puxando para seu colo.

Ele lhe acariciava seus cabelos, enquanto ela comia.

- Está bom? - ele lhe perguntou.

- Está uma delícia! - ela lhe respondeu.

- O chefe se superou dessa vez! Nunca provei nada melhor! - ele ficou contente.

- Fui eu quem fiz - ele lhe falou.

Ela lhe encarou - está brincando?! - ela perguntou incrédula.

Ele pegou o garfo, e deu a ela.

- Não! - ele lhe fez carinho novamente.

- Não sabia que cozinhava, tão bem! - ela recostou a cabeça em seu peito

Ele riu!

- Tenho que lhe contar algo - ele disse.

- Sim? -

- Amanhã teremos visita - ela lhe encarou.

- Não estou muito feliz com isso, mas vou tentar voltar a socializar, como antes. Por você! - ela se chocou.

- Mas você nunca gostou de socializar, tanto! Mesmo antes de Emile! - ela falou

- Sim! Mas depois me isolei mais ainda. Achei que isso fosse um bom primeiro passo para começar, a colocar as coisas de volta nos eixos - ele explicou !

Ela pulou nele, passando os braços ao redor de seu pescoço e lhe beijando!

- obrigada! -

Ele riu e ajeitou seus óculos.

Ele pegou uma porção de comida e deu em sua boca! Amava cuidar dela!

Ela pegou a colher de sua mão. Ele passou um braço ao seu redor, e voltou à acariciar seus cabelos.

Ele lhe abraçou um pouco mais forte!

Tudo estava voltando para os eixos...

Lhe beijou o topo da cabeça!