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A porta se abriu e ela se encolheu amedrontada; um pequeno grito escapou de seus lábios por conta do terror; sentia seus membros adormeçerem de cima abaixo e um formigamento se espalhar por seu corpo; ela se paralisou e seu coração errou uma batida.
  Ela escutou a voz de Gabriel que veio correndo rapidamente até ela - Natalie!!! - ele abraçou ela encolhida, e lhe fez olhar pra ele. Ele lhe apertou em seu abraço, de forma protetora como se teme-se algo, e lhe perguntou - o que foi Natalie?!! - ele olhou ao redor do quarto, procurando o perigo ali, não encontrando nada ali ele olhou seu corpo analisando se estava bem - me diga o que foi, está machucada? Está com dor? - ele perguntou alvoroçado.
  Ela afundou o rosto em seu peito, e podia jurar que sentia a vergonha se espalhando poe sua face; ela.swntia como se tivessem jogado um balde de água fria encima dela. Sentia seu rosto esquentar com a vergonha lhe dominando, ela não pode conter se afundou a cabeça em seu peito derramando lágrimas vergonhosas; mal podia conter-se em seu peito pelo que tinha feito, mal podia acreditar; a vergonha eminente lhe dominando, fazendo-a chorar lágrimas em seu peito, lágrimas da vergonha misturada com o terror ainda presente. Ele lhe apertou em seu abraço, tentando lhe consolar mesmo sem entender o que lhe acontecia, e assim ele lhe perguntou- Borboleta, o que foi? Aconteceu alguma coisa? - ele parecia perdido, ela não tirava sua razão, ela não entenderia se estivesse no seu lugar; isso só a fez chorar mais enterrando a cabeça em seu peito e apertando mais seus braços ao redor de seu corpo, e ela disse gaguejando - E... eu achei que ele tivesse aqui! - ele olhou para porta visivelmente preocupado e como se não entendesse bem o que ela falava - E... eu achei que você fosse ele! - ela lhe confessou - Eu tava com medo, porque eu lembrei dele e... Eu acho que devo ter tido um ataque de pânico e me assustei quando você abriu a porta, pensei que ele tinha vindo aqui denovo, tentar me sequestrar - ela estava cabisbaixa, não conseguia acreditar que tinha feito isso; mal conseguia entender como havia acontecido, sentia tanta vergonha por ter feito tudo aquilo simplesmente por nada! Se sentia tão ridícula!
Ele lhe abraçou mais em seu peito, como se tentando passar para ela um recado, com somente aquele abraço, como se tentasse dizer: está bem, não precisa ter vergonha de mim, entendo que você tenha se assustado, não tem nada de errado nisso, você não foi ridícula ou exagerada, eu também poderia ter feito isso se estivesse no seu lugar. Era como se ele falasse isso com somente aquele abraço, e embora não apagasse tudo aquilo que sentia, ajudava bastante e a fazia se sentir menos ridícula. Ele olhou em seu rosto, a preocupação era visível em sua face, ele parecia profundamente aflito e apreensivo - Eu vou dar um jeito nisso Borboleta, eu vou dar um jeito de ele nunca mais encostar um dedo em você - Ele lhe dirigiu as palavras, triste; como se não aguentasse mais aquilo, aquela ideia rondando-os sempre, sempre o medo lhes afligindo. E ela confiou nele, confiou nele deixando sua cabeça se acomodar em seu ombro de forma como se descansasse não somente o corpo mas sim a alma e todas as suas aflições; e ele também descansou nela da mesma forma e juntos ali se permitiram sossegar de todos aqueles problemas que tinham, se permitiram descansar em toda confiança que tinham um no outro.

Rosa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora