Rosa de Vidro

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Eles continuaram abraçados com Natalie chorando, por um tempo. Ela tremia levemente, enquanto seus olhos derramavam mais e mais lágrimas angustiantes num como o fluxo de um calmo rio melancólico. Ele sentia seu peito angustiado. Era doloroso vê-la sofrer. Ela soluçou na curva de seu pescoço, o som angustiante matando uma parte se seu coração, com se desmorronase em um abismo. Ele passou a mão por entre suas mechas sedosos, queria consolá-la de sua dor! Queria conseguir lhe fazer feliz! Queria que ele fosse o motivo de seus sorrisos! Queria que ela não sofresse! Queria conseguir fazer seu coração sorrir!

Queria desesperadamente!

Ela apoiou as mão em seus ombros se erguendo acima dele, olhando em seus olhos, suas lágrimas ainda caindo, calmamente escorrendo por suas bochechas como uma chuva calma escorre pela janela. Ela era uma poesia melancólica que ele queria fazer sorrir! Ele queria sua felicidade , seu lindo sorriso, queria que seus olhos iluminaçem o seu dia!

Olhando profundamente em seus olhos ela disse - Ele conseguiu me ferir, ele me quebrou durante meses, mas eu escapei! Eu fugi! Eu consegui fugir dele, e... depois que eu consegui, ... Eu voltei pra vida, pra acordar cedo todos os dias, procurar um emprego, ... Ele ainda estava se perseguindo, eu sabia, então eu passei à me esconder dele, mas isso não foi o pior, o pior foi... Foi que, mesmo longe dele, mesmo sem ele me ferindo, ... Eu ainda estava quebrada, ele me marcou como se tivesse manchado meu coração com um borrão de líquido negro viscoso e venenoso, como se tivesse jogado um ácido que entranhou em meu peito. E aquilo me acompanhou pra sempre, continuou me machucando sem descanso - Ela já não derramava mais lágrimas, seus olhos já passavam a guadar sua angústia somente para si, aquele mar de sofrimento ficou de novo condenado dentro dela, era doloroso vê-la sofrer daquele jeito, ele seria capaz de qualquer coisa pra livrá-la daquela dor! Ele daria o que precisa-se. E ela se sentia impotente por não ser capaz de livrá-la daquele mar, de não conseguir impedir de se afogar nele! Era angustiante.

Ela respirou fundo enchendo seu peito de ar novamente e suspirou pesadamente pelas narinas pra depois começar a falar pesadamente - Depois eu consegui me livrar dele, quando eu comecei a  trabalhar pra você, ele simplesmente sumiu, e nunca mais tinha dado sinal de que ainda estava me procorando, acho que seja pela segurança que você sempre exigiu que sua família é seus funcionários sempre tivessem, e... Também, além de eu ter conseguido me livrar dele, vocês também me ajudaram à pelo menos superar uma parte daquilo, vocês me faziam esquecer na maior parte do tempo o que tinha acontecido, não deixavam a lembrança cair sobre meus ombros, vocês me ocupavam e me faziam bem - Seus olhos brilhantes podiam até mesmo lhe quebrar de tanto que transmitiam - Você, antes de eu me apaixonar, era um bom amigo, era calmo e companheiro, era meu melhor amigo! E a Emile, a Emile era mais que uma amiga pra mim, era como uma irmã mais velha! Era doce, carinhosa, uma mãe incrível pro Adrian! Eu amava ela! Ela descobriu antes mesmo de mim que eu estava apaixonada por você, e ela se quer ficou chateada! - Ela apertou os olhos em lamento, derramando mais duas lágrimas - Ela pediu pra nós ficarmos juntos! - Seu tom saiu um pouco mais alto - Ela queria isso! Ela era maravilhosa!... E depois, um pouco antes dela morrer... Eu contei pra ela, eu contei tudo o que tinha acontecido, e ela me ajudou, ela me apoiou, me deixou chorar, me abraçou e chorou comigo! Ela me consolou! Ela ficou comigo! - Ela chorava em angústia novamente! - Ela cuidou de mim! - Ela apoiou os cotovelos nas penas e enterrou o rosto entre as mãos, chorando. Ele ele levou sua cabeça ao seu peito lhe abraçando  acariciando seus cabelos