Ele estava sentindo uma sensação ruim, em si; um mal presentinho lhe rodear, lhe fazendo sofrer com ele. E ele não sabia o que fazer, sabia que havia acontecido algo de ruim; seu peito não lhe deixava ser ignorante, apertava e doía, lhe avisando. E isso estava lhe deixando no limite! Sabia que havia acontecido algo terrível e era sua culpa. Estava nervoso, com medo do que aconteceu, e sentia que agora não podia fazer nada. E por isso seu peito apertava, em dor, lhe sufocando e torturando.
  E então, sentiu a xícara, que segurava, ir ao chão, por culpa das sensações, que lhe dominavam, causando uma tortura tão grande,que nem seu corpo podia mais lhe obedecer. Foi nessa, hora, que não pôde mais suportar o suspense, e sem mais um segundo de espera, ligou para o segurança.
  Pegou o aparelho celular, procurando o contato de Gorila.
  Não podia, esperar, nem mais um segundo, se quer; aquela sensação não lhe permitia! Sabia que algo terrível, havia acontecido, e não podia mais esperar!
  Ele encontrou o número do segurança, e então ligou para ele, sem nem mais um segundo de espera. Ele atendeu sem demora e então sua superstição se comprovou, para seu desespero e desesperança.
  Ele se deixou cair em choque na cadeira, sem palavras ou esperanças!
  Natalie ainda não havia voltado da empresa, não havia dado notícias, desde de que entrara nela, e Gorila, que após tê-la deixado na frente da empresa, foi levar Adrian para o colégio, e depois, havia voltado para buscá-la, ainda não havia lhe encontrado denovo, estava até agora, parado em frente à empresa, esperando ela voltar, e até agora, nada!
  Ele podia não saber do que estava ocorrendo, não sabia porque Gabriel decidira, não confiar nele, com sua cabeça aérea, sem o mínimo de vocação para cuidar da questão, mas Gabriel sabia o que havia ocorrido, sabia o perigo que Natalie estava correndo, sabia o que devia ter ocorrido!
  E isso pôs um ponto final, sombrio e frio, na sua alma, se apossando de pesadamente dele...
  Não houve tempo para qualquer outra coisa, ou qualquer outro pensamento, ele não discutiu nem consigo mesmo, ou com outro alguém, ele só dirigiu, sem pensamentos, só o choque e vazio, se apossando dele, sem espaço para qualquer outro pensamento. Ele só dirigiu até a sede de sua empresa, parando em frente à ela, sem se importar com nada nem ninguém que estava ali! Sem dar ouvidos para Gorila que tentou chamar sua atenção, quando desceu do carro, sem parada, se dirigiu, diretamente para dentro do prédio.
  Todos se viraram para ele, assustados, mas ninguém lhe disse uma palavra ou lhe parou, e ele foi direto até  recepção, praticamente gritando com a moça ali, de tão nervoso que estava:
  - Onde é a sala do alfaiate da minha noiva?!! -
  Ela lhe olhou assustada. Estava com medo, pelo seu tom. E também porque sabia quem ele era, todos ali sabiam! Ele viu seus olhos marejarem, mas ela lhe respondeu:
  - Sala treze, do quadragésimo terceiro andar! -
  Ele mal terminou de deixá-la falar, e se dirigiu, praticamente correndo, até o elevadores. Clicou no botão, lhe chamando, e para sua raiva, ele demorou quase cinco segundos inteiros para chegar, e então entrou, apertando violentamente os botões que lhe levariam até o andar queria, assustando uns estagiários que estavam ali, que lhe olharam amedrontados, mas ele não lhes deu o privilégio de nenhuma para se quer, não podia lhes dar!
  Logo o elevador chegou até o andar que ele queria, e sem mais, nem menos, ele saltou no corredor, se dirigindo até a sala que haviam lhe indicado.
  Ele entrou na sala, praticamente arrombando a porta, e então olhou para aquela maldita sala, que já sabia que para sempre odiaria!
  Ele olhou para o espaço grande e vazio, sentiu o ar arejado lhe correr pelo corpo, deixando uma sensação de vazio se apossar dele.
  Ele olhou para o espaço abandonado, totalmente livre de qualquer sinal de vida, nas últimas horas, o olhou e viu que qualquer um que tenha armado para sua noiva, já havia fugido à muito tempo, havia abandonado tudo aquilo que podia lhe levar até ele. Havia fugido das consequências da maldade e que havia feito.
  Olhou ao redor,  e viu, se dando conta, de que, nada ali lhe levaria até sua borboleta. E ali, no meio da sala, ele viu uma caixa, com um laço delicado ao seu redor, já frouxo, com uma ponta de tecido branco, saltando para fora da caixa, jogada no chão, abandonada no meio daquele lugar maldito, que havia sido decretada a morte do seu coração e sua pequena borboleta, havia sido arrancada dele, como aquela caixa havia sido arrancada dela.
  E então, ele se ajoelhou por sobre os joelhos, em frente à caixa, num movimento lento e vagaroso, como a sensação de morte que sentia no seu coração, ele puxou a caixa para seu colo, desfazendo delicadamente o laço, abrindo a caixa com cuidado, levantando cuidadosamente o vestido ali.
  Ele olhou para o vestido em sua frente, o vestido da sua Natalie, da sua Borboleta! O vestido que ela ía usar no casamento deles. Olhou para o tecido lindo e delicado, nas suas mãos, fragilidade que ía além da roupa.
  O vestido tinha o cheiro dela, impregnado nele!
  Ele sentiu um soluço escapar da sua garganta, a dor se sentir sua borboleta longe dele, e então ele se agarrou na no vestido, chorando pela sua Borboleta,  por sentir seu amor ser arrancada dele, e é levada para longe, sem que pudesse lhe alcançar e lhe proteger de quem lhe fizesse mal!
  Sentiu seu peito soluçar e seus olhos chorarem, como se o seu mundo demoronasse ao seu redor, ruindo e desabando, de forma insuportável.
  E assim ele chorou, sem mais, nem menos, chorou agarrado no vestido de sua borboleta, sentindo o seu cheiro nele. Sendo endo insuportável não lhe sentir em seus braços, não lhe ter ali com ele, a dor e saudade rasgando o seu peito, lhe impedindo se respirar.

Rosa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora