Rosa de Vidro

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Ele estava acordado a algum tempo, não tivera interesse em levantar ou voltar à dormir, só se contentava em ver sua noiva dormir em seus braços; observá-la respirar tranquilamente, aninhada em seu peito, enquanto o sol lá fora não dava sinais de levantar; ela era perfeita, parecia tão sublime e delicada enquanto descansava em seu sono, livre de todas aquelas desavenças que lhe atormentavam durante o dia; ele suspirou tristemente, se sentia frustrado por aquilo, se sentia tão culpado! Ele ainda não conseguira se livrar daquilo que queria, não conseguira se livrar daquele homem maldito, para Natalie, não conseguira por um naquilo; e ele estava tão frustrado com isso! Estava absolutamente abatido com aquilo, com a ideia de que aquele homem poderia voltar, poderia voltar e ferir a sua borboleta, poderia a prender em uma jaulsem o seu consentimento, e poderia ferir-lhe, lhe machucar e maltratar. Ele não queria aquilo, não queria sua Borboleta suportando aquilo, não a queria tolerando aquilo; tolerando a dor que ele poderia lhe causar, tolerando os maus-tratos, a dor e a agonia que a falta de consentimento podia lhe causar; não desejava com todas as suas forças que ela voltasse a passar por aquilo; não permitiria que isso voltasse a acontecer com ela; seria capaz de qualquer coisa pra não deixar aquele maldito Diogo Roberto não voltasse à encostar em um fio de cabelo dela, poderia fazer qualquer coisa, poderia ir contra tudo que acreditava para mantê-la bem e à salvo dele! Ele não iria permitir aquilo, não iria, poderiahe caçar até o inferno se fosse preciso, para manter a sua borboleta à salvo. Sua borboleta, sua coisinha tão frágil e ao mesmo tempo forte, de forma que mal podia crer que existia, de tão única e perfeita que era,  tão encantadora e graciosa que era; ela era única e ideal; era a perfeição de uma melodia personificada em uma única pessoa, em uma única mulher impecável; não podia deixar que nada de mal acontecesse à ela, não podia deixar que fosse ferida, tinha que protegê-la daquilo que lhe fazia mal, daquela sombra pavorosa e odiosa que lhes rondavam, não podia permitir que aquilo lhe tocasse, não podia deixar; e se fosse preciso, seria capaz de dar a própria vida para que ela nunca viesse a lhe acontecer denovo, sentia capaz de tudo.
  Mas por hora, ela se movendo, fora o que lhe chamara atenção; seu pequeno corpo se afastando durante o sono; fora capaz de vê-la se virar durante o sono, saindo do abraço de seus braços e se deitando ao seu lado, ela se movia lentamente e seu rosto se contorcia suavemente, lhe dizendo que iria acordar. Ainda era de madrugada e a lua brilhava prateada à fora da longa parede de vidro e suas cortinas; e ele pôde ver-lhe acordando de seu sono tranquilo, observou seus doces olhas calmos abrir-sem, lhe tirando de seus sonhos; ela piscou calmamente e lhe olhou ali do seu lado na cama - Gabriel... - ela resmungou com voz de sono; una voz doce e rouca com um timbre suave que nunca deixava de lhe encantar; ela pareceu despertar mais um pouco e virou-se de frente para ele - Boa noite, meu amor - ele lhe disse, lhe olhando nos olhos, ele sorriu suavemente com aquilo e lhe disse - Boa noite, minha Natalie - ela lhe sorriu docemente,  aquele sorriso que seria capaz de lhe derreter em mil gotículas, ele lhe disse devagar e gentil - O que deseja? Por que acordou de seu sono? Por acaso teve algum pesadelo? - ele perguntou zeloso por ela; ela somente sorriu suave para ele - Não, obrigada; eu só estou com um pouco de sede - ela lhe respondeu;  então ele lhe sorriu devagar e se levantou beijando a sua fronte, a fazendo lhe olhar carinhosamente e incerta; ele desceu as escadas indo até a cozinha e lhe pegou um copo com água. Ele voltou para o quarto e levou a água até ela na cama; ela aceitou o copo de sua mão, lhe agradecendo - Obrigada - ele se sentou do seu lado na cama e ela bebeu, deixando o copo apoiado no criado-mudo ao seu lado, ele lhe puxou para seu peito e se deitaram juntos novamente; ele lhe acariciava os fios de cabelos, com cuidado e se encantando com a doce maciez - Boa noite, Borboleta!  - ele lhe desejou com ela em seus braços - Boa noite, Gabe! - ela lhe respondeu e voltaram juntos à dormir .