Ela deixou-se flutuar em sensações desagradáveis, olhando para enorme porta; não sabia porque, mas seu peito foi mergulhado em um balde tinta negra, que se apossara de ela e tomara sua mente, em uma má intuição.
Não sabia porque sentira aquilo derrepente, a sensação parecida com que água gelada havia sido jogada por sobre sua cabeça, escorrendo sorrateira e rapidamente por seu corpo, se apossando dela em sensações ruins, com seu gelo repentino. Ela sentiu um arrepio repentino por seu corpo, e envolveu seu corpo em um abraço solitário, tentando conter o calafrio, ela balançou a cabeça em um arrepio de todo o corpo, e com um esforço, um pouco difícil, deixou seus braços penderem ao lado do corpo, e bateu a porta, se permitindo abrir um espaço na mesma e mirar dentro da sala:
- Bom dia, senhor; eu sou, Natalie Sancour e creio que tenha uma hora marcada com o senhor -
Ela falou e o homem que estava, inclinado sobre a mesa, mechendo em um celular, pareceu se dar conta de sua presença ali, e respondeu nervosamente, diria até um pouco mais nervoso do que seria aceitável:
- Sim, Senhorita Natalie! Desculpe-me não ter lhe notado antes, e bem... estava esperando por você -
Ele gaguejou e ela deveria admitir que ele parecia mais assustado, mais do que ela julgava ser necessário. Ela se culpou por isso: todos estavam com medo dela ali, talvez pensassem que ela fosse, lhes demitir por um menor descuido; ela deixou os ombros caírem em desalento. Eles estavam com medo dela, claro que nenhum parecia estar com tanto quanto aquele homem ali, mas era culpa sua; mas pelo menos ela poderia tentar mudar o jogo, poderia, lhes mostrar que não precisavam temer, sendo amável! E era isso que iria fazer, lhes faria ver que não tinham que se assustar, lhes tratando da melhor maneira possível.
Então ela se deixou caminhar para dentro da sala, dando um sorriso doce ao alfaiate, e ela pôde ver seu cenho se franzir e ele engolir em seco, de forma lhe fazia pensar que estava mais assustado do que parecia:
- Bom dia e queira me acompanhar, Senhorita -
Ele disse, caminhando apressadamente até um armário ali, combinado com a porta. E ela foi atrás dele, o observando vetirar dali uma capa de roupa, com um cabide e virar de frente à ela, falando:
- Isso aqui é o que a senhora tem esperado, por tanto tempo; ficou perfeito, a melhor obra que já fiz à muito tempo, a menina que desenhou tem, com certeza, muito talento! -
Ele falou, e ela não pode deixar de sorrir, lembrando da doce Marinette. E então o alfaiate abriu o pacote, dizendo
- Aqui está! Devo pedir que a senhorita se dirija até aquela porta ali, para que se vista, ele tem fechadura de zíper, discreta e fácil de vestir, então creio que, não vai precisar de ajuda pra se vestir -
Ela só assentiu, agradecendo sem palavras e se dirigiu à porta indicada.
Mas uma coisa estava lhe incomodando em ele: ele parecia muito nervoso! E de vez em quando, lhe pegava lançando-lhe olhares, agoniados, como se estivesse culpado por algo. Ela pegou em sua fronte, talvez só fosse impressão dela, mas... aquilo estava muito estranho.
Ela se vestiu, e olhou no espelho, estava se fato deslumbrante! Sentiu lágrimas lhe molharem os olhos, ela estaria realizando o sonho dela, somente daqui à algumas semanas, com aquele vestido. O sorriso se apossou involuntariamente de seu rosto, de forma que ela não podia fazer, com que se fosse, e ela então saiu do vestiário e foi até o homem ali, que seria responsável por ter certeza de que já estava tudo realmente pronto.
Ela não pôde deixar de sorrir, nem por um momento se quer, mas viu uma expressão estranha passar pelo rosto dele, parecia culpa; e então perguntou:
- O que há de errado?! -
Ela teve medo que apresentasse uma grande falha. E então ela viu seus olhos se franzirem, estranhamente:
- Não há nada de errado, está perfeito! Será uma bela noiva -
Ela notou que suas palavras saíram um pouco forçadas, mas não se deixou achar que estava ruim, então só sorriu mais e se deixou apreciar a saia de seu vestido. Era lindo e estava perfeito.
E então o alfaiate lhe disse:
- Bem, creio que não será preciso fazer mais nenhum ajuste, então peço com que se troque novamente e me entregue o vestido, para que possa encaixotar e lhe entregar. E assim ela fez, voltando para seu vestido vermelho, que havia vestido até ali. E então entregou o vestido para o homem, que foi apressadamente até o armário ali e pegou uma caixa grande, e bem decorada, para então dobrar cuidadosamente o vestido, o colocando dentro da caixa branca azulada e passando um laço azul escuro, de fita de seda ao seu redor, e dando os últimos ajustes no laço, lhe entregando a caixa, para então dizer:
- Você já pode levar pra casa, para esperar somente até o dia do casamento para vesti-lo! -
Mas aquele olhar, perturbado, não saía dali, mas ela se fez sorrir aceitando a caixa dele:
- Obrigada, creio que o valor já tenha sido pago, então, já irei levá-lo para casa, comigo -
E enfim, começou à caminha até a saída, mas ele lhe chamou a atenção, fazendo que se virasse para ele:
- Me desculpe, mas não posso permitir isso! -
Ela deixou seu queixo cair em surpresa, e um lenço branco, foi pressionado contra seu rosto, de surpresa, e os braços do alfaiate lhe laçaram ao seu redor, lhe prendendo, e caixa com seu vestido foi ao chão, em um gesto dramático e lento.
Ela tentou lutar com seus braços ao seu redor, mas seja qual a droga, que havia no, tão maldito lento, já a havia deixado sem forças e sua visão começava a embaçar.
Ela também sentia que ele tomava cuidado no seu agarre, para não lhe machucar e podia jurar que agora ele tinha o mesmo olhar culpado que lhe havia lançado tantas vezes, nesse curto espaço de tempo. Mas também não pode deixar de sentir raiva dele, raiva do que estava fazendo, por mais que culpado.
Mas ela não pode mais pensar nessa raiva, não quando a viu ser substituída por medo, quando seu pior pesadelo passou pela enorme porta branca, que ela tanto teve medo.
Passou, todo cabelos pretos e sorrisos perversos que ela tanto odiava, passou confiante em tudo sua força que ele usaria pra lhe quebrar novamente. E então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos, mais lágrimas por sua causa. E Diogo pegou seu rosto por entre a sua mão, lhe segurando a bochecha, enquanto o lenço ainda era pressionado em sua boca e narinas:
- Olá meu amor!
Ela estremeceu e pôde sentir os braços do alfaiate, ao seu redor, falharem, como se quisessem lhe soltar; mas já era demasiado tarde, seu olhos olhos já pesavam e agora ele já estava aqui. E ela sabia que dessa vez, não lhe deixaria por nada, e por isso sentia ainda mais terror se apossar dela!
E então seus olhos terminaram de fechar, enquanto assistia o rosto cruel do monstro à sua frente. E não pôde mais manter-se acordada...
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Rosa de Vidro
Fanfictionuma fanfic gabenath, pra quem curte mais do que adrianett. Cheia de emoção, e Amor.