Ela se encontrava dormida, seus sonhos como sombras lhe rondando, se esgueiravam sussurantes por seus pensamentos, pesadelos em formas de sombras maliciosas.
  Seus sonhos estavam inquietos, burlosos e aterrorizantes! Lhe agitando durante o sono, assustando e amedrontando. Estava cercada de pesadelos, cruéis e aterrorizantes!
  Seu sono era inquieto e conturbado, tudo por culpa do que lhe ocorrera...
  Mas o que lhe ocorrera mesmo?! O que havia acontecido antes dela recair naqueles sonhos?
  Ela não lembrava, não lembrava de nada além daqueles sonhos, as capas pretas de medo e crueldade, não conseguia ir um palmo além disso nas suas memórias, não se lembrava de nada que já tinha lhe acontecido na vida! Mas... que vida?! As questões lhe romdavam eu ela não tinha resposta para nenhuma delas! Não conseguia se lembrar!
  E então, ali no meio daqueles pesadelos ela se viu no meio de uma imensidão escurecida, um simples nada escuro ao seu redor, e frio, como as horas mais altas da madrugada, ali presente, gelando até o canto mais profundo da sua alma. Ela estava caída no chão, sentada em cima dos calcanhares, com as mãos apoiadas no chão, tentando se manter firme em seus membros temblosos. Mirava a escuridão à sua volta, o frio negro, que jurava que lhe encarava de volta, que lhe observava ao seu redor.
  Ela sentia terror com aquilo, temia até mesmo seu respirar ali,e então ela escutou uma voz mardaz e sussurante, que lhe causava um calafrio em seu corpo, lhe fazendo se envolver em seus braços, uma voz masculina:
  - Olá, Natalie...! -
  A voz deslizava traiçoeira por seus ouvidos, como uma carícia indesejada deslizando por seus ombros e apertando seus braços, de forma que se fosse Gabriel que estava fazendo, ela teria apreciado, mas que não sendo dele só lhe fazia ter calafrios de medo, e repugnância ao toque.
  E então a voz deslizou para o pé de seu ouvido, e suas mãos grandes lhe apertaram os ombros:
  - Não pense nele...! -
  Ela se assustou, com medo. E a voz continuou:
  - Não pense nele, porque agora você não tem mais ele, você não tem mais ele; você só tem a mim agora! -
  Ela se desesperou, tentando fugir das mãos que lhe seguravam, mas elas só lhe apertaram mais. E ela gritou como medo, fazendo com que lágrimas deslizassem de seus olhos.
  Um soluço escapou de seus lábios e foi calado por uma mão em sua boca, que se ela não soubesse bem o que acontecia poderia jurar era gentil! Mas não se enganaria tão fácil!
  E a voz sussurou suavemente no seu ouvido:
  - Shiii...! Quietinha, meu bem! Você vai ficar bem comigo! Você é minha agora...! -
  Outra mão correu ao seu cabelo, acariciando suavemente os fios ali, e as lágrimas insistiam em cair incessantes por seus olhos, a mão em sua boca tampando os soluços de seu choro! Ela estava aterrorizada! Estava com muito medo!
  E a voz disse:
  - Você é minha agora, Natalie! Você é minha! -
  A voz parecia ter diversão cruel em seu tom.
  E então ela lembrou! Lembrou de quem era aquela voz! Lembrou de Diogo!
  Ela se viu ainda mais desesperada! Se viu lutando contra seu agarre, se viu se debatendo e gritando desesperadamente com seu medo. E a voz parecia rir ao lado de seu ouvido, parecia se divertir com ela.
  Ela não conseguia se soltar! Não conseguia se livrar daquelas mãos! E então, de repente, ela se sentiu caindo, se viu caindo numa imensidão negra, como se o chão tivesse se abrido debaixo dela e agora caía em queda livre num poço negro de escuridão.
  Ela estava apavorada com aquilo, gritava desesperada com a queda, mas sentia certo alívio por ter se livrado de Diogo! Mas mesmo assim não deixava de temer a queda livre!
  Foi rápido, em um segundo ela estava presa por Diogo e em outro caía até o chão, mas o chão nunca chegou! Em um momento ela caía e em outro seus olhos se abriam em susto e ela se via deitada no banco de trás de um carro, ela sentia suor escorrer por sua testa, se sentia fraca e dolorida, com o corpo pesado, e olhando para janela do carro ela podia ver o céu escuro acima na noite, podia ver o breu noturno aí seu redor.
  E num esforço ela olhou para o banco do motorista, vendo um homem grande, com pele levemente bronzeada e cabelos pretos curtos, dirigindo.
Ele parecia estar consentrado na estrada, mas parecerá se dar conta de que ela acordara, e se virara lhe fitando.
  Seu coração foi à mil, e seu peito parecera parar por um momento! Era ele...! Era ele!
  Ela sentiu a cor fugir de seu rosto e foi brutalmente puxada de volta a escuridão...

Rosa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora