Ela não entendia, a mudança repentina dele.

  Se fosse, um pouco mais boba, poderia pensar que ele batera com a cabeça.

  Será que não foi  isso...?!

  Riu de si mesma, eles sempre tiveram certa intimidade, mas ele nunca, quisera ir além do que tinham. E, ela seguiu no mesmo caminho. Não poderia correr o risco de se confundir.

  E agora, ele do nada decide dormir na mesma cama que ela, não seria boba de achar que ele tivera sonabolismo, não quando ele parecia bem ciente do que fez. Conversou com ela, abraçado nela!

  Mais era melhor, pensar que era sonambulismo, por mais, forçada que a idéia fosse.

  E exigir que lhe chamasse pelo nome! Ele evitara cruzar essa barreira! Tinha certeza que por medo de confessar o que sentia, mesmo que inconscientemente.

  Não! Estava em apuros! Não conseguiria se conter, dessa forma! Iria acabar confessando o que sentia. E ele iria a rejeitar.

  Ainda estava ludibriado, pela sua amor por Emile, para notar esse amor que vem crescendo.

  Começara quando Emile, ainda era viva, quando ela o ajudava com ela.

  Ainda doía lembrar, daquele ano. Sua querida amiga, doente como ela agora. Mas pior, por que enquanto o seu caso não regredia ou piorava, Emile ficava cada vez pior.

  Ela cuidava dela, lhe ajudava, e fazia companhia quando Gabriel não podia ou não conseguia lhe encarar sem desmoronar em sua frente. E quando isso acontecia, ela lhe consolava, lhe dava um ombro amigo. E com isso o amor de família, foi crescendo em seu peito se tornando algo maior, uma paixão! Uma paixão, que lhe renderia uma coração quebrado.

  Ele também se apaixonou por ela, ela sabia, via em seus olhos o amor, o modo terno que lhe olhava. A conduta protetora que tinha com ela. Mas, além disso, ele também passara a nutrir uma obsessão por Emile, nada como o amor verdadeiro que tinham.

  Ver a esposa sofrer, e depois a perder, o deixou sem chão, e com isso ele passara a se erguer da raiva e tristeza.

  Essa obsessão o cegava pro amor, que passará a sentir naqueles meses.

  Isso a machucava saber que era amada e ele não ter consciência disso, por culpa de um muro de luto.

  Saber que não era correspondida, por que, ele estava megulhado em sofrimento de mais, para notar o que sentia.

  Ah menos, que... ele esteja, começando a emergir!

   Sentiu lágrimas vindo aos olhos e as enxugou. Isso seria maravilhoso!
 
  Ele lhe parecera mais leve, de fato. Mais feliz, como não estivera desde antes do caso de Emile começar a ficar grave. Ele lhe olhava sorrindo, quando ela acordara!

  Quase não o vira nos últimos ano

  Mas, não se iludiria. Não queria se decepcionar! Poderia ser algo momentâneo

  Mas, não conseguiria desfazer a pequena esperança em seu coração, com essa possibilidade.

  Ele voltar a ser que era. Isso seria um sonho.

  Terminou sua rotina, e saiu do banheiro se apoiando nos objetos dele, ao sair se apoiou na porta, e ao olhar fora, lá estava ele, lhe esperando.

 

Rosa de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora