Eles passaram a manhã lendo o livro que Gabriel lhe escolhera, e por alguma razão, sentia que aquele livro não se tratava de apenas um livro para ele; parecia ser muito mais, muito mas que isso, chegava à pensar nisso por causa do olhar com que Gabriel lhe lançara quanto caminhava das estantes até ela; um olhar frágil e quebrado de uma forma com que ela nunca imaginou vê-lo, um olhar que escondia um coração partido por debaixo dele; um coração partido semelhante ao dela própria durante muito tempo, um coração que escondia muita dor e solidão por trás do que todos viam, um olhar frágil e quebrado como um passarinho que lesionara a asa em pleno voo e que sentia muitas dores para se curar. E ela se sentiu feliz por ele lhe expor aquilo, se sentiu feliz por ele achar que podia confiar nela para mostrar o seu eu quebrado, seu eu frágil e delicado; por confiar nela o suficiente para se mostrar em todas as suas fragilidades e dores; se sentia feliz por ele lhe mostrar aquilo, porque chegava à ser semelhante à lhe entregar um coração de cristal em suas mãos, um frágil coração humano, e confiar que ela não quebraria, que não usaria como se fosse uma simples peça de enfeite com que ela brincaria; confiou nela pra lhe mostrar uma fragilidade e isso não teria preço, sabia bem disso porque ela mesma sabia como era ter medo de entregar algo tão frágil nas mãos de alguém; tinha total noção do medo que isso podia causar. E por isso se sentia infinitamente alegre de saber que ele confiara nela.
Mas agora já não pensava mais naquilo; não, não podia pensar naquilo; agora pensava com Gabriel o que diriam para Adrian, sobre o que acontera com ela. Ela sentiu seu corpo ser tomado por uma calafrio desagradável, sentiu o frio do terror se passar por seu corpo, lembrando do terror que lhe apossara naqueles momentos; não poderia esquecer, nunca se esqueceria da sensação de estar à mercê de alguém, o suspense o terror todos se apossando do seu corpo ao mesmo tempo o medo de que o pior pudesse acontecer e que ele pudesse vir acontecer novamente ele está ali para lhe levar de volta. Que ele pudesse novamente lhe usar tomar posse dela para, para sempre, tomar posse de si usá-la como brinquedo sem lhe perguntar se ela se agradaria disso sem Ligar para dor que pudesse ligar para o medo que ela teria o sofrimento se ele perguntar se ela consentiria ou não. Ela não suportava nem pensar sobre aquilo, não suportava conviver, mesmo por um curto espaço de tempo com a ideia daquilo, sentia medo, terror de que lhe voltasse à acontecer!
Mas agora nem para isso podia dedicar seu tempo, porque agora teria que juntamente à Gabriel, explicar ao seu filho o que acontecera com; já não bastasse as marcas roxas em seus corpo, teria que lhe dar com o fato de que o garoto já tivera uma prévia do que ocorrera, pelo noticiário; e agora teriam que lhe dar com um menino frenético e preocupado com suas informações; e isso com certeza daria muito trabalho para explicar, e tentar acalmar o seu filho preocupado. E ainda teriam que mentir sobre a verdadeira razão sobre aquilo; ela sentiu uma nuvem negra se apossar de sua mente, sentiu a frustração da dor de cabeça, o ódio, a mágoa e a dor, recair toda sobre ela; por quê?! Porque tinha tanto que mentir? Sabia não podia estragar sua infância, adolescência, por problemas dela; mas lhe mentir, estava lhe custando muito mais do que podia imaginar. Era frustrante ter que inventar sempre algo; ter que inventar algo para explicar sua dor, suas preocupações, seu sofrimento!
Mas por hora teve que guardar tudo isso, teve que guardar, pois agora, ele chegara junto com segurança, e caminhava para rumo à ela e seu pai; e eles que teriam que lhe explicar tudo, ainda por cima o mentido o que não podia ser dito a ele. Não sabiam nem por onde começar, não tinha ideia como explicar aquilo, mas teriam, e de uma forma ou de outra teriam que tirar algo de algum lugar, não importava o que custasse à eles! Seu filho sempre seria mais importante!
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Rosa de Vidro
Fanfictionuma fanfic gabenath, pra quem curte mais do que adrianett. Cheia de emoção, e Amor.