Logan
Ordinário. Imundo. Um escroto rico que achou que podia fazer o que quer. A cena do quarto do hotel era devastadora. Sangue cobria as paredes como se um artista tivesse respingando tinta em uma tela. Gotas vermelhas salpicadas pelo piso e tento. O cheiro de urina, fezes e entranhas era forte demais. O canalha se divertiu torturando a esposa e os amantes.
Eliot Sumner está aqui, na sala de reuniões na Sila, com o rosto pálido e abatido.
Ele merece muito mais do que esse sofrimento.
Alis está aí meu lado, o rosto moldado como o de uma estátua de mármore. Uma rainha inabalável ao caos e ao terror em sua frente.
E é claro, ele não reagiu nada bem quando contamos o plano para ele.
— Eu te pago uma fortuna e tudo o que consegue é um alternativa?! Eu quero ficar livre, entendeu?
O senhor Sumner, pai do acusado, encara o filho com desgosto. É a segunda vez que ele se altera só nesta reunião.
— Como eu disse, as provas contra o senhor são concretas, não há muito o que fazer, no entanto, se conseguirmos uma lauda médica provando a sua incapacidade mental e uma ou duas testemunhas para afirmar isso, podemos evitar que o senhor vá para a prisão. Acho que uma clínica é muito melhor do que a prisão perpétua.
As vezes eu me odeio.
— Uma clínica?! Seu trabalho é me livrar dessa! Que charlatão. Eu disse a você, Simons teria conseguido minha liberdade!
— Eliot. — O pai esbraveja. Uma ordem a alguém que só ele pode controlar.
O acusado fica em silêncio, o rosto contraído em outra raiva. Acho que vamos conseguir esse laudo médico facinho, a julgar a instabilidade dele.
— Eu acho muito melhor a sua opção, Sr.Shay. Não queremos que ele fique solto, vivendo como se não tivesse feito um estrago imensurável, mas também não quero que ele corra o risco de estar com qualquer tipo de gente na cadeia. Sabe se lá que tipo de pessoas ruins tem lá.
O tipo de gente como o seu filho, é o que quero dizer, mas continuo com os lábios fechados.
— Eu e a minha estagiária pensamos muito nas possíveis saídas para esse caso, no mínimo ele pegaria 30 anos de prisão perpétua. Eu concordei sem dúvidas quando ela me sugeriu que alegassemos incapacidade mental, não existiria outra alternativa.
Eu pensei, é claro,nessa saída assim que recebi a informação de que tinham os vídeos de segurança do hotel e que eles eram o suficiente para incriminar Eliot. Quando questionei Alis sobre o que ela faria se estivesse na minha posição, me surpreendi que em tão pouco tempo ela tenha pensado a mesma solução que eu. Eu estava certo, afinal, ela vai ser uma excelente advogada. Então por quê não lhe dar os créditos? Um advogado como eu ajudando ela a se estabilizar no mercado é o máximo que ela pode conseguir.
Se depender de mim Alis será a melhor de Washington, mesmo que eu caia para o segundo lugar nesse hanking.
— Sua estagiária deu a ideia? — Pergunta o Sr. Sumner um pouco impressionado.
— Tinha que ser, uma ideia tão idiota. — Esnoba Eliot. Eu poderia soca-lo, enche-lo de porrada até que peça desculpas.
— Na verdade essa ideia idiota vai te salvar de trintas anos de cárcere em um estadual — Responde Alis. — , no mínimo, e claro, se ela for aceita pelo juiz. As chances são mininas, senhor Sumner, mas é uma esperança para o senhor. Ou o senhor quer passar o resto da vida atrás das grades usando um macacão laranja?
Eliot não precisou responder para que todos soubéssemos sua resposta. Ele havia entendido que essa era a sua única saída.
— Muito bem, vamos ao trabalho.~•~
Alis está pensativa, a mente está vagando por algum lugar distante. Saímos para almoçar, o que resultou uma série de "é muito arriscado" vindo dela, mas no final ela cedeu.
— No que está pensando?
— Hum? — Ela olha para mim. Tenho que sorri para o susto escondido em seus olhos.
— Você está voando alto, não está? Quero saber o que está pensando.
— Hum, é que Cindy teve problemas na clínica. Ao que parece a mãe dela quer que ela continue lá. Na verdade, tia Marina acha que Cindy da trabalho demais, por isso insiste para que ela fique lá. Mas Logan, é tão deplorável. Ela aprendeu a lição e está a dois anos sem usar nada. — Alis suspira pesadamente fechando os olhos no processo. — Desculpe, não deveria ter jogado meu problema em você.
— Eu perguntei, e além do mais, Cindy não é aquela sua amiga que vivia lá em casa?
— Ela mesma, e aliás, ela te adora. Se não fosse por ela eu não teria vindo para cá, digo, para a Sila.
O quê? Como...
— Me explique. — Tento não desmonstrar, mas minha voz sai uma ordem impressa.
— Eu estava com medo, de você estar com outra, de ter me superado, então eu ia para a West Association. Mas Cindy disse que esse seria o maior que eu cometeria. Ela insistiu para que eu não desistisse e não me acovardasse.
— Hum, então eu devo uma a Cindy.
Alis sorri.
— Você ficou bravinho, não ficou?
— Um pouco, achei que eu fosse a sua primeira escolha.
— E você é, mas eu estava cagada de medo. Se eu soubesse que você teria me esperado, eu não teria segundas opções.
Respiro fundo. Por que isso me deixa irritado? Com ciúmes? Acho que estou enlouquecendo.
— Vou mostrar pra você que nunca existiu uma segunda opção.Nota da autora:
Estou boazinha hoje :)
XOXO,
Ani Melo.
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Me Escolha
RomanceSe você gosta de Hot, taboo romance, e enimes to loves ( inimigos a amantes), você vai gostar dessa história. Alis Carison teve uma infância difícil. A mãe era alcoólatra e viciada em drogas ilegais, e acabou tendo uma overdose quando a garota t...