Capítulo 37

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Logan

   É excitante estar no tribunal, a adrenalina sob por suas veias, dilatam os alvéolos, aceleram o coração. Tudo acontece como um passe de mágica. Uns precisam se drogar, outros de pular de paraquedas e eu, bem, eu só preciso estar a frente do júri.
   Alis está na mesa ao lado do réu. A roupa social a deixa com uma elegância digna de uma dama. Eliot está agitado, as pernas balançam freneticamente para os lados delatando seu nervosismo.
— Então, Senhora Marques, o seu sobrinho sempre teve um histórico com crises de violência, episódios de inquietação...
— Protesto, ele está induzindo a testemunha. — Alega o promotor. O martelo da juíza Judy soa.
— Aceito, faça sua pergunta Sr.Shay.
— Peço desculpas, Meretissima. Senhora Marques, quantas vezes você presenciou esse tipo de comportamento em relação ao seu sobrinho Eliot Sumner?
— Muitos, ele sempre foi um menino problemático, não importava o quanto eu dissesse a minha irmã que ele precisava de acompanhamento, ela nunca achava que era necessário. Infelizmente o caso de Eliot foi negligenciado, me pergunto se essa tragédia teria acontecido se ele tivesse tido o tratamento adequado.
   Foi como encontrar uma mina do tesouro. A senhora Marques, tia de Eliot, disse tudo o que precisávamos para montar nosso plano. Eliot será mandado para uma clínica sob custódia até que ele possa ser reavaliado e recolocado com a população.
   Me surpreendi, no entanto, quando a juíza marcou mais uma audiência para a semana seguinte. Eles estão encima desse caso, a população quer justiça, a família dos envolvidos querem a solução para o caso . Foi um erro bobo achar que sederiam tão fácil.
— Acha que está perdido?
— Não temos como saber, Sr.Sumner. O caso chegou a proporções nacionais, tem pessoas de todos os estados querendo seu filho atrás das grades e eles não estão errados, o senhor sabe disso. Mas vou continuar com o plano, semana que vem a psicóloga vai testemunhar e então teremos uma chance.
— Assim espero, Sr.Shay.

                                    ~•~

— Você tá tão calado. — Fala Alis, se sentando na cadeira reservada aos clientes em frente a minha mesa.
— Vou perder esse caso. Não vai importar quantas testemunhas eu leve ao tribunal, eles querem a cabeça de Eliot em uma bandeja.
— Hum, vamos agir como se ele não merecesse isso? Tentamos o que podíamos, Logan.
— Ainda assim, eu olho para o Sr.Sumner e vejo o quanto ele está arrasado. É o filho dele, Alis. É por isso que nosso trabalho ainda vale apena. Nós podemos olhar para a família e dizer que fizemos de tudo para salvar o filho deles, que diferente do mundo nos não estávamos contra a ele, entende? Isso é injusto, eu sei. Mas não é em Eliot que eu penso.
   Alis se levanta, da a volta a mesa e fica em minha frente. Me viro na cadeira e ela se senta em meu colo. Seus lábios tocam os meus rápidamente em um selinho.
— Você tem um bom coração, Logan, isso não te faz ser injusto.
— Eu queria muito esquecer disso um pouco, tá afim de sair daqui?
— Hum, não sei não. Eu tenho uma carga horária esqueceu?
— Você tem horas extras o suficiente para cobrir meio período. Vamos, diz que sim.
   Alis revira os olhos. Ela fica tão linda assim,me lembra de quando ela... não, eu não vou compartilhar isso com você.
— Tá, tudo bem. Mas para onde vamos?
— Para qualquer lugar, meu amor.

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