Capítulo 35

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Logan

    Eu poderia estar feliz. Poderia ser mais um passo conquistado em minha vida e mais um motivo de celebração. Mas está acontecendo pelo motivo errado.
    Alis vai vir morar conosco. Ela insiste em dizer que Lily só está precisando de um punho mais forte — eu não sei bem o que isso significa, mas quando questionei, Alis disse que eu amava Lily e precisava deixá-la, que eu dava espaço quando nesse momento ela só precisa de alguém que coloque ela nos trilhos.
    Não vou negar que eu adorei a parte de poder estar com Alis, de ela estar ao meu alcance. Mas eu preferia que ela tivesse vindo para cá porque Lily nos aceitou, por que ela aceitou ser minha.
   Mas, por hora, me contento com ser seu colega de quarto.
— Então a madrinha dele vão depor. — Diz ela, com a atenção nos documentos.
   Estamos na cama do antigo quarto dela — outra coisa que não entendi, seria muito melhor se dividíssemos o quarto, mas ela diz ter seus motivos —, onde Alis repassa todos os pontos de amanhã.
   Eu já tenho tudo decorado em minha cabeça, cada passo, cada palavra e cada pergunta que farei ao jure, mas, como eu sou um bom professor, insisti que Alis estudasse mais uma vez os processos de amanhã. Quero ela a par de tudo.
— Para de me olhar assim, por favor. Não consigo me concentrar.
— Assim como?
— Como quem quer me comer. — Ela olha para mim com o rosto cheio de cumplicidade. Meu pai pulsa, ganhando vida. — E eu até tô afim, mas meu chefe quer que eu lembre de tudo para amanhã, sabe?
— Hum, que bom que seu chefe aconselha relaxar antes do julgamento.
   Busco os lábios dela e ao mesmo tempo tento tirar os livros, cadernos e blocos de anotação entre nós. Alis me puxa pela gola da camisa, os lábios se encaixando perfeitamente com os meus.
— Eu já disse que você é um excelente professor?
— Não, mas eu adoraria ouvir.
   Ela sorri. O pescoço de Alis tem um cheiro de outro mundo, algum perfume floral, um toque de cereja e sua pele salgada. Tão excitante. Eu quero passar a língua ali, quero prova-la, lamber e morder.
— É muito muito bom mesmo. Você e cheio de talentos.
   Invisto meu quadril contra o dela, querendo que ela sinta minha dolorosa ereção. O gemido de aprovação de Alis é musica para meus ouvidos.
   E então...algo terrível acontece.
   Os som dos gritos ecoam alto pela casa. Não sei ao certo de onde vem mas reconheço a voz de Lily e a de Matheus, seu namorado.
   Alis me empurra e eu me levanto rápido, esquecendo completamente minhas vontades e só sentindo a raiva do moleque que está gritando com a minha filha.
   Corremos os dois para a sala, ouço Alis xingar baixinho, e então partir com tudo em direção a Matheus.
— Que porra é essa seu pivete de uma figa! — Ela se coloca entre os dois. Minha nossa, tão pequena e tão afrontosa.
   Fico ao lado de Lily, o rosto dela manchado por lágrimas é como uma faca enfiada em meu peito. Eu vou matar esse moleque.
— Ele bateu em você? — Pergunta Alis a Lily. Minha filha engole em seco, mas só então noto que uma de suas face está mais vermelha que a outra. — Lily, ele bateu em você?!
— Foi sem querer...
   Não precisou de muito, eu só precisei da confirmação para lançar um soco direito no rosto do moleque. Eu sempre quis fazer isso, sempre o quis arrancar de Lily. Ele é um parasita que suga o nosso dinheiro e influencia Lily a fazer o que não deveria. Eu teria proibido esse namoro se eu não tivesse me sentindo tão culpado na época. Eu errei como pai, mas isso não vai acontecer.
   Meu punho acerta mais uma vez o rosto dele fazendo com que o lábio dele se corte e o sangue escorra. O seguro pela gola da camisa.
— Me escuta aqui seu muleque, eu não quero mais você por aqui, está me entendendo. Acabou esse seu lance com a minha filha...
— Pai, por favor, para... — Lily choraminga.
— Amor, não faça nada que possa te prejudicar, ele não merece isso. — É Alis faltando. A voz delas é como calmante ao sangue fervente em minhas veias.
— Você vai embora e vai aguardar o meu advogado, você tá ferrado, me ouviu, ferrado! — Solto ele que rapidamente tropeça enquanto tenta correr para fora.
   Me sinto imponente quando Lily corre escadas acima, me sinto pior ainda porque não sei o que fazer.
— Eu falo com ela, e você vai por gelo nessa mão. — Alis toca meu ombro e por mais que seja um momento tenso, ela sorri para mim e isso já é o suficiente.
   Eu posso ter errado em muitas coisas em minha vida, posso ter feito escolhas péssimas e egoístas, mas Alis sempre será a escolha certa para mim.

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