cap 7

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Agatha Pereira

Menina maluquinha, até hoje ela não sai da minha cabeça, eu fico rindo sozinha, lembrando dela dançando, olha que já fez um mês.

Nunca mais vi também, a amiga dela, eu vejo direto, pra cima e pra baixo com o Chaves.

Da uma pena, dó mesmo, dessas meninas que acham que é só fama, dinheiro e ter prestígios pelo morro.

Eu tô aqui dentro e posso falar com toda certeza, se eu fosse elas, eu nem passava perto, fingia que eles nem existia.

Qualquer erro, tu cai, por menor que seja esse erro, corta cabelo, tu apanha, sai mal falada pelo morro, ainda tem a traição e tu tem que aguentar tudo na calada viu.

Ale: Aí! Meu pai quer falar com tu - chegou do meu lado e deu assenti entrando na boca.

Peixão: Minha consagrada! - falou assim que eu entrei na sala dele.

Pereira: Coé? - ele riu negando e continuei séria - tá de onda pô?

Peixão: Tô valendo nada mesmo, é assim que tu fala comigo? - se fingiu se sério.

Pereira: Solta a voz, fala aí, qual foi? - olhei pra ele, que ajeitou a postura.

Peixão: Tô pensando em roubar um banco - continuei quieta, pra que ele continuasse, mas ele não falou nada.

Pereira: É isso? - ele assentiu - tu quer roubar um banco e não tem uma base? Um plano? - negou - assim tá fácil - dei ombros.

Paixão: Ooh porra tu não é meu braço direito nesse caralho? - assenti - então pô, tô aqui te falando, pra gente montar o plano juntos.

Quando eu falo que ele é folgado, ninguém acredita, eu fui falando e ele só concordando, faz porra nenhuma, a ideia é toda minha.

Pereira: Boa sorte aí pra chamar os cara pra reunião, minha parte já tô fazendo, só falta pensar na últimas coisas.

Peixão: Tu tem um mês pra fazer isso, ver a segurança do banco, se precisar daqueles cara que meche no computador, fala que eu pago qualquer preço, já é? - confirmei - fé pra tu, vai trabalhar.

Pereira: fé pra tu também - sai da sala dele, indo direto pra fora, sem falar nada.

Eu quero ver pra mim, sozinha, arrumar tudo isso, só o peixão mesmo pra me fuder assim.

Meu plantão hoje vai acabar tarde, o mano pediu pra eu ficar no horário dele pra levar a filha no médico, eu fiquei né, eu não faço isso, nunca fiz, mas esses pau no cu que diz ser parceiro dele, não quis, eu fiquei pra dar uma força.

De longe eu vi o paçoca subindo pra ficar no plantão dele também, meia noite e o muleque com a maior cara de sono.

Paçoca: Eai - fez toque comigo.

Pereira: Coé? Que cara de sono é essa? Foi atropelado foi? - ele mandou o dedo do meio - ou tomou chá?

Paçoca: Quem me dera viu - passou a mão no rosto.

Ia responder, mas um nóia apareceu atrás de droga e ele se afastou indo pra ponto dele.

Fiquei maior cota parado e não eatava tendo um bom movimento, fui pro lado do Paçoca pra trocar uma ideia, se não eu já ia fumar e eu não posso porra, tô o dia todo fumando.

Pereira: Pô me passa o número daquela sua amiga - ele olhou pra mim estranho - a tal da Kyara.

Paçoca: Quer o que com a minha pequena? - olhei debochada pra ele - olha lá o que tu vai fazer Pereira, a menina só tem quinze, é pro teu bico não.

Pereira: Se liga Paçoca, tu acha que eu sou quem? Hum? - ele deu de ombros - mas tô querendo ficar com ela mesmo, se me der uma brecha, eu tô dentro - ele riu negando.

Vi de longe uma mulher subindo, e vindo na nossa direção, assim que chegou mais perto, eu vi que era ela.

Paçoca: Não morre mais - falou vendo ela atravessar a rua - tá fazendo o que aqui? Uma hora dessas? - cruzou os braços.

Kyara: Ala, acha que é meu pai - riu e eu segurei a risada - oi - falou breve e voltou a olhar pro Paçoca - tava ajudando a Mariana com a mudança.

Pereira: E aquele filho da puta do Chaves, não te levou na sua casa? - me intrometi e ela deu de ombros.

Kyara: Ele estava dormindo, falou que ia levantar cedo amanhã, eu também não ia insistir, é pertinho de casa mesmo.

Paçoca: Vai lá que eu fico de olho daqui, só não te levo, porque não posso sair daqui - ela assentiu.

Pereira: Eu te levo pô, olha a hora que é, tá maluca andar por aí essas hora - ela ia falar alguma coisa mas o paçoca já foi falando.

Paçoca: É pô, aproveita Kyara... - ela assentiu contra gosto e foi indo comigo.

O caminho todo foi em silêncio, ela não falava nada e eu não tinha nenhum assunto na mente.

Kyara: É aqui - parou em um portão - valeu mesmo - sorriu tímida.

Pereira: Já é, foi nada não - fiquei parada pra esperar ela entrar, mas ela continuou olhando pra mim.

Kyara: Eu não consigo segurar - arquei a sobrancelha - na festa do Paçoca, aconteceu alguma coisa depois que você me levou pro quarto? Eu não consigo me lembrar - sorri e ele continuou séria - tô falando sério, cara...

Pereira: Fica tranquila, rolou nada não, eu não ia fazer nada com tu bêbada, mas eu dormi lá contigo, aí eu não sei se é um problema - levantei a mão em rendição - foi tu que insistiu.

Kyara: Tinha problema nenhum, obrigada viu, de verdade, se fosse outro ia fazer merda comigo - assenti - tchau, vou entrar, já está tarde.

Pereira: Fé aí pra tu - mandei um legal e ela entrou, só assim eu segui de volta pra onde eu estava.

Menina maluca, ficou com isso na cabeça por um mese, e não teve a coragem de falar comigo, maluquinha.

Paçoca: Tá com esse sorrisinho porquê? Tô de olho viu - dei o dedo e ele foi pro outro lado.

MINI MARATONA 4/?

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