cap 34

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Agatha Pereira

Pereira: Da pra ligar pra essa mulher não? - respirei fundo, sentindo dor ma perna - só perguntar se ela ta muito longe.

Gordo: Não sei, porra - passou a mão no rosto - tu que trocou ideia com o Peixão, a gente fazendo o que pode.

Ja estava de noite e a mulher não tinha chegado, conseguimos fazer o básico, lavar com soro e estocar o sangue que ta saindo do Parafuso e do Zóio, o meu foi logo de raspão, da nada, mas tem que fazer o curativo e o que não falta é sangue.

Peguei o telefone que a gente tava usando, no puro ódio, aquele merda do Peixão, acha que é brincadeira, se fosse pra morrer, ja tinha necrosado.

Eai Peixão!?

Tudo certo ai minha aliada?  - ja dava pra perceber pela voz que ele estava louco.

Tudo certo é o que? Peixão - aumentei a voz e cruzei o braço, apoiando minha perna com o pano, no sofá - cadê a mulher? Ta de noite e a mulher não chegou, os cara ja ja tão morrendo e ela não chega, tu não disse que ela tava no lugar certinho pra vim?

pô Pereira, da uma segurada ai, a mulher ja era pra ter chegado faz tempo, eu vou ligar aqui e qualquer coisa, tu me da um toque, se ela não chegar.

– já é, qualquer coisa diz que tu paga mais pra ela ta aqui agora, ou mandar outra, o parafuso tem que fazer um curativo, aqui não tem nada pra fazer.

– marca vinte, ja ja chega uma, fé aí.

– Fé.

Parafuso: Qual foi? Pereira - fez uma cara feia segurando o pano na barriga, perto da costela.

Pereira: Ele disse que ja era pra mulher ta aqui - me ajeitei - mas ele ta louco ja, da nem pra confiar.

Dk: Saporra ta pior que o postinho, a diferença é que essa aqui a gente ainda paga - o parafuso foi tentar rir, mas logo parou fazendo uma cara feia - ri não viu, a desgraça é tua - a gente riu e o parafuso mandou ele se fuder.

Gordo: Ai tão escutando isso? - ouvimos umas batidas leves na porta - acho que é a mulher.

Ficamos atentos e o Gordo foi abrir a porta e acabou que era mesmo a mulher com os negócios, ela e mais uma.

Enfermeira: Boa noite - respondi e ela continuou - eu tive que trazer a minha amiga do plantão, porque o Peixão disse que era com urgência - falou encarando a minha arma que estava do meu lado e engoliu seco assim que eu peguei nela.

Pereira: To sabendo dessas ideias não, mas ja que ta aqui, ta esperando o que? Faz teu trampo, ja era pra tu ter chegado, ta vendo o cara ali com sangue não? - apontei com a arma pro Zóio, que estava no colchão no chão, menor tomou foi dois, o pior.

Gordo saiu de perto dele e deixou ela fazer o trabalho dela, enquanto a outra foi fazer os bagulho no Parafuso.

Mulher não errou nada, fez tudo certinho, fez la os pontos no Zóio, mas estava eu e Gordo olhando um pro outro, estranhando o jeito da mulher, muito nervosinha, dava nem pra entender, ninguém estava apontando nada pra ela.

Pereira: Qual foi a tua? - ela olhou pra mim assustada e os outros me olhou sem entender - Peixão não ia mandar ninguém sem experiência no bagulho, tu ta tremendo igual uma vara, por causa de que? - ela não respondeu e eu continuei encarando a mesma - to de olho em tu, ninguém vai fazer nada não viu, cuidado pra não errar ai.

INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora